quinta-feira, 21 de novembro de 2019




Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo: dois introdutórios, os cinco básicos que integram o chamado pentateuco kardequiano e um complementar.
Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas. Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Concluído o estudo do livro O que é o Espiritismo, iniciamos nesta data o estudo de Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, obra publicada por Kardec em 1858.
As páginas citadas no texto abaixo referem-se à edição publicada pela Casa Editora O Clarim, com base na tradução feita por Cairbar Schutel. 

Parte 1

1. Quais foram os dois objetivos visados por Kardec ao publicar o livro cujo estudo ora iniciamos?
Indicar os meios de desenvolver a faculdade mediúnica tanto quanto o permitam as disposições de cada pessoa e, sobretudo, quando essa faculdade existe, orientar o seu emprego de maneira útil. Esse, o primeiro objetivo.
Ao lado dos médiuns propriamente ditos, existe a multidão, que aumenta a cada dia, dos que se interessam pelas manifestações espíritas. Guiar essas pessoas em suas pesquisas, assinalar-lhes os tropeços que podem e devem necessariamente encontrar em um terreno tão novo, iniciá-las na maneira de se corresponderem com os Espíritos, indicar-lhes o meio de obterem boas comunicações. Esse, o segundo objetivo da presente obra. (Introdução, págs. 13 a 15.)
2. Que é aparição? como ela pode apresentar-se e qual a diferença entre aparição e visão?
Aparição é o fenômeno pelo qual os seres do mundo incorpóreo se manifestam à vista. A aparição pode ser vaporosa ou tangível. Aparição vaporosa ou etérea é impalpável e inatingível; não oferece nenhuma resistência ao toque. Aparição tangível ou estereológica é palpável e apresenta a consistência de um corpo sólido.
A aparição difere da visão ou vidência por ocorrer no estado de vigília, através dos órgãos visuais e enquanto o homem tem a plena consciência de suas relações com o mundo exterior. A visão dá-se no estado de sono ou de êxtase. Ocorre igualmente no estado de vigília, por efeito da segunda vista ou vidência.
A aparição é registrada pelos olhos do corpo; produz-se no próprio lugar em que nos encontramos; a visão tem por objeto coisas ausentes ou distantes, percebidas pela alma em seu estado de emancipação e quando as faculdades sensitivas estão mais ou menos suspensas. (Vocabulário Espírita, pág. 20.)
3. Como podemos conceituar e classificar a comunicação espírita?
Comunicação espírita é a manifestação inteligente dos Espíritos tendo por objeto uma troca contínua de pensamento entre eles e os homens. Distinguem-se em: comunicações frívolas – as que se referem a assuntos fúteis e sem importância; comunicações grosseiras – as que se traduzem por expressões que ofendem a decência; comunicações sérias – as que excluem a frivolidade, qualquer que seja o assunto de que tratem; e comunicações instrutivas – as que têm por objeto principal um ensinamento dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia etc. (Vocabulário Espírita, págs. 21 e 22.)
4. Que é erraticidade? podemos afirmar que todos os Espíritos desencarnados são errantes? 
Erraticidade é o estado dos Espíritos errantes, isto é, não encarnados, durante os intervalos de suas diversas existências corpóreas. A erraticidade não é um sinal absoluto de inferioridade para os Espíritos. Há Espíritos errantes de todas as classes, salvo os da primeira ordem ou puros Espíritos, que não têm mais que sofrer encarnação e, por isso, não podem ser considerados errantes. (Vocabulário Espírita, pág. 24.)
5. Existe diferença entre os vocábulos evocação e invocação? 
Sim. Embora tenham a mesma raiz, vocare: chamar, invocação e evocação não são sinônimos perfeitos. Evocar é chamar, fazer vir a si, fazer aparecer por cerimônias mágicas, por encantamentos. Invocar é chamar a si ou em seu socorro um poder superior ou sobrenatural. Invoca-se Deus pela prece. Na religião católica invocam-se os Santos. Toda prece é uma invocação. A invocação está no pensamento; a evocação é um ato. Na invocação o ser ao qual nos dirigimos nos ouve; na evocação ele sai do lugar em que estava para vir a nós e manifestar sua presença. A invocação não é dirigida senão aos seres que supomos bastante elevados para nos assistir. Evocam-se tanto os Espíritos inferiores como os superiores. (Vocabulário Espírita, págs. 35 e 36.)
6. Que é clarividência? podemos dizer que clarividência e lucidez são sinônimos? 
Lucidez e clarividência designam a faculdade de ver sem o auxílio dos órgãos da visão. É um atributo inerente à própria natureza da alma e que reside em todo o seu ser; eis por que em todos os casos em que há emancipação da alma o homem tem percepções independentes dos sentidos. A palavra clarividência é mais geral; lucidez diz-se mais particularmente da clarividência sonambúlica. Um sonâmbulo é mais ou menos lúcido, conforme a emancipação da alma seja mais ou menos completa. (Vocabulário Espírita, págs. 21, 37 e 38.)
7. Qual o conceito de magnetismo animal e donde se derivou essa expressão? 
Magnetismo animal pode ser assim definido: ação recíproca de dois seres vivos por intermédio de um agente especial chamado fluido magnético. A expressão magnetismo animal (do grego e do latim magnes, ímã) surgiu por analogia com o magnetismo mineral. Tendo a experiência demonstrado que essa analogia não existe, ou é apenas aparente, a denominação deixou de ser exata. Todavia, como está consagrada por um uso universal e como, além disso, o epíteto que se lhe acrescenta não permite equívoco, haveria mais inconveniência do que utilidade em mudar esse nome. Algumas pessoas substituem-na pela palavra mesmerismo; entretanto esta expressão não prevaleceu. (Vocabulário Espírita, págs. 38 e 39.)
 8. Que é médium? Mencione três variedades de médiuns de influência física e seis variedades de médiuns de influências morais. 
Médium (do latim medium, meio, intermediário) é o nome que se dá à pessoa acessível à influência dos Espíritos e aos indivíduos mais ou menos dotados da faculdade de receber e transmitir suas comunicações. Para os Espíritos, o médium é um intermediário; é um agente ou um instrumento mais ou menos cômodo, segundo a natureza ou o grau da faculdade mediúnica. Distinguem-se diversas variedades de médiuns segundo sua aptidão particular para tal ou tal modo de transmissão, ou tal ou tal gênero de comunicação.
São médiuns de influência física os que têm o poder de provocar manifestações ostensivas. Exemplos: médiuns motores, médiuns tiptológicos e médiuns de aparição.
São médiuns de influências morais os que são mais especialmente aptos a receber e transmitir comunicações inteligentes. Exemplos: médiuns escreventes ou psicógrafos, médiuns pneumatógrafos, médiuns desenhadores, médiuns falantes, médiuns inspirados e médiuns de pressentimento. (Vocabulário Espírita, págs. 41 a 43.)





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