terça-feira, 22 de junho de 2021

 



Desapego: reflexões sobre seus sinônimos perfeitos

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Uma caixa cheia de objetos – antigos ou atuais – é pesada para carregar a toda hora. E tantos desses objetos nem são lembrados ou, muitas vezes, não se sabe nem por que estão ali. É um peso e espaço ocupado sem utilidade, sem proveito, apenas energia despendida, energia que se poderia transformar em grandes realizações, em verdadeira felicidade.

É assim, também, em nosso interior; inúmeras vezes, colocamos, enchemos, lotamos de sentimentos, pensamentos que não nos deixam bem e, incessantemente, continuamos. Nossos ombros chegam a pender para frente e ainda continuamos e... continuamos.

Na vida, tudo é temporário; a dor não será eterna; a alegria diminuirá para em outro tempo retornar com grande disposição; o amor sempre existirá, basta deixá-lo entrar; a flor será linda, mas, ainda assim, transformará o solo quando cair; as nuvens brancas tornar-se-ão nas chuvas torrenciais; os casulos deixarão de existir para as borboletas voarem pelos campos e nos lembrarem de quão maravilhosa é a liberdade.

Tudo é tão efêmero e por isso não há tempo para apegar-se a nada. Os melhores sentimentos são sem reserva, eles sabem que são infinitos, apenas o nosso ser é que precisa aprender a compreendê-los. Se nada nos pertence – a não ser o que em nós criamos – não há motivo para sofrimento; fluir com o momento é procurar ser feliz. Fluir é sinônimo do sentido mais completo do verbo viver.

O apego nos limita e nos traz a ansiedade que destrói as nossas células que foram criadas para a vida. O apego causa dor, insegurança, tristeza e todo tipo de sentimento contrário à nossa felicidade, enquanto desapegar-se é sinônimo perfeito de sentir-se feliz.

Quanto mais buscamos e queremos, menos tempo nos resta para vivermos e tudo o que é real se afasta para que o ilusório tome conta. Quando o coração está leve, sentimo-nos felizes e os verdadeiros valores são suaves e delicados, não são exigentes, mas disciplinados, são doces e nos fazem bem.

E os pássaros e as flores, há séculos, nos ensinam continuamente que liberdade é também o sinônimo perfeito de desapego.

 

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