quarta-feira, 18 de maio de 2022

 



Revista Espírita de 1859

 

Allan Kardec

 

Parte 7

 

Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1859, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1859 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Como vencer a malícia dos Espíritos enganadores?

B. Em que condições Voltaire retornou ao mundo espiritual?

C. Há entre os Espíritos alguma espécie de hierarquia?

D. Há algum fundamento na mitologia?

 

Texto para leitura

 

148. Outro sinal da presença dos maus Espíritos é a obsessão: os bons Espíritos jamais obsidiam; os maus se impõem em todos os momentos. (P. 258)

149. Passando as comunicações espíritas pelo controle das considerações precedentes, reconheceremos facilmente sua origem e poderemos destruir a malícia dos Espíritos enganadores, que só se dirigem àqueles que se deixam enganar. (P. 258)

150. Acrescente-se a tudo isso que a prece é poderoso auxílio: por ela atraímos a assistência de Deus e dos bons Espíritos, aumentando a nossa própria força. "Ajuda-te e o céu te ajudará", disse Jesus. (P. 259)

151. Um correspondente de Boulogne envia uma comunicação de Voltaire extraída de uma obra do juiz Edmonds, publicada nos Estados Unidos. Na comunicação, Voltaire conversa com Wolsey, célebre cardeal inglês do tempo de Henrique VIII. Dois médiuns serviram para o diálogo. (P. 262)

152. Confirmando que, por ignorância, atacara a religião cristã, Voltaire lamenta não ter conhecido em sua época o Espiritismo e o muito que poderia então ter feito. (P. 263)

153. Descrente e vacilante, sem ninguém com quem pudesse estabelecer relações, foi assim que ele, Voltaire, entrou no mundo espiritual. (P. 264)

154. A princípio, conduzido longe das habitações espirituais, percorreu o espaço imenso. A seguir, foi-lhe permitido ver as construções maravilhosas habitadas pelos Espíritos, até que sua alma ficasse deslumbrada e esmagada ante o poder que controlava tais maravilhas. (P. 264)

155. Com o coração sentindo a necessidade de expandir-se, caído no cansaço e na humilhação, ele pôde então reunir-se a alguns habitantes e contemplar a posição em que se havia colocado na Terra e o que disso resultava no mundo espiritual. (PP. 264 e 265)

156. Uma revolução completa ocorreu em todo o seu ser, e, de mestre que era, tornou-se o mais ardente dos discípulos. Via então quão grandes tinham sido seus erros e quão maior devia ser a reparação, para expiar tudo quanto tinha feito ou dito para seduzir e enganar a Humanidade. (P. 265)

157. Lamentei profundamente – disse ele – as opiniões que expendi e que desviaram muita gente; mas, ao mesmo tempo, é penetrado de gratidão ao Criador, o infinitamente sábio, que sinto ter sido um instrumento para auxiliar os Espíritos dos homens a voltar-se para o exame e o progresso. (P. 265)

158. No fim da batalha de Solferino desabou uma violenta tempestade, que fez com que muitos soldados austríacos se salvassem. Um Espírito que fora militar da Itália e havia presenciado o fenômeno, evocado por Kardec, disse que a tempestade foi provocada por vontade de Deus, exatamente com esse objetivo. (P. 268)

159. Os Espíritos não levam em conta as distinções terrenas, que nada valem entre eles, visto que ali, no plano espiritual, a hierarquia e a subordinação são baseadas nas qualidades adquiridas. (P. 269)

160. O Espírito do General Hoche informou que iria reencarnar em Mercúrio, um mundo moralmente inferior à Terra, em que os habitantes são mais materializados do que os que vivem em nosso planeta. (P. 270)

161. O mesmo General contou que, a partir do momento em que desencarnou, visitou a Terra inteiramente, aprendendo as leis que Deus emprega para conduzir todos os fenômenos que contribuem para a vida terrena. Em seguida, fez o mesmo em outros mundos. (P. 270)

