A Gênese
Allan Kardec
Parte 9
Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
65. Em que período
geológico ocorreu o chamado dilúvio universal?
Ele ocorreu no período diluviano, assim chamado por causa desse que foi
um dos maiores cataclismos que revolveram o globo, cuja superfície ele mudou
mais uma vez de aspecto, destruindo uma imensidade de espécies vivas, das quais
apenas restaram despojos. O dilúvio deixou por toda a parte traços que atestam sua
generalidade. As águas, violentamente arremessadas fora dos respectivos leitos,
invadiram os continentes, arrastando consigo terras e rochedos, desnudando as
montanhas e desarraigando as florestas seculares. (A Gênese, cap. VII, itens 42, 43, 46 e 47.)
66. Quando apareceu o
homem na Terra?
O homem surgiu em nosso planeta quando a Terra já estava povoada de
animais menos ferozes e mais sociáveis. Mais suculentos, os vegetais
proporcionavam alimentação menos grosseira e tudo, enfim, se achava preparado
no planeta para o novo hóspede que o viria habitar. Terá o homem existido na
Terra somente depois do período diluviano ou terá surgido antes dessa época?
Esta questão é muito controvertida hoje, mas sua solução, seja qual for, nada
mudará no conjunto dos fatos verificados, nem fará que o aparecimento da
espécie humana não seja anterior, de muitos milhares de anos, à data que lhe
assinalada pela Gênese bíblica. (Obra citada, cap. VII, itens 48 e 49.)
67. Quais as principais
teorias existentes sobre a origem da Terra?
As principais teorias acerca da origem da Terra são a teoria da projeção,
a teoria da condensação e a teoria da incrustação. Das três, a teoria da
formação da Terra pela condensação da matéria cósmica é a que hoje prevalece na
Ciência, como sendo a que a observação melhor justifica, a que resolve maior
número de dificuldades e que se apoia, mais do que todas as outras, no grande
princípio da unidade universal. (Obra citada, cap. VIII, itens 1, 3, 4 e 7.)
68. A água e o fogo
estiveram presentes em inúmeras perturbações locais que afetaram o planeta. Que
fatos foram, efetivamente, produzidos pelo fogo e pela água?
O fogo atuou produzindo: 1) erupções vulcânicas que sepultaram, sob
espessas camadas de cinzas e lavas, os terrenos circunjacentes, fazendo
desaparecer cidades com seus habitantes; 2) terremotos; 3) levantamentos da
crosta sólida, que impeliam as águas para as regiões mais baixas; e 4)
afundamento, em maior ou menor extensão, dessa mesma crosta, nalguns lugares,
para onde as águas se precipitaram, deixando em seco outros lugares. Foi assim
que surgiram ilhas no meio do oceano, enquanto que outras desapareceram; que
porções de continentes se separaram e formaram ilhas; que braços de mar,
secados, ligaram ilhas e continentes.
Quanto à água, essa atuou produzindo: 1) a irrupção ou a retirada do mar
nalgumas costas; 2) desmoronamentos que, interceptando as correntes líquidas,
formaram lagos; 3) transbordamentos e inundações; e 4) aterros nas embocaduras
dos rios. Esses aterros, rechaçando o mar, criaram novos territórios. (Obra
citada, cap. IX, itens 1 e 2.)
69. O chamado “dilúvio
universal” descrito na Bíblia ocorreu realmente?
Sim, embora não tenha sido universal. O dilúvio bíblico, também conhecido
pela denominação de «grande dilúvio asiático», é fato cuja realidade não se
pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o levantamento de uma parte das montanhas
daquela região. Corrobora esta opinião a existência de um mar interior, que ia
outrora do mar Negro ao oceano Boreal, comprovada pelas observações geológicas.
O mar de Azov, o mar Cáspío, cujas águas são salgadas, embora nenhuma
comunicação tenham com nenhum outro mar; o lago Aral e os inúmeros lagos
espalhados pelas imensas planícies da Tartália e as estepes da Rússia parecem
restos daquele antigo mar. Por ocasião do levantamento das montanhas do
Cáucaso, posterior ao dilúvio universal, parte daquelas águas foi recalcada
para o norte, na direção do oceano Boreal; outra parte, para o sul, em direção
ao oceano Índico. Estas inundaram e devastaram precisamente a Mesopotâmia e
toda a região em que habitaram os antepassados do povo hebreu. Embora esse
dilúvio se tenha estendido por uma superfície muito grande, é atualmente ponto
averiguado que ele foi apenas local e que não pode ter sido causado pela chuva,
pois, por muito copiosa que esta fosse e ainda que se prolongasse por quarenta
dias, o cálculo prova que a quantidade d´água caída das nuvens não podia bastar
para cobrir toda a terra, até acima das mais altas montanhas. (Obra citada, cap.
IX, itens 4 e 5; ver também cap. XI, item 42.)
70. Em que consiste o
fenômeno denominado “precessão dos equinócios” e quais as suas consequências?
Além do seu movimento em torno do Sol e do seu movimento de rotação sobre
si mesma, tem a Terra um terceiro movimento que se completa em 25.868 anos e
que produz o fenômeno denominado precessão dos equinócios. Este movimento
consiste numa espécie de oscilação circular, que pode ser comparada à de um
pião a morrer.
Equinócio é o instante em que o Sol, passando de um hemisfério a outro,
se encontra perpendicular ao equador, o que acontece duas vezes por ano, em 21
de março, quando o Sol passa para o hemisfério boreal, e 23 de setembro, quando
volta ao hemisfério austral. Mas, em consequência da gradual mudança na
obliquidade do eixo, o momento do equinócio avança cada ano de alguns minutos
(25 minutos e 7 segundos). A esse avanço é que se deu o nome de precessão dos
equinócios. Precessão, do latim «proecedere», significa caminhar para diante. (Obra
citada, cap. IX, itens 6 a 9.)
71. Influem os signos em
nossa vida?
Não. Já vimos que a precessão dos equinócios ocasiona mudança na posição
dos signos do zodíaco. Conforme o mês do nascimento de um indivíduo diz-se que
ele nasceu sob tal ou tal signo; daí os prognósticos da Astrologia. Contudo, em
virtude da precessão dos equinócios, os meses não correspondem mais às mesmas
constelações. Além disso, os grupos que tomaram o nome de constelações mais não
são do que agregados aparentes, causados pela distância; suas figuras não
passam de efeitos de perspectiva. Desse modo, tais agrupamentos não existem.
Ora, não existindo esses agrupamentos senão na aparência, é ilusória a significação
que uma supersticiosa crença vulgar lhes atribui e que somente na imaginação
pode existir. (Obra citada, cap. IX, item 8 e nota 1 de Kardec; ver também cap.
V, item 12.)
72. A Terra terá fim um
dia?
Isso ainda permanece no domínio das conjecturas; mas, visto estar ela
ainda longe da perfeição que pode alcançar e da vetustez que lhe indicaria o
declínio, seus habitantes atuais podem estar certos de que tal não se dará ao
tempo deles. (Obra citada, cap. IX, itens 13 e 14.)
Observação: Para acessar
a Parte 8 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/09/a-genese-allan-kardec-parte-8.html
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