sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pílulas gramaticais (98)


Conforme conhecida norma da língua portuguesa, o pronome átono (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) deve ser colocado geralmente depois do verbo:
  • O curso inicia-se na terça-feira.
  • A eleição da diretoria verificou-se ontem.
  • Os estudos reiniciam-se hoje.
  • O atacante feriu-se na partida.
A essa colocação dá-se o nome de ênclise, que deve ser a norma em três situações bem claras:
  • Início de frase: Jogue-me a toalha.
  • Com gerúndio: A mulher partiu, deixando-nos sozinhos.
  • Com imperativo afirmativo: Soldados, levantem-se!
A ênclise, porém, jamais deve ocorrer nos casos em que o pronome venha depois do futuro do presente, do futuro do pretérito ou do particípio.
Estão erradas, pois, estas construções:
  • Direi-lhe.
  • Matarei-o.
  • O torneio iniciará-se.
  • A vida devolveria-o.
  • O João tem feito-nos de bobo.
  • Tenho dito-lhe.
Não cabendo a ênclise, e não podendo iniciar-se a frase com pronome átono, as orações acima devem ser assim redigidas:
  • Dir-lhe-ei.
  • Matá-lo-ei.
  • O torneio iniciar-se-á. (Ou: O torneio se iniciará.)
  • A vida devolvê-lo-ia. (Ou: A vida o devolveria.)
  • O João tem-nos feito de bobo. (Ou: O João nos tem feito de bobo.)
  • Tenho-lhe dito.
  

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