Revista
Espírita de 1859
Allan
Kardec
Parte
5
Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1859, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1859 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
É verdade que Kardec, no contato com os Espíritos, dava preferência às
evocações?
B.
Que é preciso para obtermos o concurso dos bons Espíritos?
C.
Que táticas usam os maus Espíritos para conseguir seus objetivos?
D.
De que depende a estabilidade de uma sociedade espírita?
Texto para leitura
101.
No discurso de encerramento do ano social (em junho de 1859), Kardec disse que
o número dos membros titulares da Sociedade Espírita de Paris triplicara em
alguns meses e possuía ela numerosos correspondentes nos dois continentes. (P.
188)
102.
Kardec lembrou na ocasião esta lição de São Luís: "Zombaram das mesas
girantes, mas não zombarão jamais da filosofia, da sabedoria, da caridade que
brilham nas comunicações sérias". (P. 190)
103.
Aquele que realmente quer saber – diz Kardec – deve submeter-se às condições da
coisa em si, e não querer que esta se submeta às suas condições. Por isto a
Sociedade não se presta a experimentações que não dariam resultado, pois sabe,
por experiência, que o Espiritismo, como qualquer outra ciência, não se aprende
de um jato e em poucas horas. (PP. 191 e 192)
104.
Não perdemos tempo – diz o codificador – em reproduzir os fatos que já
conhecemos, do mesmo modo que um físico não se diverte em repetir as
experiências que nada de novo lhe ensinam. Dirigimos nossa investigação a tudo
quanto possa esclarecer a nossa marcha, preferindo as comunicações
inteligentes, fonte da filosofia espírita e cujo campo ilimitado é muito mais
vasto que o das manifestações puramente materiais. (P. 192)
105.
Dois sistemas igualmente preconizados e praticados se apresentam na maneira de
receber as comunicações de além-túmulo: uns preferem esperar as comunicações
espontâneas; outros preferem as evocações. Quanto a nós – assevera Kardec –
apenas condenamos a exclusividade de sistemas. (P. 192)
106.
A maneira de conversar com os Espíritos é uma verdadeira arte, que exige tato,
conhecimento do terreno que pisamos e constitui, a bem dizer, o Espiritismo
prático. (P. 193)
107.
A crítica sistemática censurou-nos – afirma Kardec – por aceitarmos muito
facilmente as doutrinas de certos Espíritos, sobretudo no que concerne às
questões científicas. Ora, estamos longe de aceitar tudo quanto eles dizem como
artigos de fé. (P. 194)
108.
Como nem todos são perfeitos, não aceitamos suas palavras senão com reservas e
jamais com a credulidade das crianças. Julgamos, comparamos, tiramos conclusões
do que observamos e os seus próprios erros constituem ensinamentos para nós.
(PP. 194 e 195)
109.
Saibam, pois, que tomamos toda opinião emitida por um Espírito como uma opinião
pessoal; que não a aceitamos senão depois de havê-la submetido ao controle da
lógica e dos meios de investigação fornecidos pela própria Ciência Espírita.
(P. 195)
110.
O concurso dos bons Espíritos, eis com efeito a condição sem a qual não se pode
esperar a Verdade; ora, depende de nós obter esse concurso, e a primeira
condição para merecermos sua simpatia é o recolhimento e a pureza das
intenções. (P. 195)
111.
É conhecido o provérbio: Dize-me com quem andas e te direi quem és. Podemos
parodiá-lo em relação aos nossos Espíritos simpáticos, dizendo: Dize-me o que
pensas, e te direi com quem andas. (P. 196)
112.
Dizer que Espíritos levianos jamais deslizaram entre nós – diz Kardec – seria
uma presunção de perfeição. Os Espíritos superiores chegaram mesmo a
permiti-lo, a fim de experimentar a nossa perspicácia e o nosso zelo na
pesquisa da verdade. (P. 196)
113.
O objetivo da Sociedade Espírita de Paris não é apenas a pesquisa dos
princípios da Ciência Espírita. Ela vai mais longe: estuda também as suas consequências
morais, pois é principalmente nestas que está a sua verdadeira utilidade. (P.
197)
114.
