CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Apreciar é
uma arte.
A apreciação
consiste em amar e nunca possuir, pois a posse aprisiona tanto o ser possuído
quanto o seu possuidor.
Tudo é na
vida. Cada ínfima partícula é um ser que completa o todo.
O filho é o
companheiro mais próximo por suas várias razões decorridas ao longo do tempo,
mas é, antes de tudo, um olhar que quer o horizonte e necessita conquistar o
seu raio de luz. Deve, sim, receber orientação e amor, e nunca ser aprisionado
pela exigência paternal.
O cônjuge
pode ser um amigo a compartilhar as vitórias, a abraçar as causas justas, a
crescer e propiciar crescimento ao companheiro da hora. Também pode ser a
esposa como o marido notáveis inimigos a se reconciliarem no pulsar do tempo;
em ambos os casos são espíritos na gradação universal e precisam da liberdade
da vida.
Dessa forma,
o caminheiro fraterno pode ser um companheiro de mesmo ideal e de harmônica
sintonia, com o qual tanto se é capaz de realizar em benefício de um futuro
produtivo para muitos outros irmãos; como pode ser o caminheiro de vivências
anteriores, tão prejudicado, por quem hoje está em sua companhia imbuído de
muito auxiliá-lo.
Por isso,
qualquer sentimento que ainda não emite luz e bem-estar é aprisionador e a vida
é para ser apreciada, é para cada vez mais o seu integrante querer, dela,
participar.
Se há amor,
há todos os outros nobres sentimentos em sustentação do maior.
Cada ser
possui seus direitos e seus deveres e ambos são benéficos para todos.
Quando um ser
se apodera de algo do qual gosta muito, sim, tê-lo-á junto de si ou até mesmo
em suas mãos; porém, quando a flor é arrancada, em breve deixará de ser flor;
quando alguém é aprisionado, não será mais feliz.
Onde houver
amor, haverá aproximação natural. A sabedoria mostra que se pode ter o mundo
inteiro no nosso coração por meio do pensamento e sentimento, dons eternos, sem
a mínima necessidade de enclausurar o ser amado. Quando há clausura, não há
amor.
E assim, por
tanto ainda a dizer sobre a vida, sinto que há muito mais belezas a cultivar,
amores a se amar, liberdade a ser livre, bem mais sorrisos a nascer, uma vida
inteira a apreciar.
Colocaria o
ponto final, mas justamente agora, um beija-flor, iluminado e colorido,
beberica do suco de uva de meu copo e eu o aprecio com o amor que sinto pela
vida. Fiz questão de lhe relatar, pois ele é a justa descrição do que realmente
é viver: liberdade, leveza, equilíbrio, entendimento, amor.
Ninguém é
posse, mas todos são seres vitais completando o cenário maior.
Visite o blog Conto, crônica,
poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário