sábado, 19 de abril de 2014

Impasses da pós-modernidade eletrônica


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Amigo leitor, falemos agora sobre os impasses da pós-modernidade.
Se você declara imposto de renda e o fisco desconfia de suas informações, retém sua declaração com o que teria direito à devolução e, até o ano seguinte, quando já tem de declarar novamente seus rendimentos, você ainda não foi chamado para comprovar o que declarou e receber o que acredita ter direito com comprovante e tudo. A fila da “malha fina” é muito grande e não se consegue nem mesmo agendar uma data para levar os documentos solicitados no sítio da Receita...
Se você cadastrou uma senha, pela internet em um serviço público ou particular, trocou seu e-mail e esqueceu a senha, adeus... Não vai conseguir mais ter acesso ao serviço, pois o link não lhe dá opção de mudar o e-mail e o sistema lhe informa que a nova senha será enviada para o seu endereço eletrônico que não mais existe.
Se você adere a um serviço telefônico e, algum tempo depois, esse plano é reduzido pela metade do valor que você paga, nenhuma propaganda da empresa baixará pela metade sua conta a pagar, a não ser que você encerre a conta atual e faça novo contrato com a empresa. Entretanto, para encerrar seu contrato, terá de pagar uma multa que inviabiliza administrativamente a nova opção.
Se você não confere e contesta cobranças ilegais dos bancos, você vai sendo lesado, semana a semana, mês a mês, ano a ano, em conta-gotas. O prejuízo em sua conta é aparentemente pequeno, mas o lucro do banco baseado em descontinhos a milhões de correntistas é fabuloso.
Se você percebe em acesso à sua conta pela internet que lhe foi descontado um valor por uma compra jamais feita por você, pois estava num estado e a conta foi feita, naquele momento, em outro, o aborrecimento que terá a partir de então para acessar sua conta eletrônica será absurdo. Funcionário do banco fará inúmeros bloqueios em seu acesso e sua ida à agência, durante muito tempo, passará a ser uma rotina.
Outro dia, a esposa de Joteli comprou uma dúzia de copos pela internet. Todos chegaram inteiros e a satisfação foi grande. Meu secretário pegou um dos copos, encheu-o com água meio gelada, colocou-o sobre um lenço de papel, para não molhar a mesa de trabalho e, dez minutos depois, percebeu que a mesa estava ficando toda molhada. Olhou para o copo e este estava meia boca, não somente com relação ao conteúdo da água, como também sobre sua integridade vítrea: uma rachadura ocupava o copo de cima a baixo.
No dia seguinte, resolveu pegar outro copo da mesma marca para tomar água e... Surpresa! Metade do copo ficou no armário e a outra metade ficou em sua mão. E assim ocorreu com todos aqueles copos adquiridos pela internet...
O trabalho que dá para entrar em contato com a empresa, comprovar a fraude, etc., por vezes, não compensa a reclamação, pois o valor dos copos foi baixo. Pense, entretanto, em quantas pessoas foram lesadas com esse material? O lucro da empresa é certo, o prejuízo dos compradores também.
Enfim, amigo leitor, se a luta pelo direito é um direito de todos, o desgaste físico e emocional também. Ainda bem que temos o Ministério Público, o Procon, a Justiça Volante e a Polícia Federal, entre outros mecanismos para nos defender, não é mesmo, leitor amigo? 

Visite o blog Jorge, o sonhador: http://www.jojorgeleite.blogspot.com.br/


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