De mil passará, mas a 2000 não chegará...
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Como
alguns talvez se lembrem, a ideia relativa ao chamado final dos tempos assustou
muita gente às vésperas do ano 2000, tal como teria acontecido, segundo alguns
historiadores, por ocasião do ano 1000, fato que deu origem a uma conhecida
frase: “De mil passará, mas a 2000 não chegará”.
Naquela
oportunidade – mais de mil anos atrás – o resultado da crença no fim do mundo
foi um desastre. Ninguém mais quis trabalhar nem estudar; não se começava
nenhuma obra nova; as classes abastadas cuidavam de aproveitar a vida, de gozar
o mais possível, já que em pouco tempo nada mais existiria...
Chegou,
porém, o ano 1000 e nada aconteceu. O Sol continuou a brilhar todos os dias, as
estações chegaram a seu tempo e o desapontamento de alguns, ao lado da alegria
da maioria, foi marcante. Os indivíduos interessados na perpetuação da crença
no fim do mundo arranjaram logo uma desculpa: houvera erro de contagem e o fim
do mundo seria no ano seguinte. Passou-se mais esse ano e nada sucedeu.
Apareceram então outras pessoas, iludidas ou interesseiras, que declararam que
a data de mil anos deveria ser contada a partir da morte de Jesus e não do seu
nascimento – e todo mundo teve de esperar mais 33 anos. O tempo correu, vieram
os 33 anos de espera, e nada! A Terra continuava a girar como sempre, viva como
nunca, apesar das explicações dos sábios da teologia. A profecia do Milênio
acabou, por fim, desacreditada, desmoralizada mesmo, e os homens voltaram ao
ritmo natural da vida.
Não
existe em nenhum lugar dos chamados livros sagrados qualquer alusão à data de
extinção de nosso mundo. Tudo o que se fala por aí, em nome das diversas
religiões, é mais ou menos a repetição da profecia a que aludimos. Como o mundo
não se findou no ano 1000, quem sabe não se findaria no ano 2000? Mas o que
existe sobre o assunto não passa de hipótese sem fundamento algum.
Com
efeito, conforme o evangelista Marcos, Jesus afirmara, a respeito desse dia ou
dessa hora, que “ninguém sabe quando há de ser, nem os anjos do céu, nem o
filho, mas só o Pai” (Marcos, 13:32). Assim, caso vá ocorrer um dia a extinção
deste planeta, só Deus sabe se isso se dará e quando.
Existe,
ademais, outro aspecto a considerar no tocante ao chamado final dos tempos.
Segundo as anotações de Mateus, após a descrição das dores, das tristezas e do
quadro de desolação geral que se abaterá sobre o planeta, Jesus declarou:
“Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; e porque
abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará; mas aquele que perseverar
até o fim será salvo. E este Evangelho do reino será pregado em toda a Terra,
para servir de testemunho a todas as nações. É então que o fim chegará” (Mateus,
24:11-14).
Tais
palavras significam que o fim do mundo virá quando o Evangelho for pregado em
toda a parte. Ora, não tem lógica supor que Deus destruirá a Terra justamente
quando ela estiver ingressando no caminho de sua restauração moral pela prática
dos ensinamentos evangélicos. E mais: nada há nas palavras do Cristo que indique
ou sugira a destruição física do planeta, fato que, em tais condições, não se justificaria.
Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, dá à profecia um outro sentido, acorde com os ensinos dos Espíritos superiores acerca da Terra e da vida em outros planetas.
Com efeito, a Terra é um planeta ainda bem grosseiro, um mundo de provas e expiações, em que o mal predomina. Abaixo dela, em termos evolutivos, somente os mundos primitivos; acima dela, três categorias de planetas: mundos de regeneração, mundos felizes e mundos celestes.
Nosso planeta tem, portanto,
um largo destino à sua frente, e a mudança que nele se espera é sua elevação à
condição de mundo regenerador, em que as pessoas autorizadas a nele nascer trarão
consigo o ideal cristão e a predisposição para fazer com que o Evangelho do
reino seja conhecido e efetivamente praticado.
É,
pois, o fim do mundo velho, do mundo governado pelos preconceitos, pelo
orgulho, pelo egoísmo, pelo fanatismo, pela cupidez, por todas as paixões
pecaminosas, a que o Cristo aludiu ao dizer: “Quando o Evangelho for pregado
por toda a Terra, então é que virá o fim”.
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Além do que, qual o problema da extinção do planeta Terra se existem várias moradas na Casa do Pai?
ResponderExcluirAdorei o texto.
ResponderExcluirÉ o que eu penso.