quarta-feira, 15 de setembro de 2021

 


Sexo e Destino

 

André Luiz

 

Parte 4

 

Damos sequência ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Esta é a décima obra do mesmo autor, integrante da Série Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.

Eis as questões de hoje:

 

25. Como era o ambiente no lar de Marita?

Péssimo. Em seu lar já não havia nenhuma ligação afetiva mais séria entre os pais adotivos. O casamento deles desmoronara havia muito tempo. Após as rixas e discussões iniciais, a indiferença e o cansaço um do outro fizeram com que Cláudio e Márcia, sua esposa, trilhassem caminhos diferentes e Marina, filha do casal, seguiu os exemplos da mãe. Em casa, habitualmente reuniam-se à mesa os três, pais e filha, à feição de três animais inteligentes, dissimulando o desprezo recíproco, através da convenção ou do chiste. (Sexo e Destino, capítulo VIII, pp. 86 e 87.)

26. Marita era amada por seus pais adotivos?

Pela mãe, não. Pelo pai, sim. Cláudio a amava com entranhado carinho mesclado de egoísmo tirânico. Feriam-lhe as humilhações que a esposa e Marina, sua filha, não regateavam a ela, no trato mais íntimo. Para ajudar a filha adotiva, ele a encaminhou na direção do serviço, fazendo com que a jovem tomasse suas refeições em Copacabana, para que as picuinhas do círculo doméstico, no Flamengo, não lhe torturassem o espírito. Espiava-lhe os passos, ouvia-lhe os chefes. Em verdade, Cláudio queria-a para ele, com a ternura de um pombo e a brutalidade de um lobo, um sentimento que ele próprio jamais havia compreendido. (Obra citada, cap. VIII, pp. 86 e 87.)

27. É verdade que o obsessor de Cláudio demonstrava uma técnica típica dos exploradores consumados das paixões humanas?

Sim. Ele procurava seduzir Cláudio com argumentos variados e frases feitas, demonstrando que tinha experiência no assunto. Não se tratava apenas de um dipsomaníaco ou um vagabundo acidental. O anseio incontido com que impelia Cláudio para a jovem Marita e a expressão com que a fitava, apaixonadamente, pareciam chegar de muito longe. (Obra citada, capítulo VIII, pp. 87 a 89.)

28. As sugestões do obsessor lograram o resultado por ele esperado?

Sim, embora Marita, salva por um acontecimento inesperado, tenha conseguido livrar-se do assédio sexual inspirado pelo companheiro desencarnado de Cláudio. Quando este, à semelhança de um jovem mal comportado, enlaçou-lhe o busto, André Luiz e Neves saltaram na direção dela, ofertando-lhe as mãos, para que pudesse arrancar-se dali. Acreditando então apoiar-se nos próprios recursos, a moça conseguiu levantar-se num prodígio de ligeireza, estacando à frente de Cláudio, que a fitava com a expressão desconfiada de um animal repentinamente ferido. "Papai, não me faça mais infeliz...", disse-lhe a filha. "Poupe-me a humilhação!..." (Obra citada, capítulo VIII, pp. 92 a 94.)

29. Que acontecimento inesperado pôs fim ao assédio sexual?

A jovem chorava e não ousava erguer a fronte. Neves, que a tudo assistia, estava revoltado. André, temendo-lhe a impulsividade, fê-lo recordar as atitudes ponderosas e cristãs do irmão Félix, informando-o, discretamente, de que se achava em oração, a exorar o auxílio da esfera superior, visto que eles não dispunham ali de maiores recursos para impedir um assalto passional de penosas consequências. Neves ironizou a atitude de André, mas, de súbito, o socorro apareceu. Ouviu-se barulho de ferrolho em ação e alguém penetrou a casa, ruidosamente. Cláudio, em sobressalto, desligou-se do obsessor, que se lhe postou de lado, um tanto desenxabido. Marita, recobrando energias, voltou ao leito, enquanto o chefe do lar se recompunha à pressa, libertando a porta que havia prendido anteriormente e abrindo janela próxima. "Que é que há?", indagou dona Márcia, a esposa de Cláudio, que voltara, de imprevisto. Cláudio deu uma desculpa qualquer, alegando ter surpreendido Marita a gritar, inconsciente, sonâmbula. Tudo estava, porém, em ordem. A jovem, mergulhada na penumbra, cobriu o rosto para ocultar as lágrimas, enquanto dona Márcia sorriu, sem suspeitar dos fatos que aconteceram naquela noite em sua casa. (Obra citada, capítulo VIII, pp. 96 a 98.)

30. A volta súbita de Márcia ao seu lar, quando evitou a consumação do assédio de Cláudio sobre Marita, ocorreu por influência de ordem espiritual?

Tudo indica que sim, o que é fácil deduzir pelas explicações que ela mesma deu ao seu marido. Dona Márcia estava em um sarau beneficente, no qual colaborara. Eis o que ela disse a Cláudio: "Imagine você que, embora o sarau esteja longe de terminar, larguei tudo. O leilão de prendas esperava por mim, quando senti um constrangimento esquisito. Tive medo. Passei minhas obrigações para Dona Margarida e voltei. Atormentava-me, supondo houvesse algo atrapalhado em casa, alguma ligação elétrica esquecida, a presença de algum malfeitor. Vejo, porém, que você talvez tenha tido o mesmo palpite e chegou antes, retificando o fogão... Felizmente, tudo passou...”. (Obra citada, capítulo IX, pp. 101 a 103.)

31. Como Cláudio ouviu o relato feito pela esposa com relação aos problemas de saúde que a preocupavam?

Com profundo desdém, o que fez com que Márcia emudecesse, ao impacto da desconsideração inesperada. O marido não dispensara a mínima atenção aos padecimentos orgânicos de que ela se queixara e desconhecia-lhe, de propósito, os achaques. (Obra citada, capítulo IX, pp. 101 a 103.)

32. O caso entre Marina e Nemésio Torres, o patrão da jovem, era visto de modo diferente por Márcia?

Sim. Na visão dela, a filha agia assim por compaixão, porque Nemésio, ante a enfermidade de sua esposa, se encontrava desarvorado e se apegara à jovem. "Nossa menina compadeceu-se", disse Márcia ao marido. "Tanto amparou a doente que acabou descobrindo os sofrimentos do homem que se aproxima, conscientemente, da viuvez... É por isso que vem buscando revigorá-lo, como pode...". (Obra citada, capítulo IX, pp. 105 a 107.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/09/sexo-e-destino-andre-luiz-parte-3-damos.html

 


 

 

 

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