A família e o amor
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Hoje tratarei sobre o amor familiar com
base no contido em artigo meu, publicado em Reformador do mês de
março de 2022. Após tecer diversas considerações iniciais sobre o tema, cito
pequeno trecho lido na belíssima obra Memórias do Padre Germano,
psicografada pela médium espanhola Amalia Domingo y Soler, do qual destaco o
último parágrafo: "Tudo ama, tudo se encadeia na vida; não há fato isolado
nem homem solitário, tudo forma família; o crime cria a sua atmosfera
asfixiante, e a virtude o seu puríssimo ambiente" (capítulo intitulado Quarenta
e cinco anos).
Comento, então, que nosso primeiro
amor, como está n'Os Dez Mandamentos, recebidos por Moisés, deve ser a
Deus, nosso Pai, como afirma Jesus; portanto, somos todos irmãos, que precisam
amar-se uns aos outros como a si mesmos. Concluo que, em nossa família, nossos
pais são os que estão mais próximos de nós, pois estão presentes em nossas
vidas até mesmo antes da fecundação do óvulo que dará origem ao nosso corpo.
É no lar que deve principiar nossa
educação. A preocupação da escola é com nossos conhecimentos teóricos
principalmente. Quando a educação não nos é transmitida, desde os primeiros
momentos da existência, a família não terá cumprido, diante de Deus, sua
missão.
Logo a seguir, cito um trecho de
mensagem do Espírito Emmanuel, que pode ser lida no Livro da Esperança,
psicografado pelo inesquecível médium Chico Xavier:
Ainda mesmo ao preço de todos os
valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações
de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os
títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou irmãos, porque é de tua vitória
moral junto deles que depende a tua admissão definitiva, ante os amados que te
esperam, nas vanguardas de luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior
(cap. 39).
Reforço que não nos devemos esquecer de
que o núcleo familiar é o laboratório principal de nossos pensamentos, palavras
e atos. Por ser no lar que exercitamos primeiramente o amor, o perdão, a
caridade, a tolerância, deduzo que somente assim demonstraremos ter entendido o
poder das virtudes cristãs em nossas vidas, como Jesus Cristo nos deu exemplo.
Por fim, recomendo o estudo das obras espíritas, em família, para não apenas
recebermos, como também transmitirmos o que em nós haja de melhor.
Não sou o melhor dos sete filhos de
dona Cely, viúva aos quarenta anos. Entretanto, por mais trabalho que eu
pudesse ter dado aos meus pais, sempre achei um absurdo um filho "ficar de
mal" e maldizer seus pais... Então, deixo aqui meu pedido: peça sempre desculpas a seus pais, quando os
aborrecer. Se chegar ao ponto de discutir com um deles, por mais razão que você
tenha, lembre-se de que foram eles os responsáveis pela formação de seu corpo,
que perderam noites de sono, quando ignoravam o motivo do seu choro, que o
alimentaram, medicaram, que lhe ensinaram a andar, a falar e que se empenharam
com o melhor que podiam na sua educação e formação escolar. Os pais que amam
dão a vida na defesa de seus filhos.
Se temos irmãos, devemos dedicar-lhes
todo o nosso cuidado. Evitar bullyings, ainda que isso nos pareça apenas
brincadeira. Defendê-los contra as agressões de outras crianças e jovens, sem
apelar para atos violentos, mas não cruzar os braços quando qualquer membro de
nossa família for agredido. Por fim, em família, devemos conversar com educação
e não com gritaria, quando algo não esteja bem, para que, com o devido respeito
entre todos, sejamos também respeitados e cheguemos a um acordo e perdão mútuo.
É isto que entendo como "honrar
pai e mãe": o amor em família.
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