quarta-feira, 1 de setembro de 2021

 


Sexo e Destino

 

André Luiz

 

Parte 2

 

Damos sequência ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Esta é a décima obra do mesmo autor, integrante da Série Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.

Eis as questões de hoje:

 

9. Embora gravemente enferma, Beatriz preocupava-se com um outro assunto. O que a preocupava?

Ela estava preocupada com Olímpia, uma senhora pobre que perdera a casa quase que totalmente. Ela queria que o marido cuidasse para que a mulher e seus filhos tivessem um abrigo seguro. “Penso nela com os filhos ao desamparo. Tire-me dessa aflição”, disse Beatriz a Nemésio, seu esposo, que informou ter incumbido um amigo, construtor experiente, de ir até o local para resolver a questão. (Sexo e Destino, capítulo III, pp. 29 a 31.)

10. É verdade que Nemésio estava enfermo e não sabia?

Sim. Seu coração, consideravelmente aumentado, denotava falhas ameaçadoras com endurecimento das artérias, mas o que mais assustava era a arteriosclerose cerebral, cujo desenvolvimento era possível positivar, manejando-se diminutos aparelhos de auscultação. Félix, examinando-o, disse: "Nosso amigo permanece sob o perigo de coágulos bloqueadores e, além disso, é de temer-se a ruptura de algum vaso em qualquer acidente mais importante da hipertensão". (Obra citada, capítulo V, pp. 40 e 41.)

11. Por que Pedro Neves se irritava com a ajuda que Nemésio recebia do plano espiritual?

Ele se irritava porque achava que Nemésio não merecia nenhuma ajuda, por causa do seu comportamento. Disse ele aos amigos: “Não admito tanto resguardo para um cachorro de má qualidade. Um homem igual a este, que me desrespeita a confiança paterna! Quem não lhe vê no espírito a poligamia declarada? Um sessentão desavergonhado que enxovalha a presença da esposa agonizante! Ah! Beatriz, minha pobre Beatriz, por que te uniste a um cavalo?" (Obra citada, capítulo V, pp. 46 e 47.)

12. Assistir ao sofrimento da filha e à infidelidade do genro era difícil para Pedro Neves?

Sim. Ele próprio o admitia. "Faço força – gemia acabrunhado –, mas não aguento. De que me vale trabalhar odiando? Nemésio é um mascarado! Tenho estudado a ciência de perdoar e servir, tenho aconselhado serviço e perdão aos outros, mas agora... Divididos por simples parede, vejo o sofrimento e o vício debaixo do mesmo teto. De um lado, minha filha conformada, aguardando a morte; de outro, meu genro e essa mulher que me insulta a família. Deus do céu! que me foi reservado?” (Obra citada, capítulo V, pp. 46 e 47.)

13. Recusar medicação a quem se encontra enfermo pode ser catalogado como um ato de crueldade?

Sim. Foi exatamente isso que Félix disse a Neves, que não se conformava com as atitudes de seu genro (Nemésio), que não respeitava a esposa enferma. Félix então lhe disse: “Principiemos por aceitar Nemésio na posição em que se encontra. Como exigir da criança experiência da madureza ou pedir raciocínio certo ao alienado mental? Sabemos que crescimento do corpo não expressa altura de espírito. Nemésio é aluno da vida, qual nós mesmos, sem o benefício da lição em que estamos sendo instruídos. Que seria de nós, na situação dele, sem a visão que atualmente nos favorece? Provavelmente, cairíamos em condições piores..." Neves atalhou: "Quer dizer que devo aprová-lo?" Félix esclareceu: "Ninguém aplaude a enfermidade, nem louva o desequilíbrio; no entanto, seria crueldade recusar simpatia e medicação ao doente. Consideremos que Nemésio não é um companheiro desprezível. Emaranhou-se em sugestões perigosas, mas não fugiu da esposa, a quem presta assistência; mostra-se engodado por extravagâncias emotivas de caráter deprimente que lhe dilapidam as forças; contudo, não esqueceu a solidariedade, resolvendo oferecer casa própria e gratuita à senhora que lhe presta serviços remunerados; acredita-se dono de juvenilidade física absolutamente irrisória, quando, na realidade, carrega um corpo em prematuro desgaste; dedica-se apaixonadamente a uma jovem que o menoscaba, conquanto lhe consagre apreço respeitoso... Não bastariam estas razões para merecer benevolência e carinho? Quem de nós com a possibilidade de auxiliar? Ele que anda cego ou nós que discernimos? Não posso enaltecer-lhe as manobras lamentáveis, na esfera do sentimento; entretanto, sou obrigado a confessar que ele, na ficha de analfabeto das verdades da alma, ainda não tombou de todo..." (Obra citada, capítulo V, pp. 47 e 48.)

14. No tocante à sublimação do sexo, que lição foi anotada por André Luiz?

O assunto era o comportamento inadequado de Nemésio na área sexual e suas infidelidades conjugais, fato que, recriminado por Neves, seu sogro, suscitou o seguinte comentário do instrutor Félix: "Neves, Neves! A sublimação progressiva do sexo, em cada um de nós, é fornalha candente de sacrifícios continuados. Não nos cabe condenar alguém por faltas em que talvez possamos incidir ou nas quais tenhamos sido passíveis de culpa em outras ocasiões. Compreendamos para que sejamos compreendidos". (Obra citada, capítulo V, pp. 47 e 48.)

15. Há casos em que – no período do sono corpóreo – é conveniente que a alma permaneça junto do corpo que dorme?

Sim. Era esse o caso de Beatriz. Ao ministrar a ela o socorro magnético, Félix esmerou-se para que ela se aliviasse e dormisse, providenciando, ainda, para que não se retirasse do corpo sob a hipnose habitual do sono. "Não lhe convinha, por enquanto – esclareceu o mentor –, afastar-se do veículo fatigado. Em virtude dos órgãos profundamente enfraquecidos, desfrutaria penetrante lucidez espiritual e não seria prudente arremessá-la, de chofre, a impressões demasiado ativas da esfera diferente para a qual se transferiria, muito em breve." (Obra citada, capítulo VI, pp. 49 e 50.)

16. Pode um Espírito influenciar uma pessoa a ponto de levá-la a beber?

Sim e isso é muito comum. André Luiz descreve bem uma cena dessas, em que o Espírito se aproximou dizendo: "Beber, meu caro, quero beber!" Cláudio (o encarnado) nada ouviu. O Espírito repetiu, então, a solicitação algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Cláudio deixou-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a bebida exclusivamente por si. Abrigando a sugestão, seu pensamento transmudou-se, rápido. "Beber, beber!..." e a sede de álcool se lhe articulou na ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos e indefinível secura constringiu a região assim afetada. O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. (Obra citada, capítulo VI, pp. 51 e 52.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 1ª deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_25.html

 

 

 

 

 

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