quinta-feira, 12 de março de 2020



O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.

Parte 12

89. O exorcismo tem alguma eficácia no tratamento da obsessão? E a prece, nesses casos, ajuda?
As fórmulas de exorcismo não têm nenhuma eficácia sobre os maus Espíritos, que riem e se obstinam quando veem alguém tomar isso a sério. Quanto à prece, eis, sim, um poderoso auxílio no tratamento da obsessão. Mas, segundo o Espiritismo, não basta que alguém murmure algumas palavras para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que obram, não os que se limitam a pedir. É, pois, indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos. (O Livro dos Espíritos, questões 475 a 479.)
90. Se não existem demônios, como entender a expulsão dos demônios mencionada no Evangelho?
Depende da interpretação que se lhe dê. Se chamamos demônio ao mau Espírito que subjugue um indivíduo, desde que se lhe destrua a influência, ele terá sido verdadeiramente expulso. Se ao demônio atribuímos a causa de uma enfermidade, quando a houvermos curado, pode-se dizer com acerto que expulsamos o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa, conforme o sentido que se empreste às palavras. (Obra citada, questão 480.)
91. É exclusivamente moral a afeição que os Espíritos votam às pessoas? 
Não. A verdadeira afeição nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência das paixões humanas. (Obra citada, questões 484 e 485.)
92. Dentre os males que nos atingem, quais são os que mais afligem os Espíritos protetores? 
Os bons Espíritos fazem todo o bem que lhes é possível e se sentem ditosos com as nossas alegrias. Afligem-se com os nossos males quando não os suportamos com resignação, porque nenhum benefício então tiramos deles, assemelhando-nos, em tais casos, ao doente que rejeita a beberagem amarga que o há de curar. Os males que mais os afligem são o nosso egoísmo e a dureza dos nossos corações, do que decorre tudo o mais, mas riem-se de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição e rejubilam-se com os que redundam na abreviação do tempo das nossas provas. (Obra citada, questões 486 e 487.)
93. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo, em particular, para o proteger? Qual é a sua missão e como eles se denominam? 
Sim. Trata-se do irmão espiritual, a que chamamos o bom Espírito ou o bom gênio, cuja missão é como a de um pai com relação aos filhos: guiar seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida. (Obra citada, questões 489, 491, 492 e 493.)
94. O protetor espiritual pode abandonar o protegido, se este se mostra rebelde às suas advertências? 
Ele se afasta quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame. (Obra citada, questões 495, 497, 498, 499, 500, 501 e 503.)
95. Podemos dizer que, segundo o Espiritismo, Espírito familiar, Anjo da guarda e Espírito simpático significam a mesma coisa? 
Não. O Espírito familiar é antes o amigo da casa. O Espírito protetor, anjo de guarda ou bom gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido. Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para o nosso lado por afeições particulares e ainda por uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem como para o mal. (Obra citada, questões 514, 490, 507 e 520.)
96. Que são os pressentimentos? 
O pressentimento é, muitas vezes, o conselho íntimo e oculto de um Espírito que nos quer bem, mas pode derivar também da intuição da escolha que se haja feito. Antes de encarnar, tem o Espírito conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e essa impressão, que é a voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna uma espécie de pressentimento. (Obra citada, questões 522 a 524.)

Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/03/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec.html





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