quarta-feira, 30 de abril de 2014

O mundo de regeneração está próximo?



Foi um confrade de São Paulo quem nos alertou para uma nova onda que parecia invadir e acabou realmente invadindo o meio espírita, segundo a qual estaria bem próximo o advento do chamado mundo de regeneração, um assunto a que Jesus se referiu no conhecido sermão profético, que o Evangelho de Mateus registrou no cap. 24, em que o Mestre alude ao chamado final dos tempos, quando “o evangelho do reino será pregado em todo o mundo”.
A classificação dos mundos habitados e suas características principais são tratadas por Allan Kardec no cap. III d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Nesse capítulo, o Espírito de Santo Agostinho refere-se aos mundos de regeneração e transmite acerca deles as informações que se seguem:

 “Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes; a alma que se arrepende neles encontra a calma e o repouso, acabando de se depurar. Sem dúvida, nesses mundos, o homem está ainda sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e os vossos desejos, mas está livre das paixões desordenadas, das quais sois escravos; neles não mais de orgulho que faz calar o coração, de inveja que o tortura, de ódio que o sufoca; a palavra amor está escrita sobre todas as frontes; uma perfeita equidade regula as relações sociais; todos se revelando a Deus, e tentando ir a ele, seguindo seus leis. (....)
“Comparados à Terra, esses mundos são muito felizes, e muitos de vós ficaríeis satisfeitos em aí se deterem, porque é a calma depois da tempestade, a convalescença depois de uma cruel moléstia; mas o homem, menos absorvido pelas coisas materiais, entrevê, melhor do que vós, o futuro; ele compreende que há outras alegrias que o Senhor promete para aqueles que delas se tornem dignos, quando a morte tiver ceifado de novo seus corpos para lhes dar a verdadeira vida.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 17.)

A elevação do planeta em que vivemos, de mundo de expiação e provas para mundo regenerador, requer que ocorra em nosso orbe uma série de transformações de ordem moral que nos parecem distantes dos dias em que vivemos.
O mal e seus derivados reinam soberanamente em nosso mundo, onde as guerras, a corrupção, a iniquidade, a violência, as desigualdades sociais e as injustiças se verificam em todos os continentes, e não apenas em alguns poucos lugares.
Em 1948, ano em que escreveu o livro “Voltei”, psicografado por Chico Xavier, diz Frederico Figner – que ali se valeu de um pseudônimo: Irmão Jacob – que dos dois bilhões de encarnados que viviam então no planeta mais da metade era constituída por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à espiritualidade superior não passavam de 30% da população global, distribuídos pelos diferentes continentes. (Cf. Voltei, 7ª edição, pág. 93.)
Ora, de 1948 até agora passaram-se menos de 70 anos, o que implica reconhecer que, com toda a certeza, muito pouco se alterou na qualificação dos habitantes do nosso planeta, ideia que é corroborada pelo quadro geral de decomposição e miséria moral a que nos referimos.
Acreditar que um planeta nestas condições se encontra próximo da elevação para um mundo regenerador parece-nos mais uma dessas crendices baseadas em previsões que jamais se confirmaram, conquanto os cristãos saibam muito bem que nem Jesus se aventurou a indicar uma data para essa mudança, acrescentando que, quanto a esse dia, nem ele nem os anjos podiam algo dizer, mas somente o Pai.





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