Revista
Espírita de 1860
Allan
Kardec
Parte
1
Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
Cada
parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
A coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Que importância tem Deus para o Espiritismo?
B.
O perispírito pode tomar a forma desejada pelo Espírito?
C.
Os desencarnados possuem vestimentas?
D.
Que qualidades dos médiuns mais atraem os bons Espíritos?
Texto para leitura
1.
O ano de 1860 foi, para o Espiritismo, um ano fecundo e foi nele que Allan
Kardec iniciou suas viagens de propaganda e orientação do movimento espírita
francês, começando por Lyon. (Prefácio)
2.
É uma perda de tempo discutir com gente que desconhece o abc daquilo de que fala.
"Estudai primeiro, e veremos depois", propõe Kardec. (P. 1)
3.
Com a certeza do futuro, tudo muda de aspecto: o presente é coisa efêmera;
vemo-lo escoar-se sem tristeza; o homem é menos dado aos gozos terrenos,
porque estes não lhe trazem senão uma sensação fugidia. (P. 3)
4.
O Espiritismo é forte porque se apoia nas bases da religião: Deus, a alma, as
penas e recompensas futuras, baseadas naquilo que fazemos. (P. 4)
5.
No dia 16/12/1859 o jornal Siècle
informou que o Magnetismo animal, conduzido à Academia pelo dr. Paul Broca e
experimentado por diversos médicos, era a grande novidade do dia. A esses fatos
em 7 de julho de 1852, sete anos antes, o médico escocês dr. Braid chamou de
hipnotismo. (P. 8)
6.
Kardec alude aos métodos usados pelo Abade Faria e pelo dr. Paul Broca para
hipnotizar as pessoas. (PP. 8 e 9)
7.
Eis os fenômenos atribuídos ao hipnotismo pelo dr. Braid: a) exaltação da
sensibilidade; b) sentimentos sugeridos; c) ideias provocadas; d) acréscimo de
força muscular. Um paciente hipnotizado pelo dr. Braid conseguiu levantar com o
polegar um peso de 14 quilos e girá-lo em torno de sua cabeça, certo de que o
peso era leve como uma pluma. (PP. 10 e 11)
8.
O Conde R..., quando dormia, foi evocado por Kardec e disse que seu corpo
dormia, isto é, estava mais ou menos inerte, diferentemente dos sonâmbulos, que
não dormem. (P. 13)
9.
No dia seguinte, o Conde R... contou que tinha sonhado que se achava na
Sociedade, entre Kardec e o médium. (P. 15)
10.
Evocado de novo na semana seguinte, o Conde R... informou que ele poderia ir a
outros planetas situados no mesmo grau da Terra. (P. 18)
11.
Aconselha um Espírito familiar que, quando experimentarmos qualquer pesar,
devemos resistir e fazer todo esforço para não nos abandonarmos à tristeza,
lembrando que nada se obtém sem trabalho. (P. 21)
12.
O mesmo Espírito, falando sobre a eternidade, diz que esta é feita de dois
períodos: o da prova, que poderia chamar-se de incubação, e o da eclosão, ou
entrada na vida verdadeira, a da felicidade dos eleitos. (P. 22)
13.
É grave erro imaginar que um imbecil, um ignorante, se torna um gênio, um
sábio, desde que deixou seu invólucro material. (P. 26)
14.
Jobard critica os que ocultam seus nomes na veiculação dos fatos espíritas. Diz
Jobard: "Hoje que, enfim, as academias admitem o magnetismo e o
sonambulismo, primos-irmãos do Espiritismo, é necessário que seus partidários
se disponham a assinar com todas as letras. O medo do que dirão é um sentimento
covarde e mau". Kardec o apoia com restrições. (P. 28)
15.
Kardec diz que certos Espíritos reveem com prazer os lugares onde viveram e
sentem o encanto da saudade. (P. 29)
16.