Ensina a experiência que não é impunemente que nos abandonamos ao domínio dos
maus Espíritos. Porque suas intenções jamais podem ser boas. Uma de suas
táticas para alcançar os seus fins é a desunião, pois sabem muito bem que podem
facilmente dominar quem estiver sem apoio. (P. 197)
115.
Perguntarão, então, se não atrairemos os maus Espíritos, evocando pessoas que
foram o rebotalho da sociedade. Não, porque jamais sofremos a sua influência.
Só há perigo quando é o Espírito que se impõe; nunca, porém, quando nos impomos
ao Espírito. (PP. 197 e 198)
116.
Em seu discurso, Kardec mostra que muitos confrades o criticavam por estar indo
longe demais, alegando que os fatos não estavam ainda suficientemente
observados e que não havia certeza de que os Espíritos que lhe deram instruções
não se haviam enganado. Ele respondeu: "O futuro dirá se estou certo ou
errado". (P. 199)
117.
Falando sobre sociedades espíritas, Kardec diz que a primeira condição para a
estabilidade de um centro é a homogeneidade de princípios e da maneira de ver;
a segunda condição é a assistência dos bons Espíritos, se ele quiser obter
comunicações sérias. (P. 200)
118.
O objetivo do Espiritismo é melhorar aqueles que o compreendem. Procuremos dar
o exemplo e mostrar que para nós a doutrina não é morta. Sejamos dignos dos
bons Espíritos, se quisermos a sua assistência. (P. 202)
119.
Joseph Midard, morto em combate, não se deu conta imediatamente da sua situação
e não se julgava morto. (P. 204)
120.
Diz ele que a hora da morte é marcada por Deus. Se a gente deve passar, nada o
impedirá; do mesmo modo ninguém pode atingi-la, se sua hora não houver soado.
(P. 207)
121.
Vestido de turbante e culote, ele não soube explicar como arranjou essas
roupas, visto que o uniforme de soldado ficou no campo de batalha. "Tenho
um alfaiate que as arranja", disse Midard. (P. 208)
122.
Outro militar morto no mesmo combate disse ter-se reconhecido quase que
imediatamente, graças às vagas noções que tinha do Espiritismo, mostrando que o
conhecimento abrevia o período de perturbação. (P. 210)
123.
O Abade Chesnel voltou a escrever em L'Univers,
insistindo em que o Espiritismo é, deve ser e não pode deixar de ser uma
religião nova. Kardec o contestou. (N.R.: Neste caso o tempo deu razão ao
Abade.) (P. 211)
Respostas às
questões propostas
A. É verdade que
Kardec, no contato com os Espíritos, dava preferência às evocações?
Não.
Dos dois sistemas preconizados e praticados à sua época, enquanto uns preferiam
as comunicações espontâneas, outros preferiam as evocações. “Quanto a nós –
disse Kardec – apenas condenamos a exclusividade de sistemas.” (Revista Espírita de 1859, p. 192.)
B. Que é preciso
para obtermos o concurso dos bons Espíritos?
A
primeira condição para merecermos sua simpatia é o recolhimento e a pureza das
intenções. Kardec diz que é conhecido o provérbio: Dize-me com quem andas e te
direi quem és. Podemos, portanto, parodiá-lo em relação aos nossos Espíritos
simpáticos, dizendo: Dize-me o que pensas, e te direi com quem andas. (Obra
citada, pp. 195 e 196.)
C. Que táticas usam
os maus Espíritos para conseguir seus objetivos?
Uma
de suas táticas é semear a desunião, porque sabem muito bem que podem
facilmente dominar quem estiver sem apoio. A experiência, diz Kardec, ensina
que não é impunemente que nos abandonamos ao domínio dos maus Espíritos, porque
suas intenções jamais são boas. (Obra
citada, p. 197.)
D. De que depende a
estabilidade de uma sociedade espírita?
A
primeira condição para a estabilidade de um centro é, segundo Kardec, a
homogeneidade de princípios e da maneira de ver. A segunda condição é a
assistência dos bons Espíritos, se ele quiser obter comunicações sérias. (Obra
citada, pp. 200 e 202.)
Observação:
Para acessar a Parte 4 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_27.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário