segunda-feira, 16 de maio de 2022

  



Trilhas da Libertação

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 12

 

Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

89. Havia muita perturbação espiritual no recinto em que a menina Rosaly seria atendida e, além disso, suas dores eram intensas. Como o ambiente no local de repente se modificou?

Tudo se modificou graças à força da prece. Tomado de compaixão, dr. Carneiro transmitiu breve instrução ao dr. Hermann e se acercou da mãezinha da enferma, a quem inspirou fizesse uma oração. A senhora, comovida, levantou-se e pediu: “Oremos a Deus em favor da minha filhinha”. A prece sensibilizou a todos os presentes, que se recolheram também em oração. Lentamente o ambiente passou a ser visitado por vibrações de harmonia, que começaram a esbater as sombras dominantes. O amigo Ernesto, mentor do médium, utilizando-se da mudança mental dos presentes, exortou a Deus suas bênçãos e suplicou permissão para minorar as dores da menina, suavizar o seu sofrimento e confortar os pais. Ao silenciar, emocionado, pairavam outras vibrações no recinto. (Trilhas da Libertação. Últimas Advertências, pp. 242 a 244.)

90. É correto afirmar que o triunfo do mal somente é possível quando com ele as pessoas sintonizam?

Sim. Foi isso que o dr. Hermann (Espírito) disse à esposa do médium Davi. Ele lhe lembrou que é possível, sim, modificar os programas maléficos em desdobramento, através de radical transformação interior e alteração de conduta. “Colhem-se os frutos, doces ou amargos, das árvores que se plantam. O triunfo do mal somente é possível quando com ele as pessoas sintonizam, negando-se ao bem que podem e devem realizar”, acrescentou o médico. “Os servidores do Bem – concluiu o amigo espiritual – não necessitam empanturrar-se das coisas transitórias que deixarão com a morte, mas, sim, devem amealhar as moedas morais da coragem, da abnegação, da confiança em Deus, do amor, com que jamais lhes faltará na Terra e fora dela o necessário para serem felizes. O mais são engodo, fuga alucinada, abandono da realidade, sob os vapores da fantasia que os deixam nas horas decisivas, quando perceberão as mãos vazias...” (Obra citada. Últimas Advertências, pp. 245 e 246.)

91. É correto dizer que a morte não modifica a ninguém, apenas nos transfere a outra dimensão?

Sim. Os fatos demonstram que o fenômeno da morte, ao libertar o Espírito das amarras carnais, apenas o transfere de uma para outra dimensão, preservando-lhe os valores, positivos ou negativos, com os quais se houve no mundo. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

92. Que ocorre então ao Espírito cuja conduta na derradeira existência não primou pela correção e pela honestidade?

Deparando-se com a própria realidade, ele permanece errático, associando-se a outros com os quais se afina, formando assim, qual ocorre entre os homens, hordas e legiões perniciosas. Quando algum deles se dá conta da própria situação, caindo em si e decidindo pela mudança de comportamento, Benfeitores diligentes que o assistem, sem que o saiba, acorrem a auxiliá-lo, recambiando-o para outro campo vibratório no qual se reeduca, reconsidera atitudes e reprograma o futuro. Permanecendo na rebeldia, na insensatez, na ociosidade, além de perturbar-se em longo curso, torna-se vítima de sicários mais impenitentes que o exploram e o utilizam para fins hediondos, até o momento em que luz a divina misericórdia e a expiação o reconduz ao processo reencarnatório, que o irá depurar. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

93. Embora o livre-arbítrio seja apanágio do Espírito, há momentos em que, para evitar um mal maior, pode ser ele cerceado?

Sim. Pelo menos é o que se deu no caso de Estefânio, o hábil mistificador, que enganou o médium Davi. Ao se ver descoberto, ele começou a exigir: “Libertem-me. Sou peixe miúdo na sua rede. Não tenho valor. Apenas cumpro meu dever, obedecendo ordens superiores, poupando-me problemas”. Muito calmo, Fernando lhe respondeu: “Bem o sabemos. Conhecemos pessoalmente a organização a que você pertence e temos interesse em contatar com os seus chefes, especialmente com o Soberano”. E, em seguida, acrescentou: “Mesmo que o nosso Davi resvale na alucinação que vitaliza, e para a qual o amigo contribuiu, não mais lhe terá acesso à hospedagem mental nem acompanhará o desenrolar dos acontecimentos em pauta. Momento chega, no qual cessa o livre-arbítrio individual e se expressa a Lei. Toda liberdade tem limite e este é a fronteira do direito, da alheia liberdade, sem o que se abrem os fossos da libertinagem, do desvario. Você e os nossos irmãos, seus servidores, ficarão aqui detidos, para posterior remoção, no momento hábil”. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 251 a 253.)

94. Por que o médium Davi envolveu-se numa briga que, no final, acabou levando-o à morte?

Ele participava de um leilão em um elegante clube e, em dado momento, se interessou por uma peça antiga que decidiu adquirir. Um oponente dispôs-se a competir com ele. O preço tornou-se muito alto, mas Davi acabou arrematando o objeto, com júbilo e estardalhaço. Revoltado, o opositor explodiu com referências acusatórias: “O seu dinheiro é ganho pelo dr. Hermann, e, portanto, em grande quantidade, como charlatão e explorador da credulidade e da ignorância generalizada. Eu, não. Ganho e vivo do meu trabalho”. Gargalhadas ressoaram no recinto. Sacudido pela acusação intempestiva, Davi avançou, irado, e atirou-se contra o adversário, engalfinhando-se os dois em luta vulgar, até que alguns presentes e empregados da Casa os separaram, diante do constrangimento de todos. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 257 e 258.)

95. Se a briga havia terminado, que fato levou Davi à morte?

Ambos continuavam no clube, onde a festa teria continuidade, mas Davi encontrava-se possesso pelo ódio, semi-incorporado por seu adversário desencarnado que, técnico em obsessão, seguia dominando os painéis mentais do sensitivo, que não tinha o menor controle sobre os próprios atos. Subitamente, acionado por um comparsa do obsessor, o oponente de Davi levantou-se e, aproximando-se da mesa em que ele se encontrava, golpeou-lhe a face. Davi ergueu-se e sacou da arma. O impacto da cólera, no entanto, foi de tal natureza, e o choque tão terrível, que, antes de acionar o gatilho, Davi levou a mão ao peito, deu um grito e tombou fulminado por violento e brutal enfarte do miocárdio, sobrevindo-lhe, momentos depois, a morte corpórea. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 258 e 259.)

96. Quem era o inimigo desencarnado de Davi que tivera participação direta na briga e, portanto, na sua morte?

Seu nome quando nasceu na Sibéria, no longínquo século XIV, fora Tuqtamich. Descendente de Gengis Khan, foi senhor absoluto da região de Qiptchaq, quando recebeu apoio de Timur Lang e devastou a Rússia. Posteriormente, seu aliado inimizou-se com ele e o venceu, arrasando o seu reino e espoliando-o terrivelmente. Havendo desencarnado em desgraça, por volta de 1406, sua impiedade competia com a dos adversários, cada qual mais cruento e sanguinário. Quando da eleição do Soberano das Trevas, fez parte do séquito que o apresentou, passando depois à condição de ministro do seu reino de vandalismo espiritual. (Obra citada. Novos Rumos, pp. 260 a 262.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/05/blog-post_09.html

 

  

 

 

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