sábado, 5 de abril de 2014

Influência dos Espíritos


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

“Influem os Espíritos em nossos pensamentos e atos?
Resposta: Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem." (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 459.)

— O que é isso, Machado? Você agora só pensa em espíritos e em Espiritismo?
— Amigo, releia minha obra em prosa. Não poucas vezes, ela transpira Espiritismo. Releia minhas crônicas, meus contos, meus romances. Há neles inúmeras referências aos fenômenos mediúnicos ou ao Espiritismo. Só não lê quem não quer ver. E muitos estão cegos...
— Mas por que você citou a questão 459 d’O Livro dos Espíritos?
— Para tentar abrir-lhes os olhos entrevados... Keep your eye on the target. Ser perfeito é a meta da felicidade eterna.
Lembra-se da passagem citada por Jesus na parábola do rico e de Lázaro, o mendigo? Vou refrescar-lhe a memória e sintetizá-la: O rico vivia nababescamente. O mendigo nada tinha para comer e se contentava com as sobras dos banquetes do rico, as quais dividia com os cães. O rico morreu. Lázaro, o mendigo chaguento, também. O primeiro foi para as regiões infernais, que existem sim, como criações mentais da pessoa culpada. O segundo foi para as regiões felizes. Então, ao ver pai Abraão, ao longe, o rico pede-lhe para deixar Lázaro ao menos molhar a ponta de seu dedo na água e passá-lo nos seus lábios, para refrescá-lo um pouco dos tormentos da chama consciencial. Pai Abraão responde-lhe que isso não seria possível, pois o rico tivera tudo na existência física, enquanto Lázaro se alimentara com os restos de comida destinada aos porcos da faustosa residência daquele. Ouvindo isso, o rico pede a pai Abraão para enviar Lázaro a seus cinco irmãos, “vivos”, a fim de alertá-los sobre as consequências futuras de seus atos egoístas. A resposta é um primor de sabedoria: “— Eles têm Moisés e os profetas, ouçam-nos”. Ante a insistência do rico, diz Abraão: — “Se não ouvem Moisés e os profetas, em nada mais crerão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.
— E um dos “mortos” que ressuscitaria de modo incontestável fora o próprio contador da parábola, Jesus Cristo, não é mesmo, Machado?
 — Exato, amiga leitora, e as palavras simbólicas da parábola acima se concretizaram. Todos sabemos que Ele ressuscitou, mas poucos temos a coragem de seguir sua moral superior.
Jesus é o Amor encarnado, concedido por Deus à humanidade, como seu modelo e guia.
Também encarregado pelo Pai de reger nosso planeta, o Mestre enviou-nos sempre, mas principalmente após o surgimento do Espiritismo, os novos profetas, que são os espíritos superiores, com a missão de relembrar seus ensinos elevados. Desse modo, não podemos alegar nossa ignorância sobre as verdades espirituais, com a desculpa de que as revelações dos profetas antigos e de Moisés foram deturpadas pela tradição oral ou não passam de mitos.
— Não seria, então, melhor, que todos tivéssemos a mediunidade ostensiva, como a de muitas pessoas que veem e até conversam com os espíritos, Bruxo?
— Nem todos estão preparados para essa missão, leitor amigo, mas não nos faltam as mensagens mediúnicas de grande número de médiuns, em especial as centenas de mensagens psicografadas por Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, José Raul Teixeira, entre outros expoentes canais mediúnicos da espiritualidade superior.
O crente inteligente, ao ler qualquer obra de mensagens evangélicas, seja no centro espírita, na igreja ou no culto do evangelho no lar, observará a notável “coincidência” de que ali está a orientação para a nossa correção de rumo, com vistas a uma vida melhor. E é incontestável que cada mensagem, lida ou ouvida, traz sempre um esclarecimento sobre como lidar com nossas imperfeições, assim como tratar bem o nosso próximo ou familiar.
Obras como Pão Nosso, Vinha de Luz, Caminho, Verdade e Vida, Fonte Viva, Agenda Cristã e muitas outras, psicografadas por Chico Xavier, estão calcadas em comentários de versículos dos evangelhos de Jesus e sempre são instrumentos da Espiritualidade superior utilizados como resposta aos nossos conflitos sociais.
Quer exemplos?
1º - Zeca, irmão mais velho de Juca, quebra um vaso de estimação de sua mãe, que, ao ver o vaso quebrado, lhe pergunta quem destruiu seu objeto. Com medo de ser repreendido, Zeca responde-lhe ter sido seu irmão o causador do prejuízo. Juca é severamente repreendido pela mãe, por mais que negue não ser verdadeira a acusação. À noite, no culto do evangelho no lar, a mãe pede a Zeca para abrir ao acaso e ler uma página da obra Pão Nosso. A página aberta é a da primeira mensagem do livro, que traz, abaixo do título No serviço cristão, o seguinte versículo de Paulo, II Coríntios, 5: 10: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal”.
Significativa mensagem, não é mesmo, amigo leitor? Agora se o culpado vai ou não buscar atribuí-la a si é outra questão. O normal é que se diga: — Essa mensagem serve direitinho para o Juca, que quebrou o vaso e ainda mentiu dizendo não ter sido ele...
Enquanto isso, Zeca, o verdadeiro culpado fica em silêncio e finge que não é com ele... Nada, porém, do que fazemos na vida fica sem suas consequências. Sábio é quem procura viver de acordo com os ensinos morais elevados; o seu será um céu de brigadeiro.
2º - No trabalho, Farias é informado, por escrito, sobre a necessidade de avisar um colega de serviço para desligar a luz da sala do diretor ao término do expediente da sexta-feira. Não avisa, e a sala fica iluminada durante todo o fim de semana. Na segunda-feira, o diretor  pergunta-lhe se deixou de dar o aviso ao colega e, como este é seu subordinado, Farias responde, na presença deste, que lhe deu ordens para apagar a luz.
O colega não se defende, mas frequenta o mesmo centro espírita que Farias, no qual haverá uma reunião de estudos evangélicos, naquela noite, sob a direção deste, à qual não faltará aquele.
No horário da reunião, Farias abre a página de Caminho, Verdade e Vida e lê, envergonhado ou não, a mensagem nº 49 – Saber e fazer: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” — Jesus (João, 13: 17).
Os exemplos são tantos que não cabem nesta crônica. Basta-nos continuar lendo, observando e aprendendo, pois o Espiritismo é uma ciência de observação e de experimentação.
As conclusões sobre as companhias espirituais dos personagens acima deixo-as a você, amigo leitor. Lembro-lhe, apenas, que o verdadeiro aprendiz se destaca, sobretudo, como nosso Mestre Jesus Cristo, não pelo que prega, mas pelo que faz.
Nas mínimas coisas...

P.S.: As obras citadas, nos exemplos acima, foram psicografadas por Chico Xavier, ditadas pelo espírito Emmanuel e editadas pela Federação Espírita Brasileira. 

Visite o blog Jorge, o sonhador: http://www.jojorgeleite.blogspot.com.br/



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