A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 12
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Não é prudente enterrar o corpo
antes de começar a decomposição?
B. Quanto à aparência do organismo
fluídico do Espírito desencarnado, que disse Andrew Jackson Davis?
C. Os familiares já desencarnados
costumam auxiliar o processo de desprendimento dos Espíritos de suas
relações?
Texto para
leitura
145. Andrew Jackson Davis, conforme
relatou em seu livro “O Vidente”, descobriu que uma pequena parte do fluido
vital voltava ao corpo material, logo que o cordão ou liame elétrico se
quebrava. Esse elemento fluídico, ou elétrico, espalhando-se por todo o
organismo, impedia a dissolução imediata do corpo. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
146. Em face do que observou, Davis
afirmou: “Não é prudente enterrar o corpo antes de começar a decomposição.
Muitas vezes, antes da inumação, o cordão umbilical fluídico, de que falei,
ainda não está quebrado. É por isso que pessoas que parecem mortas voltam à
vida no fim de um ou dois dias e narram as sensações que experimentaram. Esse
estado foi denominado letargia, catalepsia etc.” (Obra citada – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
147. Quando, porém, o Espírito é detido
no momento em que deixa o corpo, raramente se recorda do que se passou. Esse
estado de inconsciência pode parecer semelhante ao aniquilamento, quando
observado superficialmente, e, muitas vezes, se recorre ao argumento que
resulta dessa como que obliteração momentânea da memória para negar a
imortalidade da alma. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
148. Descrevendo a desencarnação que
ele pôde acompanhar pela vidência, Davis disse: “Logo que se desprendeu dos
laços tenazes do corpo o Espírito da pessoa que eu observava, constatei que o
seu novo organismo, fluídico, era apropriado ao seu novo estado, mas que o
conjunto se assemelhava à sua aparência terrestre. Não pude saber o que se
passava na inteligência que revivia; observei, porém, a sua calma e a profunda
admiração que lhe causava a dor daqueles que choravam em volta do seu corpo”. (Obra
citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
149. É evidente, diz Davis, que
aquelas pessoas ignoravam o que realmente se passara: “As lágrimas e as
lamentações excessivas dos parentes e amigos só provêm do ponto de vista falso
em que se coloca a maioria dos homens, isto é, da crença materialista de que
tudo finaliza com a morte do corpo”. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
150. Concluindo a narrativa, Davis
declarou: “Pelas minhas experiências, posso afirmar que, quando a pessoa morre
naturalmente, nenhuma sensação penosa experimenta o Espírito”. E mais: “O
período de transformação, que acabo de transcrever, dura cerca de duas horas,
tempo que não é o mesmo para todos os entes humanos. Se pudésseis ver com os
olhos psíquicos, perceberíeis, perto do corpo rijo, uma forma fluídica tendo a
mesma aparência que o ente humano que acaba de morrer; porém, essa forma é mais
bela e está como que animada de uma nova vida mais elevada”. (Obra citada –
Cap. XI - O Mistério da Morte.)
151. O testemunho de Andrew Jackson
Davis seria suficiente para fazer desaparecer nossas apreensões e nos revelar,
com clareza singular, o mistério da morte. Mas ele não é o único, como é
possível verificar no que a médium Mrs. Florence Marryat escreveu no seu livro The Spirit World (O Mundo dos
Espíritos). (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
152. Uma jovem de nome Edith tivera a
infelicidade de perder sua irmã mais velha, então com vinte anos, em
consequência de uma forte pleurisia. Edith não quis afastar-se um só instante
da cabeceira de sua irmã, e aí, em estado de clarividência, pôde assistir ao
processo de separação do Espírito da parte material. Edith começou a perceber
uma espécie de ligeira nebulosidade, semelhante à fumaça, a qual,
condensando-se gradualmente acima da cabeça, acabou por assumir as proporções,
as formas e os traços da irmã moribunda, de modo a se lhe assemelhar por
completo. Essa forma flutuava no ar, a pouca distância da doente. (Obra citada –
Cap. XI - O Mistério da Morte.)
153. À medida que o dia declinava, a
agitação da enferma minorava, sendo substituída, à tarde, por prostração
profunda, precursora da agonia. Edith contemplava, avidamente, a irmã: o rosto
tornara-se lívido; o olhar se lhe obscurecera, mas, ao alto, a forma fluídica
purpureava-se e parecia animar-se gradualmente com a vida que abandonava o
corpo. Um momento depois, a moça jazia inerte e sem consciência sobre os
travesseiros, mas a forma transformara-se em Espírito vivo. (Obra citada – Cap.
XI - O Mistério da Morte.)
154. Cordões de luz, semelhantes a
florescências elétricas, ligaram-se ainda ao coração, ao cérebro e aos outros
órgãos vitais. Chegando o momento supremo, o Espírito oscilou algum tempo de um
lado para outro, para vir, em seguida, colocar-se ao lado do corpo inanimado:
ele era, em aparência, muito fraco e mal podia suster-se. Enquanto Edith
contemplava essa cena, eis que se apresentaram duas formas luminosas, nas quais
reconheceu seu pai e sua avó, mortos ambos nessa mesma casa. Eles
aproximaram-se do Espírito recém-liberto, romperam os cordões de luz que o
ligavam ainda ao corpo e, apertando-o nos braços, dirigiram-se à janela e
desapareceram. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
155.
Sobre o assunto, eis o testemunho, publicado na revista Light, de William Stainton Moses, pastor da Igreja Anglicana e
médium respeitado: “Tive, recentemente, e pela primeira vez na vida, ocasião de
estudar os processos de transição do Espírito. Aprendi tantas coisas dessa
experiência, que me louvo por ser útil a outros, contando o que vi... Tratava
de um próximo parente meu de quase 80 anos... Eu tinha percebido, por certos
sintomas, que o seu fim estava próximo, e corri para preencher meu triste e
último dever. Graças aos meus sentidos espirituais, podia verificar que, em
torno e acima de seu corpo, se formava a aura nebulosa com a qual o Espírito
devia preparar o seu corpo espiritual; e percebia que ela ia aumentando de
volume e densidade, posto que submetida a maiores ou menores variações, segundo
as oscilações experimentadas na vitalidade do moribundo”. (Obra citada – Cap.
XI - O Mistério da Morte.)
156. Prossegue o depoimento de
Stainton Moses: “Pude, assim, notar que, por vezes, um ligeiro alimento tomado
pelo doente, ou uma influência magnética desprendida por pessoa que dele se
aproximava, tinha como resultado avivar momentaneamente o corpo. A aura
parecia, pois, continuamente em fluxo e refluxo. Assisti a esse espetáculo
durante doze dias e doze noites e, se bem que ao sétimo dia já o corpo tivesse
dado sinais da sua iminente dissolução, a flutuação da vitalidade espiritual,
em via de exteriorização, persistia. Pelo contrário, a cor da aura tinha
mudado, essa última tomava, além disso, formas cada vez mais definidas, à
medida que a hora da libertação se aproximava para o Espírito”. (Obra citada –
Cap. XI - O Mistério da Morte.)
157. Concluindo seu relato, disse
Stainton Moses: “Vinte e quatro horas, somente, antes da morte, quando o corpo
jazia inerte, foi que o processo da libertação progrediu. No momento supremo vi
aparecer formas de ‘anjos de guarda’ que se chegaram ao moribundo, e, sem
nenhum esforço, separaram o Espírito do corpo consumido. Quando, enfim, se
quebraram os cordões magnéticos, os traços do defunto, nos quais se liam os
sofrimentos experimentados, serenaram completamente e se impregnaram de
inefável expressão de paz e de repouso”. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
Respostas às
questões preliminares
A. Não é prudente enterrar o corpo antes de começar a
decomposição?
Não é prudente. Essa recomendação foi
proposta por um dos precursores do Espiritismo, Andrew Jackson Davis, em seu
livro “O Vidente”. O notável médium descobriu que muitas vezes, antes da
inumação, o cordão umbilical fluídico, que liga alma e corpo, ainda não está
rompido. É por isso, segundo ele, que pessoas que parecem mortas voltam à vida
no fim de um ou dois dias e narram as sensações que experimentaram. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
B. Quanto à aparência do organismo fluídico do Espírito
desencarnado, que disse Andrew Jackson Davis?
O organismo fluídico é semelhante à
sua aparência terrestre. Descrevendo a desencarnação de um Espírito, que ele
pôde acompanhar pela vidência, Davis informou: “Logo que se desprendeu dos
laços tenazes do corpo o Espírito da pessoa que eu observava, constatei que o
seu novo organismo, fluídico, era apropriado ao seu novo estado, mas que o
conjunto se assemelhava à sua aparência terrestre”. Mais adiante, na mesma
obra, ele escreveu: “Se pudésseis ver com os olhos psíquicos, perceberíeis,
perto do corpo rijo, uma forma fluídica tendo a mesma aparência que o ente humano
que acaba de morrer; porém, essa forma é mais bela e está como que animada de
uma nova vida mais elevada”. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
C. Os familiares já desencarnados costumam auxiliar o
processo de desprendimento dos Espíritos de suas relações?
Sim. Esse fato ocorre realmente, e foi
isso que a médium Mrs. Florence Marryat relatou no seu livro The Spirit World (O Mundo dos
Espíritos). Segundo ela, uma jovem de nome Edith, acompanhando a desencarnação
de sua irmã, viu que duas formas luminosas se aproximaram do corpo inanimado,
nas quais ela reconheceu seu pai e sua avó, mortos ambos naquela mesma casa.
Eles aproximaram-se do Espírito recém-liberto, romperam os cordões de luz que o
ligavam ainda ao corpo e, apertando-o nos braços, dirigiram-se à janela e
desapareceram. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_08.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário