A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 11
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Quem foi Andrew Jackson Davis e que
obras ele nos deixou?
B. Como Davis se refere ao fenômeno da
morte?
C. Como Davis descreve o ato final de
separação do Espírito após a morte do corpo físico?
Texto para
leitura
130. A morte é o grande mistério que
tem ensombrado as gerações, a esfinge devoradora das almas, o titã invencível,
o hiante absorvedor de todas as luzes, o obscurecedor das inteligências, o
indecifrável enigma das religiões. Não foi sem razão que o Apóstolo Paulo, o
doutor dos gentios, disse que o maior e o mais terrível inimigo que teríamos de
vencer era a morte. Quando a pusermos sob o tacão das nossas botas, poderemos,
então, entoar o grande hino da vitória: "Ó morte! onde está teu aguilhão?
Ó morte! Onde está tua vitória?" (A
Vida no Outro Mundo – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
131. Pois bem, esse mistério,
indecifrável para as religiões; esse inimigo que os sacerdotes não ousaram
enfrentar; essa esfinge que causa pavor aos crentes de todas as Igrejas, que se
limitam a cantar para as suas vítimas o De
profundis, é que o Espiritismo veio enfrentar e desvendar, mostrando-se já
vitorioso na grande luta. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
132. Que é a morte? Em que consiste
esse fenômeno, que muitos julgam ser o aniquilamento da vida? Como se produz
ela? Quem poderá responder a estas
terríveis interrogações? Qual a ciência, a filosofia, a religião capaz de
enfrentar essa questão? Qual nos dá, positivamente, a solução para este
mistério? O Espiritismo, mas tão somente o Espiritismo, exclusivamente o
Espiritismo! (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
133. Para saber o que se passa no
momento da morte, como se desenrola esse fenômeno, podemos recorrer à descrição
de muitos clarividentes, que observaram a crise da morte, assistindo a
moribundos. Vamos reproduzir os testemunhos de alguns deles. (Obra citada –
Cap. XI - O Mistério da Morte.)
134. O mais notável de todos foi um
grande cultor do Espiritismo em seus primórdios, e que nos legou obras de
inestimável valor: Andrew Jackson Davis. Essas obras, publicadas em inglês,
constam de cinco volumes, que se vendem separadamente e encerram, cada um, uma
especialidade: O Médico, O Professor, O Reformador, O Pensador, e O Vidente. (Obra
citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
135. Nesta última é que se encontram
as pesquisas de Jackson Davis, "no leito da morte". Davis era dotado
de poderosos dons psíquicos e duma espécie de segunda vista, que se denomina
clarividência; além de tudo possuía grandes conhecimentos médicos. Os tópicos
abaixo foram extraídos do seu livro “O Vidente”. (Obra citada – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
136. A morte é uma modificação – não
da personalidade, mas da constituição dos princípios superiores do ser humano.
Tudo quanto vive se transforma, e cada transformação é acompanhada de uma morte
aparente; nunca, porém, há extinção de vida ou destruição de um princípio
material ou espiritual no Universo. Assim se modifica ou se desenvolve um germe
qualquer, oculto na Terra; morreu sua forma primitiva e seu modo de existência
aparente; porém, depois dessa morte aparente, brota do germe uma nova
organização ou um novo corpo. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
137. As faculdades de vidente
permitiram a Davis estudar o fenômeno psíquico e fisiológico da morte à
cabeceira duma agonizante. Era uma senhora de cerca de sessenta anos, a quem frequentemente
ele prestara cuidados médicos. Quando soou a hora da morte, ele pôs-se a
estudar os misteriosos processos da morte. Viu então que a organização física
não podia mais bastar às necessidades do princípio intelectual; diversos órgãos
internos pareciam, porém, resistir à partida da alma. O sistema muscular
procurava reter as forças motrizes. O sistema vascular debatia-se para reter o
princípio vital; o sistema nervoso lutava quanto podia para impedir o
aniquilamento dos sentidos físicos; e o sistema cerebral procurava reter o
princípio intelectual. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
138. O corpo e a alma, como dois
esposos, resistiam à separação absoluta. Estes conflitos internos pareciam, a
princípio, produzir sensações penosas e perturbadoras. Foi com satisfação que
ele percebeu que tais manifestações físicas indicavam – não a dor ou o
sofrimento, mas apenas a separação da alma do organismo. (Obra citada – Cap. XI
- O Mistério da Morte.)
139. Em seguida, a cabeça ficou
cercada duma atmosfera brilhante; de repente, ele viu o cérebro e o cerebelo
estenderem suas partes interiores e suspenderem o exercício de suas funções
galvânicas, tornando-se saturados de princípios vitais de eletricidade e
magnetismo, que penetravam nas partes secundárias do corpo. Por outras
palavras: o cérebro e o cerebelo estenderam suas partes interiores para além do
estado normal. Esse fenômeno precede invariavelmente à dissolução física. (Obra
citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
140. Davis constatou, depois, o
processo por meio do qual o Espírito se destaca do corpo. O cérebro atraiu os
elementos de eletricidade e de magnetismo, movimento, vida e sensibilidade
espalhados em todo o organismo. A cabeça como que se iluminou, e, ao tempo que
as extremidades do corpo se tornavam frias e obscuras, o cérebro tomava um
brilho particular. Em torno dessa atmosfera fluídica, que cercava a cabeça, ele
viu formar-se outra cabeça, que se desenhou cada vez mais nitidamente. Tão
brilhante era, que ele mal podia fitá-la; à medida, porém, que ela se
condensava, desaparecia a atmosfera brilhante. (Obra citada – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
141. Davis deduziu daí que esses
princípios fluídicos que tinham sido atraídos pelo cérebro, de todas as partes
do corpo, e eram, então, eliminados sob a forma de atmosfera particular, antes
se achavam somente unidos, segundo o princípio superior de afinidade do
Universo, que se faz sempre sentir em cada parcela da matéria. Com surpresa e
admiração, seguiu então as fases do fenômeno. (Obra citada – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
142. Do mesmo modo que a cabeça
fluídica se desprendera do cérebro, viu formarem-se, sucessivamente, o pescoço,
os ombros, o tronco, enfim, o conjunto do corpo fluídico. Tornou-se evidente,
para ele, que as partes intelectuais do ser humano são dotadas duma afinidade
eletiva que lhes permite reunir-se no momento da morte. As deformidades e os
defeitos do corpo físico tinham, quase inteiramente, desaparecido do corpo
fluídico. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
143. Coisa curiosa! Enquanto esse
fenômeno espiritualista se desenvolvia diante das faculdades de Davis, aos
olhos materiais das pessoas presentes no quarto o corpo da moribunda parecia
experimentar sintomas de sofrimento, os quais eram fictícios, pois apenas
provinham da partida das forças vitais e intelectuais, que se retiravam de todo
o corpo para se concentrarem no cérebro e, depois, no organismo novo. (Obra
citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
144. O Espírito (ou inteligência
desencarnada) elevou-se verticalmente acima da cabeça do corpo abandonado;
porém, antes da separação final do laço, que por tanto tempo reuniu as partes
intelectuais e materiais, Davis viu uma corrente de eletricidade vital
formar-se sobre a cabeça da moribunda e sob o novo corpo fluídico. Deu-lhe esse
fato a convicção de que a morte é apenas um renascimento do Espírito, que se
eleva dum grau inferior a um estado superior, e que o nascimento duma criança
neste mundo e a formação dum Espírito no outro são fatos idênticos; e nada
realmente faltava no fato que ele observava para que o símile fosse completo,
nem mesmo o cordão umbilical, que era figurado por um laço de eletricidade
vital. Por algum tempo subsistiu esse laço entre os dois organismos. (Obra
citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
Respostas às
questões preliminares
A. Quem foi Andrew Jackson Davis e que obras ele nos
deixou?
Dotado de poderosos dons psíquicos e
duma espécie de segunda vista, que se denomina clarividência, Davis foi um
grande cultor do Espiritismo em seus primórdios, tendo-nos legado obras de
inestimável valor. Essas obras, publicadas em inglês, constam de cinco volumes,
que se vendem separadamente e encerram, cada um, uma especialidade: O Médico, O
Professor, O Reformador, O Pensador, e O Vidente. Nesta última é que se
encontram as pesquisas que ele realizou, "no leito da morte". (A Vida no Outro Mundo – Cap. XI - O
Mistério da Morte.)
B. Como Davis se refere ao fenômeno da morte?
Segundo ele, a morte é uma modificação
– não da personalidade, mas da constituição dos princípios superiores do ser
humano. Tudo quanto vive se transforma, e cada transformação é acompanhada de
uma morte aparente; nunca, porém, há extinção de vida ou destruição de um
princípio material ou espiritual no Universo. Assim se modifica ou se
desenvolve um germe qualquer, oculto na Terra; morreu sua forma primitiva e seu
modo de existência aparente; porém, depois dessa morte aparente, brota do germe
uma nova organização ou um novo corpo. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da
Morte.)
C. Como Davis descreve o ato final de separação do Espírito
após a morte do corpo físico?
No caso que examinou, Davis observou
que o Espírito se elevou verticalmente acima da cabeça do corpo abandonado;
porém, antes da separação final do laço, que por tanto tempo reuniu as partes
intelectuais e materiais, ele notou uma corrente de eletricidade vital
formar-se sobre a cabeça da moribunda e sob o novo corpo fluídico. Deu-lhe esse
fato a convicção de que a morte é apenas um renascimento do Espírito, que se
eleva dum grau inferior a um estado superior, e que o nascimento duma criança
neste mundo e a formação dum Espírito no outro são fatos idênticos; e nada
realmente faltava no fato que ele observava para que o símile fosse completo,
nem mesmo o cordão umbilical, que era figurado por um laço de eletricidade
vital. (Obra citada – Cap. XI - O Mistério da Morte.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post.html
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