162. A Revista traz uma comunicação dada pelo Espírito do Sr. J..., negociante no departamento de La Sarthe, morto em 1859, que, além de ter feito um estudo sério do Espiritismo, era um homem de bem e de uma caridade sem limites. Seu momento de despertar nada teve de penoso. "Eu me sentia alegre e disposto, como se tivesse respirado um ar puro ao sair de uma sala cheia de fumaça", informou o Sr. J... (PP. 272 e 273)

163. A Mitologia – diz Kardec – está inteiramente fundada sobre as ideias espíritas; encontramos nela todas as propriedades dos Espíritos, com a diferença de que os antigos os haviam transformado em deuses. (P. 277)

164. Kardec fala do lar da Sra. G..., viúva, com 4 filhos, dos quais o mais velho conta 17 anos e a caçula, 6. Reunidos pela crença espírita, a família continuou unida mesmo com a morte do pai que, pressentindo seu fim próximo, reuniu os filhos e lhes deu um comovente conselho, cujo final termina assim: "Que a paz, a concórdia e a união reinem entre vós; que jamais o interesse vos separe, porque o interesse material é a maior barreira entre a Terra e o Céu". (PP. 278 e 279)

165. Alimentadas nas ideias espíritas, essas crianças não se consideravam separadas do pai, e, uma noite por semana, e às vezes mais, era consagrada a conversar com ele. (P. 279)

166. Kardec critica o título dado pelo Sr. Mathieu, antigo farmacêutico do Exército, a uma obra em que trata de fatos de escrita direta. Mathieu chamou-a de "Um Milagre". Ora, diz Kardec, o milagre é uma derrogação das leis da Natureza, o que não se pode dizer da escrita direta. (P. 281)

167. Prosseguindo seu artigo, Kardec fala sobre levitação – a suspensão etérea de corpos sólidos –, um fato demonstrado e explicado pelo Espiritismo e do qual foi ele testemunha ocular. (P. 283)

168. Outro fenômeno por ele citado, que se enquadra também na ordem das coisas naturais, é o da aparição, bastante frequente e perfeitamente explicado pela Ciência Espírita. (P. 283)

169. A Revista publica sentença do Tribunal Correcional de Douai, de 27 de agosto de 1859, na qual os toques e os passes magnéticos foram reconhecidos pela Corte. Kardec critica, porém, os peritos por sua ignorância a respeito do magnetismo e do sonambulismo natural. (PP. 287 e 288)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Como vencer a malícia dos Espíritos enganadores?

Analisando as comunicações espíritas e submetendo-as ao controle recomendado pela Doutrina Espírita, reconheceremos facilmente sua origem e poderemos destruir a malícia dos Espíritos enganadores, os quais só se dirigem àqueles que se deixam enganar. É bom lembrar também que, em casos assim, a prece constitui poderoso auxílio, uma vez que por ela atraímos a assistência de Deus e dos bons Espíritos, aumentando nossa própria força. (Revista Espírita, pp. 258 e 259.)

B. Em que condições Voltaire retornou ao mundo espiritual?

Descrente e vacilante, sem ninguém com quem pudesse estabelecer relações, foi assim que Voltaire entrou no mundo espiritual. A princípio, conduzido longe das habitações espirituais, percorreu o espaço imenso. Foi-lhe permitido depois ver as construções maravilhosas habitadas pelos Espíritos, até que sua alma ficasse deslumbrada e esmagada ante o poder que controlava tais maravilhas. Com o coração sentindo a necessidade de expandir-se, caído no cansaço e na humilhação, foi aí que ele pôde reunir-se a alguns habitantes e contemplar a posição em que se havia colocado na Terra e o que disso resultava no mundo em que agora estava. (Obra citada, pp. 264 e 265.)

C. Há entre os Espíritos alguma espécie de hierarquia?

Sim. Há entre eles uma hierarquia e uma subordinação baseadas nas qualidades adquiridas e que nada têm que ver com as distinções terrenas. (Obra citada, pág. 269.)

D. Há algum fundamento na mitologia?

Sim. A mitologia está inteiramente fundada sobre as ideias espíritas. Encontramos nela, disse Kardec, todas as propriedades dos Espíritos, com a diferença de que os antigos os haviam transformado em deuses. (Obra citada, pág. 277.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 6 parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/05/blog-post_11.html

 

 

 

  

 

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