O Sr. Thiry observa que muitos Espíritos sofredores pedem o auxílio da prece,
para lhes abrandar as penas; mas, como podem ser perdidos de vista, propõe que
em cada sessão o Presidente lhes lembre os nomes. (P. 30)
17.
O Espírito pode dar ao perispírito a forma que deseje, como ocorreu com o rei
de Kanala, que apareceu de cabeça branca e mãos negras. (P. 31)
18.
Uma mensagem recebida em Lyon diz que a reforma da Humanidade se prepara pela
encarnação na Terra de Espíritos melhores e pelo exílio dos homens votados ao
mal, que reencarnarão em um mundo inferior à Terra. (P. 40)
19.
Após debater o assunto, a Sociedade concluiu que o Espírito pode decair como
posição, mas não quanto às aptidões adquiridas. (P. 41)
20.
Kardec diz que as aparições espontâneas são bastante frequentes, mas acidentais
e quase sempre motivadas por uma circunstância especial. (P. 41)
21.
Os Espíritos podem ser vistos sob vários aspectos, dos quais o mais frequente é
a forma humana. (P. 42)
22.
Suas vestes geralmente se compõem de um panejamento, terminando em longa túnica
flutuante. Isso quanto aos Espíritos superiores, mas os Espíritos vulgares
quase sempre têm uma roupa semelhante à usada nos últimos tempos. (P. 42)
23.
Os Espíritos superiores têm sempre um rosto belo, nobre e sereno; ao contrário,
os inferiores apresentam uma fisionomia vulgar. (P. 43)
24.
Entre as faculdades do Sr. Home, uma permitia fazer aparecerem mãos tangíveis
que podiam ser apalpadas e pegar objetos. (P. 43)
25.
Recomenda Kardec: quando um efeito não for inteligente por si mesmo e
independente da inteligência dos homens, devemos olhá-lo duas vezes antes de
atribuí-lo aos Espíritos. (P. 45)
26.
A natureza das comunicações é sempre relativa à natureza do Espírito e traz o
cunho de sua elevação ou inferioridade, do seu saber ou ignorância. (P. 45)
27.
Para que uma comunicação seja boa, é preciso que venha de um Espírito bom, e é
necessário, para isso, um bom instrumento. (P. 47)
28.
Os Espíritos devotados ao bem procuram em seus intérpretes, além da aptidão
fisiológica, certas qualidades morais, entre as quais figuram em primeira linha
o devotamento e o desinteresse. (P. 47)
Respostas às
questões propostas
A. Que importância
tem Deus para o Espiritismo?
O
conceito de Deus é tão importante na Doutrina Espírita que Kardec chegou a
afirmar que o Espiritismo é forte porque se apoia nas bases da religião: Deus,
a alma, as penas e recompensas futuras, baseadas estas naquilo que fazemos. (Revista Espírita de 1860, p. 4.)
B. O perispírito
pode tomar a forma desejada pelo Espírito?
Sim.
O Espírito pode dar ao perispírito a forma que deseja, como ocorreu com o rei
de Kanala, que apareceu na reunião de cabeça branca e mãos negras. (Obra citada,
p. 31.)
C. Os desencarnados
possuem vestimentas?
Os
Espíritos podem ser vistos sob vários aspectos, dos quais o mais frequente é a
forma humana, e suas vestes se compõem, geralmente, de um panejamento,
terminando em longa túnica flutuante. Isso quanto aos Espíritos superiores,
pois os Espíritos vulgares quase sempre têm uma roupa semelhante à usada nos
últimos tempos. (Obra citada, p. 42.)
D. Que qualidades
dos médiuns mais atraem os bons Espíritos?
Os
Espíritos devotados ao bem procuram em seus intérpretes, além da aptidão
fisiológica, certas qualidades morais, entre as quais figuram em primeira linha
o devotamento e o desinteresse. (Obra citada, p. 47.)
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