A mão que agride é a mesma que acaricia
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Examinando
a ideia bastante frequente de que educar os filhos é tarefa muito difícil,
conhecido psicólogo fez, algum tempo atrás, oportunas advertências a respeito
da importância do carinho e do amor na tarefa de educação dos filhos e de
construção de um lar que permita à criança tornar-se um adulto capaz de agir e viver
dignamente.
Lembrando
que, ante a teimosia e as travessuras dos filhos, muitos pais se descontrolam e
partem para a agressividade, o psicólogo citado alerta que educar crianças é,
entre outras coisas, transformar impulsos selvagens em capacidade de afeto.
“Quando o sangue ferve, recomenda ele, o melhor é sair de cena e pedir ao
parceiro mais sóbrio que assuma o comando da situação.”
Essa
tese tem sido proposta por terapeutas diversos com apoio em pesquisas que
comprovam que em criança não se deve bater nem com uma flor. O pai que procura
domesticar e não educar pensa que seu método é eficaz, mas as consequências
futuras mostrar-lhe-ão o contrário, quando descobrir que os problemas advindos
de sua atitude são maiores do que a causa que deu motivo ao castigo, seja ele
físico ou moral.
Essa
postura dos psicólogos modernos não difere, na essência, do que nos ensina o
Espiritismo. Dentro de uma perspectiva espírita, adverte J. Herculano Pires, a
educação não consiste apenas na integração das novas gerações na sociedade e na
cultura do seu tempo, mas é também o processo de desenvolvimento das
potencialidades do ser nesta nova existência, com vistas ao seu futuro
transcendente.
Toda
pessoa traz consigo, em cada passagem pelo orbe, os resultados do seu desenvolvimento
anterior em existências precedentes, os quais começam a revelar-se desde os
primeiros anos de vida em suas tendências e no conjunto das manifestações do
seu temperamento. Cabe aos pais e aos educadores observar esses sinais e
orientar o seu ajustamento, corrigindo as deficiências e os exageros na medida
do possível.
A
criança não é um indivíduo novo, mas um ser reencarnado, alguém que voltou à
existência terrena depois de inúmeras passagens por aqui, trazendo, portanto,
um vasto acervo de experiências negativas e positivas em sua mente de
profundidade. Ela precisa, então, de alguém que a ampare e oriente, que a
proteja e eduque. Mas ninguém educará pessoa alguma a não ser pelo amor, porque
– repetindo aqui palavras de Herculano – só o amor educa, só a ternura faz as
almas crescerem no bem.
A
mão que agride é a mesma que embala, que cuida, que acaricia, mas, em sã
consciência, jamais deveria ser instrumento de agressão.
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário