Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 9
Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.
Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
57. Quem era a
Entidade que induzira o padre ao suicídio?
Conforme já vimos,
Madame X (o mesmo padre Mauro em existência anterior) celebrizou-se no período
napoleônico pela insensatez e cobiça, utilizando-se da sua mansão-bordel para
as extravagâncias, nas quais infelicitou muitas pessoas. O Espírito que ora a
induzia ao suicídio é mais um daqueles que foram dilapidados nos sentimentos e
trucidados na razão, em face do desbordar de paixões que a infeliz proxeneta de
luxo se permitia na sua corte de depravados, na qual misturava favores sexuais
com interesses políticos, tornando-se agente de conciliábulos perversos que
mutilaram muitas pessoas. Vitimado, naquele período, pela astúcia de um inimigo
junto à política vigente, Madame X intermediou sua queda, conduzindo-o a uma
armadilha muito bem urdida, na qual perdeu a existência corporal, além de ter
enlameada a memória. (Sexo e Obsessão, capítulo 10: Recomeço difícil e
purificador.)
58.
Quem foi e quando viveu o marquês de Sade?
Considerado por uns como sendo grande novelista, por outros
como um atormentado portador de distúrbios mentais e emocionais, especialmente
no que diz respeito à conduta sexual, Donato Afonso Francisco, mais conhecido
como marquês de Sade, nasceu em Paris, descendente de uma família das mais
nobres e distintas da Provença. Havendo ingressado na cavalaria aos catorze
anos, dali saiu na condição de segundo tenente e membro do regimento do rei.
Logo depois, durante a guerra dos Sete Anos, na Alemanha, alcançou o posto de
capitão. Em 1763, havendo regressado
à França, seu país natal, casou-se com uma das filhas do presidente Montreuil,
havendo sido, de alguma forma, enganado, porque amava a outra filha, a mais
jovem, que a família encaminhara ao convento, fato que causou um grande
desgosto ao capitão e arruinou-lhe a vida interior. (Obra citada, capítulo 10:
Recomeço difícil e purificador.)
59. Que tipo de
obras literárias o marquês de Sade legou à posteridade?
Ele deixou um imenso
legado de obras, principalmente comédias que foram representadas em Paris e em
Versalhes, licenciosas e autobiográficas das práticas que realizara. Embora
expressiva e volumosa, sua literatura não se destaca pela qualidade, mas
certamente pela vulgaridade. Os seus desregramentos na área da sexualidade
deram lugar a uma designação derivada do seu nome para um tipo de perversão
sexual, que passou a ser conhecida como sadismo. (Obra citada, capítulo 10:
Recomeço difícil e purificador.)
60. Os Benfeitores
valem-se do auxílio de animais desencarnados, adestrados para a tarefa, em suas
excursões socorristas?
Sim. E era
exatamente isso que ocorreria na excursão liderada pelo Mentor Anacleto. Na
equipe socorrista dois jovens Espíritos estavam escalados para atuar, cada um dos
quais conduzindo um mastim de expressivo porte, ambos bem amestrados e mansos.
Os jovens que os conduziam pareciam excelentes amestradores que os iniciaram na
identificação dos fluidos perniciosos e das vibrações deletérias das regiões
espirituais inferiores, e se apresentavam exultantes com a possibilidade de
contribuir em favor do êxito do empreendimento em pauta. (Obra citada, capítulo
11: Retorno à cidade pervertida.)
61. Como agem os
serviçais das paixões vis?
Quando os serviçais
e agentes do sexo perturbado direcionam o pensamento para alguém, e
concedem-lhe assistência nefasta, a sua insistência é tão grande e pertinaz que
são poucos aqueles que conseguem evadir-se do cerco ou superar-lhes a pressão
doentia, escravagista. Inspiram a mentirosa excelência do gozo, dão ideia de
que a pessoa está perdendo excelentes oportunidades de ser feliz e que, afinal,
a vida não pode ser levada tão a sério que dispense as suas concessões carnais,
visto que o tempo monástico não mais se instalará na Terra... Noutras vezes,
auxiliam por inspiração reflexões perturbadoras, procurando diminuir a
gravidade dos compromissos sem responsabilidade, a banalização dos
relacionamentos apressados e das múltiplas experiências como fonte de vida, em
terríveis conciliábulos que, não poucas vezes, resultam exitosos para os seus
delineamentos. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)
62. Mesmo quando
resistem às influências espirituais nefastas, o perigo continua?
Sim. Segundo o
Mentor, muitos conseguem resistir às influências nefastas que nem sempre lhes
encontram guarida na mente ou no sentimento, mas acabam, às vezes, tornando-se
vítimas de companhias encarnadas que se corromperam e se oferecem para o
banquete da loucura, alcançando-os com maior facilidade: “É-lhes possível
resistir às interferências espirituais pelo pensamento, renovando-se e
impondo-se ideias edificantes, no entanto, quando perseguidos por pessoas amigas
que se transtornam e passam a assediá-los, o problema se lhes faz mais grave”.
É preciso, pois, vigilância permanente. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à
cidade pervertida.)
63. Qual era o
quadro reinante na cidade pervertida?
Um pandemônio
reinava ali por toda parte. A sensualidade desbordante tomava conta dos
alucinados em transe de loucura. O desfile dos carros alegóricos expressando as
organizações genitais deformadas e absurdas, os atos praticados em grupos
vulgares e desvairados, inspiravam compaixão, não fosse a náusea que
provocavam. Tudo ali fazia recordar os lupanares de baixa categoria e os antros
da mais sórdida vulgaridade sexual animalizada. Estátuas horrendas, decorações
absurdas, construções aberrantes, tudo era calcado no sensualismo chocante, ao
tempo em que as músicas estridentes faziam-se acompanhar por detrás de conteúdo
chulo e palavreado grosseiro, enquanto seres humanos transformados em bestas
animalescas serviam de condução a hediondas personagens que as conduziam,
utilizando-se de rédea e chicote, seminuas ou vestindo-se primitivamente com o
que pareciam couro negro escuro e brilhante, tendo adereços e argolas
grosseiras penduradas em várias partes do corpo, incluindo o sexo de aparência
descomunal... Tudo eram referências às mais vis expressões da conduta
desregrada do abuso sexual. Grupos desfilavam exibindo espetáculos coletivos de
caráter sadomasoquista, em que as aflições que eram infligidas aos seus membros
produziam gritos e dilacerações absurdas, mutilações e flagelos entre
gargalhadas estentóricas e zombeteiras, como a imaginação mais exagerada não é
capaz de conceber. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)
Observação:
Para acessar a parte 8 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/01/blog-post_09.html
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