segunda-feira, 6 de setembro de 2021

 



Painéis da Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 11 e final

 

Concluímos hoje o estudo – sob a forma dialogada – do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco. 

Eis as questões de hoje:

 

81. Qual é o maior antídoto da obsessão?

O maior antídoto da obsessão, além da comunhão mental com Deus, é a ação enobrecedora. O trabalho edificante constitui força de manutenção do equilíbrio, porque, desenvolvendo as atividades mentais, pela concentração na responsabilidade e na preocupação para executar os deveres, desconecta os plugs que se encaixam nas matrizes psíquicas receptoras das induções obsessivas. O homem de bem, que age com morigeração, sem a febricidade extenuadora, constrói uma couraça de resistência aos Espíritos perturbadores e às suas descargas mentais, que os desanimam, quando pretendem desenvolver um cerco de alienação obsessiva. Isto porque, não se sentindo aceitos, logo desistem, partindo em busca de respostas mentais em campos de ociosidade psíquica, nos quais é mais fácil a captação do pensamento deprimente. (Painéis da Obsessão, cap. 31, pp. 254 a 256.)

82. No tratamento da obsessão a oração é importante?

Sim. A oração representa a psicoterapia antiobsessiva mais relevante e está ao alcance de toda e qualquer pessoa responsável e de boa vontade. (Obra citada, cap. 31, pp. 254 a 256.)

83. Nesta obra vemos que as lutas religiosas ocorridas na França estavam na raiz dos problemas enfrentados pelos seus principais personagens. Quando essas lutas começaram?

Elas começaram antes mesmo do massacre da véspera da noite de São Bartolomeu. Antecipando a Reforma protestante, originada na Alemanha, houve movimentos de reação religiosa nas terras gaulesas, e, a partir de 1562, surgiram os primeiros distúrbios que se alongaram até 1598. O cardeal Richelieu reivindicou a predominância do catolicismo, apesar das decisões do Edito de Nantes, de 1598, que assegurava aos huguenotes liberdade de culto e outros direitos. Periodicamente, embora essas concessões de que passaram a desfrutar os protestantes, graças aos esforços de Henrique de Navarra, mais tarde Henrique IV, as escaramuças prosseguiram nos séculos sucessivos. Com Luiz XIV a política da conversão à força foi ampliada, num esforço de restaurar a fé católica no país. O Edito de Nantes havia sido revogado no ano de 1685, fazendo com que os huguenotes emigrassem em larga escala, inclusive para o Brasil. (Obra citada, cap. 31, pp. 256 e 257.)

84. Foi Napoleão Bonaparte quem concedeu a legalidade aos huguenotes?

Sim. Em 1801 Napoleão Bonaparte concedeu aos huguenotes o direito de professar sua crença em liberdade e sem constrangimento de qualquer natureza. No entanto, em 1815 estourou nova perseguição, disfarçada de luta política. "Os huguenotes – esclareceu a Mentora – eram, genericamente, todos os protestantes, especialmente os luteranos, que teimavam pela preservação das ideias evangélicas em detrimento das imposições do formalismo e dos dogmas católicos." (Obra citada, cap. 31, pp. 257 a 259.)

85. É correto afirmar que no tratamento da obsessão não é suficiente afastar os obsessores?

Sim. Segundo Irmã Angélica, a nossa paciência nos quadros obsessivos, em especial, e noutros em geral, deve ser muito grande, compreendendo que não basta apenas afastar seus adversários para que os obsidiados se recuperem. A transformação íntima, que é mais importante, porque procede do âmago do indivíduo, deve ser trabalhada e insistentemente tentada, a fim de que se desfaçam os fatores propiciatórios, os motivos que levam às dores, liberando, cada um, a consciência, de modo a não tombar nas auto-obsessões, mais graves e de curso mais demorado. "Revestidos de otimismo e bondade, envolvamos os irmãos doentes, de um como do outro lado da vida, em nossas contínuas ondas de amor, auxiliando-os na eliminação do mal que neles predomina, estando sempre próximos para, aos seus primeiros sinais de renovação, sem reproche, nem exigências, auxiliá-los na edificação do bem em si mesmos", propõe-nos a amorável benfeitora. (Obra citada, cap. 31, pp. 259 e 260.)

86. Em que condições Felipe, ao reencarnar, acabou como filho adotivo de Argos e Áurea?

O casal Argos e Áurea sentia a necessidade de ter alguém sob sua responsabilidade mais direta, numa reminiscência feliz do compromisso que assumiram com Felipe. Assim, logo que o antigo hussita retornou ao corpo, Irmã Angélica inspirou Áurea a buscá-lo. Renascido em condições de precariedade moral, econômica e social, Felipe fora encaminhado a um Lar coletivo. Frágil e enfermo, com as marcas da própria dor refletidas no corpo, necessitado de apoio e afeto, sensibilizou a futura mãezinha, embora ali estivessem outras crianças com melhor aparência. O instinto e a afinidade psíquica entre os dois, aliados à inspiração da Benfeitora, foram suficientes para que a decisão fosse tomada e Felipe retornasse aos sentimentos daqueles a quem amara e odiara, para o recomeço da abençoada escola terrena, sob as diretrizes ditosas da fé espírita que lhe seria ministrada, como terapia e método de conduta para granjear a felicidade, esquecer o passado e construir o futuro.  (Obra citada, cap. 32, pp. 262 a 264.)

87. Felipe, reencarnado agora com o nome de Rafael, foi bem aceito pelos pais adotivos?

No princípio, a dificuldade de aceitá-lo foi muito grande. Argos estranhava o menino Rafael e isso ocorria também com Áurea, embora com menor intensidade. Na adoção, como é compreensível, o processo de aceitação é sempre mais demorado. Mesmo havendo afinidade espiritual, o recém-chegado é um estranho, que deverá conquistar seus anfitriões afetivos, nascendo, então, pela convivência a ternura, o amor, o interesse carinhoso, mas isso demanda tempo. (Obra citada, cap. 32, pp. 262 a 264.)

88. Uma frase marcante assinalou a mensagem final proferida pela Irmã Angélica para os antigos adversários que então, em sua presença, prometeram mudança. Que frase é essa?

“Somos filhos da luz. Vivamos todos, portanto, em claridade eterna." Ditas essas palavras, Irmã Angélica tomou Felipe pelas mãos e o aproximou de Argos e Áurea, que o abraçaram, comovidamente. Maurício foi trazido ao pequeno círculo e a Mensageira aditou: "Filho, aproveite esta ditosa oportunidade hoje, sem reticências, sem receios, sem dubiedades. Avance com a verdade e ficará liberto". A emoção dominava a todos, quando o órgão, dedilhado com mestria, passou a esparzir uma melodia inesquecível. E Irmã Angélica, finalizando aquele capítulo da vida de tantos companheiros, orou ao Mestre incomparável, rogando a Ele a inspiração e o auxílio aos bandeirantes de outras experiências malogradas que se dispunham ao trabalho de sua própria renovação. (Obra citada, cap. 32, pp. 268 a 270.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/paineis-da-obsessao-manoel-philomeno-de_30.html

 

 

 

 

 

 

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