A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 2
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. São poucos os homens que se preocupam realmente com as
chamadas questões transcendentais?
B. Que importância pode ter a admissão da imortalidade na
vida das pessoas?
C. Existimos ou não existimos? Continuaremos a viver após a
morte corpórea? Em face de tais dúvidas, que devemos fazer?
Texto para
leitura
21. A Humanidade, deslocada dos legítimos preceitos da
moral – Moral Divina, Religião de todos os tempos e de todos os povos, que foi
substituída criminosamente por mandamentos humanos e cultos esdrúxulos – não
cogita, mormente nos tempos em que nos achamos, dos seus deveres e seus
destinos. (A Vida no Outro Mundo –
Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
22. São relativamente poucos os que pensam no dia de amanhã
a não ser para auferir bastardos lucros. Entretanto, a pequena, a
insignificante fração que constitui esses poucos, esforça-se e trabalha, uns
para a conquista de uma crença verdadeira que bem lhes oriente no caminho da
vida, outros, para verem resolvido, no nosso planeta, o grande problema, o
problema máximo cuja resolução é, de fato, o que nos oferece maiores promessas,
mais valorosos benefícios. (Obra citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
23. A Imortalidade é, com efeito, o pivô sobre o qual se
devem movimentar todos os cometimentos para uma orientação segura da vida. A
sabedoria e as virtudes nunca terão grande razão de ser enquanto os homens se
desinteressarem pela imortalidade. (Obra citada– Cap. II – O Problema da
Imortalidade.)
24. A resolução do grande problema afeta por tal forma
todas as ramificações do saber humano, que permaneceremos estacionários se os
homens continuarem a pôr à margem esta questão de interesse político,
religioso, científico e social, pois, de fato, é ela a base fundamental de todos
os problemas que inflamam o cérebro e fazem palpitar o coração. (Obra citada–
Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
25. Ela é, na verdade, o ponto de partida para todos os
estudos. É sobre essa rocha que se deverá erguer o grande edifício, o enorme
monumento onde pontificarão a Ciência, a Religião, a Filosofia, as Artes. A
própria Paz, interna e externa, não se conseguirá, nos países e nas nações, sem
a Luz da Imortalidade, assim como sem ela é impossível manter a Fraternidade
entre os povos. (Obra citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
26. Pascal dizia com suma razão: "A imortalidade é o
nosso primeiro interesse, é uma coisa de tal importância que é preciso ter
perdido toda a sensibilidade para ser indiferente ao seu conhecimento".
Com efeito, não é a solução desse problema que aclara a nossa razão, ilumina o
nosso destino, dá sentido ao nosso futuro pessoal, à nossa existência? Não é a
solução desse problema que nos dá uma orientação firme, norteando a nossa vida
ao influxo de nobres paixões, de uma moral legitima e edificante? (Obra citada–
Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
27. Poderão a negação e a dúvida produzir semelhante
milagre, formar caracteres, arregimentar-nos para enfrentar os dissabores da
existência, as decepções cotidianas que nos assaltam e oprimem? Quem não se viu
ainda em frente do desespero, quem não se deteve à porta fechada de um túmulo,
quem não viu desaparecer do seu convívio um ente querido, quem, nos momentos
angustiosos, não disse para si mesmo: A morte é o fim de toda essa tragédia que
os homens representam no grande palco do mundo? (Obra citada– Cap. II – O
Problema da Imortalidade.)
28. Os nossos entes amados, objetos da nossa afeição,
aqueles que constituíram nossos melhores afetos, nossa veneração, nosso amor,
serão dissolvidos, extintos nos abismos do nada? Será que não somos mais que um
volume de carne cobrindo um esqueleto, formando ao todo uma combinação de
oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono? Será que não somos mais que uma armação
de ossos coberta de albumina e fibrina, com uma rede de nervos imersa num lago
de água? (Obra citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
29. Os pensadores, os que procuram encarar a vida tal como
é, não teriam meditado nunca? Não lhes teria passado pela mente essas
naturalíssimas conjeturas, essas considerações que surgem no nosso cérebro e em
nosso coração nos momentos difíceis que atravessamos, quando sentimos a vida
pesada, quando o aguilhão das contrariedades nos assalta e oprime? E como
responder a todas essas perguntas sem resolver o grande problema que é a chave
principal, a chave "mágica", que abre todas essas portas fechadas à
nossa razão, à nossa inteligência, ao nosso sentimento, ao nosso coração? (Obra
citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
30. Darão, porventura, as religiões sacerdotais uma
resposta a esses quesitos que ensombram a Humanidade? A Ciência catedrática,
com todos os recursos que lhe têm vindo das novas descobertas e invenções, será
capaz de responder-nos positiva e categoricamente de modo a satisfazer o nosso
entendimento e pôr um paradeiro às ânsias que se acentuam todos os dias em
nossa alma? Finalmente, somos ou não somos? Existimos ou não existimos?
Continuaremos a viver após o último ato da nossa existência terrestre? Ao cair
o pano, restará de nós alguma coisa, ou tudo se extinguirá? (Obra citada– Cap.
II – O Problema da Imortalidade.)
31. Meditemos sobre tudo isso; pensemos: eis o primeiro
trabalho a realizar. Esqueçamo-nos por um momento das ilusões que nos fascinam
e embrutecem; encaremos a realidade sem temor, porque, dela nos desviando, só
teremos ilusões e desenganos. Tomemos a sério a vida, para que a vida se nos
mostre tal como é, sem enganadoras aparências. Fiquemos certos de que não
teremos paz, nem saúde, nem religião, nem sabedoria, nem felicidade, sem que o
grande mistério do "ser" ou "não ser" fique resolvido. (Obra
citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
Respostas às
questões preliminares
A. São poucos
os homens que se preocupam realmente com as chamadas questões
transcendentais?
Sim. Segundo Cairbar Schutel, são relativamente poucos os
que pensam no dia de amanhã a não ser para auferir bastardos lucros. Embora
registrado há 90 anos, seu pensamento parece bem atual, haja vista o número
enorme de empresários, políticos e pessoas abastadas que se valem de todos os
meios para aumentar ainda mais seu patrimônio.
(A Vida no Outro Mundo – Cap.
II – O Problema da Imortalidade.)
B. Que
importância pode ter a admissão da imortalidade na vida das pessoas?
Importância enorme. A sabedoria e as virtudes nunca terão
grande razão de ser enquanto os homens se desinteressarem pela imortalidade,
porque ela é, no entendimento de Cairbar Schutel, o ponto de partida para todos
os estudos, a rocha sobre a qual se deverá erguer o grande edifício, o enorme
monumento onde pontificarão a Ciência, a Religião, a Filosofia, as Artes. A
própria Paz, interna e externa, não se conseguirá, nos países e nas nações, sem
a Luz da Imortalidade, assim como sem ela é impossível manter a Fraternidade
entre os povos. (Obra citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
C. Existimos ou
não existimos? Continuaremos a viver após a morte corpórea? Em face de tais
dúvidas, que devemos fazer?
Meditar, pensar sobre o assunto: esse é o primeiro trabalho
a realizar. Esqueçamo-nos por um momento das ilusões que nos fascinam e
embrutecem; encaremos a realidade sem temor; tomemos a sério a vida, para que a
vida se nos mostre tal como é, sem enganadoras aparências. Fiquemos certos de
que não teremos paz, nem saúde, nem religião, nem sabedoria, nem felicidade,
sem que o grande mistério do "ser" ou "não ser" fique
resolvido. (Obra citada– Cap. II – O Problema da Imortalidade.)
Observação:
Para acessar a 1ª Parte deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_28.html
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