Das crises que enfrentamos, qual a mais séria?
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
O
vocábulo “crise” tanto pode designar uma conjuntura ou momento perigoso,
difícil ou decisivo, como a falta de alguma coisa considerada importante, como
por exemplo crise de emprego, crise de responsabilidade, crise de valores.
O
Brasil, e não apenas o Brasil, depara-se com vários tipos de crise. O altíssimo
índice do desemprego é uma delas e, certamente, uma das mais sérias. Outra é a
chamada crise moral, cuja solução – dada a sua abrangência – não é nada fácil.
Não
é fácil porque a crise de valores morais extrapola as fronteiras do País, não
importa que o lugar seja um país do Primeiro Mundo ou do Terceiro, pois o homem
é sempre o mesmo, onde quer que viva, fato que não causa surpresa alguma aos
espiritistas, que sabem que os traços fisionômicos, a bolsa recheada ou a cor
da pele nada têm a ver com a condição evolutiva do Espírito reencarnado.
Planeta
de provas e expiações, é natural que na Terra reencarnem indivíduos moralmente complicados
e endividados. Nossos erros e vacilações do passado têm sido numerosos, o que faz
com que, ao lado de pessoas honestas e sinceras, se encontrem no mundo
indivíduos desonestos e venais.
Entendemos,
no entanto, que já passou a hora da mudança e que não é possível que em pleno
Terceiro Milênio, dois mil anos depois do advento do Cristo, até para ingressar
numa faculdade as pessoas se valham de métodos que há muito deveriam ter sido
extirpados da sociedade em que vivemos.
Não
podemos, todavia, ter ilusões quanto a isso, porque a crise de valores, diferentemente
da crise econômica, demanda tempo e boa vontade para ser superada, pois ela diz
respeito à própria concepção que temos da vida. Se essa concepção é de fundo
materialista, nada mais natural que as coisas continuem como são. Outro, no
entanto, deveria ser o comportamento dos que se dizem adeptos do Cristianismo.
De
que vale ao homem ganhar o mundo e perder a si mesmo? – perguntou Jesus há mais
de dois mil anos, mostrando-nos que a ética cristã não se concilia com a
fraude, a corrupção, os desmandos e a má administração dos recursos públicos.
As
religiões bem que poderiam abrir os olhos aos que nisso se comprazem,
mostrando-lhes que eles se enganam e que seu sucesso será, diferentemente do
que imaginam, vão, enganoso e muito curto. Afinal, que representa uma
existência de 80 anos comparada à vida imortal de um Espírito?
Certamente,
isso não será suficiente para pôr fim a esse estado de coisas que se arrasta e
se avoluma. Mas constituirá um bom começo, a que os espiritistas não podem faltar,
confiantes no reconhecido poder moralizador do Consolador prometido por Jesus e
na clareza de sua mensagem.
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