A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 20
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Há no Mundo Espiritual diversos
planos de existência?
B. As condições de vida nesses planos
são diferentes entre si?
C. Quantas são as esferas espirituais
que circundam a Terra?
Texto para
leitura
256. No Outro Mundo, como neste,
existem vários planos de existência, mundos superpostos, uns acima dos outros,
constituindo uma espécie de escada de perfeição. Na Terra, é, também, assim:
existe o lugar para o camponês iletrado e para o homem de Ciência. Os índios e
selvícolas não poderiam viver em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Tudo no Outro
Mundo obedece a uma ordem espiritual bem determinada, sem privilégios, nem
exclusões. (A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
257. Desde o primeiro passo, logo a
começar da superfície da Terra, até o último, conta-se grande variedade de
planos de vida, ou sejam, Mundos Espirituais, para usar de uma linguagem mais
aproximada à compreensão, porque não existe expressão nos vocabulários comuns
para caracterizar a natureza desses mundos, que chamaremos semimateriais ou
fluídicos. Provavelmente, esses planos é que foram simbolizados, na visão de
Jacó, por uma escada com inumeráveis degraus que, apoiados na Terra, chegavam
ao Céu. (Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
258. A lei do progresso rege de modo
perfeito a evolução anímica. Os Espíritos, revestidos de seu corpo
perispiritual, não podem viver num meio que não esteja de acordo com sua
vestimenta espiritual, e esta vibra sempre ao ritmo da elevação de cada um, em
sabedoria e moralidade. (Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo
Espiritual.)
259. Uma região isenta, por exemplo,
de oxigênio, seria hostil a Espíritos que ainda precisam de oxigênio para
viver. Uma região em que não predomina o carbono não poderia ser habitada por
Espíritos que necessitam, pela sua condição ainda de inferioridade, de carbono
para a manutenção do seu corpo perispiritual. (Obra citada – Cap. XVIII – Os
Planos do Mundo Espiritual.)
260. O indivíduo sentir-se-ia
desequilibrado, e sua condição média tornar-se-ia infeliz, sofredora,
insuportável, se assim não fosse. Tudo obedece a uma ordem e harmonia
admiráveis na criação. Daí a necessidade desses diversos planos, como garantia
de vida aos que fazem sua evolução para um estado melhor. (Obra citada – Cap.
XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
261. Os antigos tinham noções destes
princípios e acreditavam na existência de muitos céus superpostos, que se
compunham de matéria sólida e transparente, formando esferas concêntricas e
tendo a Terra por centro. (Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo
Espiritual.)
262. Esta teogonia fez, dessa escala
de céus, diversos graus de bem-aventurança: o último deles seria o abrigo da
suprema felicidade. A opinião comum era a de que havia sete céus ou esferas; em
cada um deles, em sentido ascendente, aumentava a felicidade dos crentes.(1)
Os muçulmanos admitem nove céus. O astrônomo Ptolomeu contava onze, e
denominava o último Empíreo, por causa da luz brilhante que ali reinava. (Obra
citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
263. A teologia católica admite três
céus: o primeiro, a região do ar e das nuvens; o segundo, o espaço em que giram
os astros; e o terceiro, para além deste, é a morada do Altíssimo, a habitação
dos que o contemplam face a face. É conforme essa crença que o apóstolo Paulo
diz que foi arrebatado até o “terceiro céu”. (Obra citada – Cap. XVIII – Os
Planos do Mundo Espiritual.)
264. É crença unânime que, sob uma ou
outra denominação, essas esferas superpostas constituem a habitação das almas,
o Mundo Espiritual. Na verdade, seria ilógico e verdadeiro contrassenso
julgarmos um vácuo a atmosfera que nos rodeia, o nada dos ignorantes de então. (Obra
citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
265. A constituição física e química
da atmosfera era ignorada dos povos passados. Ainda na Idade Média não se tinham
do estado gasoso da matéria senão noções rudimentares. Sobre a vida, mesmo, só
se sabia que ela se extinguia por falta de ar; mas não se conhecia o mecanismo
da combustão e da respiração. (Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo
Espiritual.)
266. Foi o gênio ilustre de Lavoisier
que deu os primeiros passos para a descoberta dos elementos contidos no ar que
respiramos. Foi tão grande a descoberta desse insigne francês, e tão iluminado
era o famoso químico, que em 8 de março de 1794, quando sua cabeça rolou sobre
o patíbulo, o ilustre matemático Lagrange disse: “Cem anos não serão bastantes
para produzir outra cabeça semelhante”. (Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos
do Mundo Espiritual.)
267. Hoje podemos afirmar muito mais
que Lavoisier; sabemos que tudo o que existe no nosso corpo existe na atmosfera.
(Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
268. Sabemos que em nossa atmosfera
vivem inúmeros micróbios, flutuam ovos de infusórios, partículas de algodão, de
farinha, de penas, matérias que se evolam das fábricas, que saem da combustão,
do enxofre e outros sais etc. Só nas costas da Bretanha e da Normandia
calcula-se que um hectare de terreno não recebe menos, anualmente, de 147
quilogramas de matérias sólidas, das quais 37 quilogramas são de sal marinho. (Obra
citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
269. Não é preciso estender-nos em
considerações para provar que o ar é alguma coisa e que contém muita coisa; não
é o vazio que se apresenta aos nossos olhares acanhados. O Espiritismo,
penetrando fundamente na Ciência, abre brechas ao pensamento, e dá, ao mesmo
tempo, razão à crença cega dos povos antigos que, em sua concepção infantil, proclamavam
os céus sobrepostos, cada qual mais adiantado, crença essa que se confirma
agora com dados científicos e as revelações de caráter coletivo que estão sendo
feitos e verificados em todos os pontos do globo. (Obra citada – Cap. XVIII –
Os Planos do Mundo Espiritual.)
270. Não há dúvida: existem planos de
existência, de vida em mundos superpostos, uns acima doutros, constituindo, no
seu conjunto, uma espécie de escada de perfeição. (Obra citada – Cap. XVIII –
Os Planos do Mundo Espiritual.)
(1) De acordo com o livro Cidade
no Além, cap. IV, de Heigorina Cunha, o campo magnético da Terra seria
dividido em sete esferas: 1 – o Umbral “grosso”; 2 – o Umbral médio; 3 – o
Umbral superior, onde se localiza “Nosso Lar”; 4 – região da arte, da cultura e
da ciência; 5 - região do amor fraterno universal; 6 – diretrizes do planeta; e
7 – abóbada estelar.
Respostas às
questões preliminares
A. Há no Mundo Espiritual diversos planos de existência?
Sim. Existem na erraticidade inúmeros
planos de existência, mundos superpostos, uns acima dos outros, constituindo
uma espécie de escada de perfeição. Na Terra é, também, assim: existe o lugar
para o camponês iletrado e para o homem de Ciência. Os índios e selvícolas não
poderiam viver em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Tudo no Outro Mundo obedece a
uma ordem espiritual bem determinada, sem privilégios, nem exclusões. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XVIII – Os
Planos do Mundo Espiritual.)
B. As condições de vida nesses planos são diferentes entre
si?
Sim. A lei do progresso rege de modo
perfeito a evolução anímica. Os Espíritos, revestidos de seu corpo
perispiritual, não podem viver num meio que não esteja de acordo com sua
vestimenta espiritual, e esta vibra sempre ao ritmo da elevação de cada um, em sabedoria
e moralidade. Uma região isenta, por exemplo, de oxigênio, seria hostil a
Espíritos que ainda precisam de oxigênio para viver. Uma região em que não
predomina o carbono não poderia ser habitada por Espíritos que necessitam, pela
sua condição ainda de inferioridade, de carbono para a manutenção do seu corpo
perispiritual. (Obra citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
C. Quantas são as esferas espirituais que circundam a
Terra?
A opinião comum era a de que havia
sete céus ou esferas; em cada um deles, em sentido ascendente, aumentava a
felicidade dos crentes. Os muçulmanos admitem nove céus. O astrônomo Ptolomeu
contava onze, e denominava o último Empíreo, por causa da luz brilhante que ali
reinava. A teologia católica admite três céus: o primeiro, a região do ar e das
nuvens; o segundo, o espaço em que giram os astros; e o terceiro, para além
deste, é a morada do Altíssimo, a habitação dos que O contemplam face a face. (Obra
citada – Cap. XVIII – Os Planos do Mundo Espiritual.)
Observação:
Para acessar a Parte 19 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/06/blog-post_03.html
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