O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço – sob a
forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 12
89. O exorcismo tem alguma eficácia no tratamento da obsessão? E a
prece, nesses casos, ajuda?
As fórmulas de exorcismo não têm
nenhuma eficácia sobre os maus Espíritos, que riem e se obstinam quando veem
alguém tomar isso a sério. Quanto à prece, eis, sim, um poderoso auxílio no
tratamento da obsessão. Mas, segundo o Espiritismo, não basta que alguém
murmure algumas palavras para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que
obram, não os que se limitam a pedir. É, pois, indispensável que o obsidiado
faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a
causa da atração dos maus Espíritos. (O
Livro dos Espíritos, questões 475 a 479.)
90. Se não existem demônios, como entender a expulsão dos demônios
mencionada no Evangelho?
Depende da interpretação que se lhe dê.
Se chamamos demônio ao mau Espírito que subjugue um indivíduo, desde que se lhe
destrua a influência, ele terá sido verdadeiramente expulso. Se ao demônio
atribuímos a causa de uma enfermidade, quando a houvermos curado, pode-se dizer
com acerto que expulsamos o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa,
conforme o sentido que se empreste às palavras. (Obra citada, questão 480.)
91. É exclusivamente moral a afeição que os Espíritos votam às
pessoas?
Não. A verdadeira afeição nada tem de
carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por
afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência
das paixões humanas. (Obra citada, questões 484 e 485.)
92. Dentre os males que nos atingem, quais são os que mais afligem os
Espíritos protetores?
Os bons Espíritos fazem todo o bem que
lhes é possível e se sentem ditosos com as nossas alegrias. Afligem-se com os
nossos males quando não os suportamos com resignação, porque nenhum benefício
então tiramos deles, assemelhando-nos, em tais casos, ao doente que rejeita a
beberagem amarga que o há de curar. Os males que mais os afligem são o nosso
egoísmo e a dureza dos nossos corações, do que decorre tudo o mais, mas riem-se
de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição e rejubilam-se
com os que redundam na abreviação do tempo das nossas provas. (Obra citada,
questões 486 e 487.)
93. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo, em particular, para o
proteger? Qual é a sua missão e como eles se denominam?
Sim. Trata-se do irmão espiritual, a
que chamamos o bom Espírito ou o bom gênio, cuja missão é como a de um pai com
relação aos filhos: guiar seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus
conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da
vida. (Obra citada, questões 489, 491, 492 e 493.)
94. O protetor espiritual pode abandonar o protegido, se este se mostra
rebelde às suas advertências?
Ele se afasta quando vê que seus
conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de
submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas não o abandona
completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor
volta desde que este o chame. (Obra citada, questões 495, 497, 498, 499, 500,
501 e 503.)
95. Podemos dizer que, segundo o Espiritismo, Espírito familiar, Anjo da
guarda e Espírito simpático significam a mesma coisa?
Não. O Espírito familiar é antes o
amigo da casa. O Espírito protetor, anjo de guarda ou bom gênio é o que tem por
missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza
superior, com relação ao protegido. Os Espíritos simpáticos são os que se
sentem atraídos para o nosso lado por afeições particulares e ainda por uma
certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem como para o mal.
(Obra citada, questões 514, 490, 507 e 520.)
96. Que são os pressentimentos?
O pressentimento é, muitas vezes, o
conselho íntimo e oculto de um Espírito que nos quer bem, mas pode derivar
também da intuição da escolha que se haja feito. Antes de encarnar, tem o Espírito
conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das
provas a que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu
foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e essa impressão, que é a
voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se
torna uma espécie de pressentimento. (Obra citada, questões 522 a 524.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/03/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec.html
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