Nas Fronteiras
da Loucura
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 9
Continuamos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.
Este estudo será publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em
foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL
e, em seguida, no verbete "Nas
Fronteiras da Loucura”.
Eis as questões de hoje:
65. No caso de zoantropia descrito nesta obra, que forma apresentava
o infeliz Espírito?
O Espírito havia
assumido uma forma perispirítica dantesca e assustadora, assemelhando-se a um
símio primitivo com avantajado porte. O vocábulo símio é, como sabemos, sinônimo de macaco, mono, bugio. (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 27, pp.
200 a 202.)
66. Graças à regressão da memória ao passado, a origem dos
problemas de Julinda e Ricardo ficou esclarecida. Em que época tais problemas
ocorreram?
Tudo começou em
julho do ano de 1722, na época das Bandeiras, quando vivia entre nós
Anhanguera. Ricardo (na época, o fazendeiro Antônio José Taborda da Silva)
puniu um escravo de nome Manuel apenas por ter ele suplicado ao amo que
permitisse à sua companheira permanecer na fazenda, em vez de segui-los na
Bandeira de que o fazendeiro e alguns escravos participariam. Como castigo, o
escravo foi chibateado e preso no mourão do suplício, no qual faleceu, e sua
esposa acabou enlouquecendo. (Obra citada, cap. 27, pp. 202 a 204.)
67. Os problemas tiveram sequência na existência seguinte?
Sim. Um século e
meio depois (portanto, no final do século 19), o escravo Manuel reencarnou como
Alfredo, irmão de Ricardo, a fim de que a fraternidade pudesse vencer os
sentimentos inferiores que guardavam n'alma. Desejando, porém, a esposa de
Alfredo, Ricardo planejou o meio de livrar-se dele e, simulando um acidente que
costuma ocorrer em caçadas, levou-o à morte. Ocorre que Manuel, antes de
morrer, tendo-lhe acudido as lembranças do passado, jurou vingança e foi nesse
estado de ódio humano que caiu no processo de zoantropia em que agora se
encontrava, porque os sentimentos de vingança haviam-no enlouquecido. (Obra
citada, cap. 27, pp. 206 a 208.)
68. Diante de fatos assim que se prolongam no tempo, qual a
solução utilizada pelos benfeitores espirituais?
A solução para todos
os casos de igual natureza só é possível graças à lei da reencarnação, pela
qual é possível reunir, em um mesmo grupo familiar, os litigantes do passado. O
escravo Manuel (Alfredo na última existência) e o fazendeiro Antônio José
(Ricardo na anterior encarnação) nasceriam como irmãos, filhos de Julinda, que
tivera também nos episódios citados importante participação. A Julinda, Dr.
Bezerra disse: "O Senhor espera muito de ti... Sabemos que não é uma
empresa fácil para o teu coração. Todavia, estes não têm sido dias de paz, senão
de infinitas amarguras e receios, quando te encontras nas fronteiras da
loucura. A maternidade é prêmio da Vida, santificando os seres no seu processo
de evolução". D. Angélica, mãe de Julinda, também falou à filha: "Ajuda-os
como me auxiliaste um dia. Socorrendo-me, no desvario em que eu me encontrava,
proporcionaste-me a libertação de velhas dívidas que cometêramos antes. A pobre
Joana dos Santos, escrava e doente, recebeu do teu coração amor e piedade, que
não podes recusar ao Sr. Antônio José, o algoz, nem a Manuel, o escravo que me
foi companheiro; agora os desejo para netos... Seremos uma família feliz".
(Obra citada, cap. 27, pp. 209 a 211.)
69. A quem de fato atingimos quando agimos mal, quando
agredimos alguém?
A resposta a esta
pergunta foi dada pelo Dr. Bezerra de Menezes. “Sempre a agressão é dirigida ao
equilíbrio geral e não às criaturas, embora estas se encontrem de
permeio", acentuou o Benfeitor. "Ninguém deve, portanto, nada a
ninguém, senão à Vida, na qual todos nos encontramos mergulhados",
acrescentou Dr. Bezerra. "Nada fica olvidado nas superiores determinações
do mecanismo evolutivo." Em face disso, mesmo que a pessoa agredida nos
perdoe, nossa consciência culpada nos apontará a necessidade de reparação e
resgate. (Obra citada, cap. 28, pp. 214 e 215.)
70. Como Manuel se livrou da situação de zoantropia,
readquirindo assim a forma perispiritual própria dos humanos?
A transformação se
fez com o auxílio dos amigos espirituais. Genézio Duarte aplicou recursos
fluídicos de desmagnetização nos centros coronário e cerebral de Manuel, que ainda
se encontrava incorporado no médium Jonas. À medida que eram dispersadas as
energias perniciosas fixadas ao centro cerebral do sofredor, deslindou-se um
fio negro de substância pegajosa que emanava um odor desagradável.
Simultaneamente exteriorizavam-se do centro coronário ondas vibratórias
sucessivas, que se diluíam à medida que abandonavam o fulcro emissor. As forças
deletérias absorvidas impregnaram-lhe os centros perispirituais tão
profundamente, que se condensaram, impondo-lhe a compleição simiesca, na
sucessão do tempo. As ideias pessimistas e deprimentes, gerando nele mesmo a
forma-pensamento que lhe era imposta pela hipnose de outros companheiros
empedernidos no mal e impenitentes, atuaram no corpo de plasma biológico,
encarregando-se de submetê-lo à situação em que se encontrava. "Atuando-se
em sentido oposto, através de movimentos contrários, rítmicos, circulares, da
direita para a esquerda, sob comando mental bem dirigido, pode-se extrair as
fixações que se condensam, liberando o paciente da poderosa constrição que o
submete", explicou o Benfeitor espiritual. (Obra citada, cap. 28, pp. 214
e 215.)
71. Pode-se dizer que os fenômenos de licantropia e
zoantropia produzem a degenerescência da harmonia molecular do perispírito?
Sim. É, segundo Dr.
Bezerra de Menezes, exatamente isso que ocorre. A desarmonia daí decorrente faz
com que a vítima fique aprisionada a mentes mais poderosas, conhecedoras do
mecanismo da evolução, embora profundamente vinculadas ao mal. (Obra citada,
cap. 28, pp. 215 a 217.)
72. É correto dizer que em toda gênese da loucura existe uma
incidência obsessiva?
Sim. Quem o diz é o
Dr. Bezerra de Menezes. Eis suas palavras: "Em toda gênese da loucura há
uma incidência obsessiva. Desde os traumatismos cranianos às manifestações mais
variadas, o paciente, por encontrar-se incurso na violação das Leis do
equilíbrio, padece, simultaneamente, a presença negativa dos seus adversários
espirituais, que lhe pioram o quadro. Estando em desarranjo, por esta ou aquela
razão, endógena ou exógena, os implementos cerebrais, mais fácil se torna a
cobrança infeliz pelos desafetos violentos, que aturdem o Espírito que se não
pode comunicar com o exterior, mais desequilibrando os complexos e delicados
mecanismos da mente". (Obra citada, cap. 29, pp. 226 e 227.)
Observação:
Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_31.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário