Revista
Espírita de 1858
Allan
Kardec
Parte
2
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1858, periódico lançado por Allan Kardec em janeiro de 1858 e por ele editado de 1858 a março de 1869, quando desencarnou.
O
estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
Cada
parte do estudo, apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Os acidentes fazem parte do destino do homem?
B.
Como explicar os pressentimentos?
C.
A mediunidade de efeitos físicos é rara em nosso mundo?
D.
Que relação existe entre Magnetismo e Espiritismo?
Texto para leitura
34.
Kardec, ao comentar a vinda do médium Daniel Dunglas Home a Paris, ocorrida em
outubro de 1855, diz que Home não cobra por suas manifestações, nem pede nada a
ninguém. (Revista Espírita, p. 59)
35.
Por que o Sr. Home veio à França? Para imprimir nesse país, ainda em dúvida, um
grande impulso às manifestações espíritas. (P. 60)
36.
Nascido em 15 de março de 1833, perto de Edimburgo, Daniel Dunglas Home descende
da antiga e nobre família dos Dunglas da Escócia. De estatura mediana, louro e
fisionomia melancólica, é de compleição muito delicada, de costumes simples e
meigos, de caráter afável e benevolente. (P. 61)
37.
A faculdade mediúnica se lhe revelou desde a mais tenra idade. Aos seis meses
seu berço se balançava sozinho e, quando não podia alcançar os brinquedos,
estes vinham pôr-se ao seu alcance. As primeiras visões ocorreram aos 3 anos.
Sua reputação como médium só se criou em 1855. (P. 62)
38.
Kardec elogia a dignidade de linguagem adotada pelo Sr. Paul Auguez na
refutação feita às agressões do Sr. Viennet ao Espiritismo. (P. 63)
39.
Kardec informa que grande cópia de fatos e notícias lhe foram enviados pelos
leitores da Revista Espírita em
resposta a seu apelo de janeiro. (P. 64)
40.
Chegamos – diz Kardec – por um simples raciocínio a concluir pela pluralidade
dos mundos habitados. E tal raciocínio acha-se confirmado pela revelação dos
Espíritos, que ensinam que tudo é povoado no Universo. (P. 67)
41.
Vimos que todas as probabilidades são para a pluralidade dos mundos, embora nem
todos estejam no mesmo grau de perfeição. (P. 70)
42.
Dizendo que Marte é menos adiantado do que a Terra, Kardec assevera que Júpiter
é, em nosso sistema, o mais adiantado de todos. (PP. 70 e 71)
43.
Kardec refere-se a mais um trabalho da srta. Ermance Dufaux: a História de Luís
XI. A médium contava então apenas 14 anos. (P. 74)
44.
São Luís analisa um acidente com um barco que virou em Dunquerque matando 4
pessoas e diz que as provas físicas, uma vez escolhidas pelo Espírito, vão
compor para ele uma espécie de destino. (PP. 75 e 76)
45.
O acidente está marcado no destino do homem. “Tu mesmo escolheste a tua prova”,
ensina São Luís. (PP. 76 e 77)
46.
Antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua
existência; quando estas têm um caráter saliente, conserva uma espécie de
impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando ao aproximar-se o
instante, torna-se pressentimento. (P. 78)
47.
Quando um Espírito nos diz que foi Sócrates ou Platão, somos obrigados a crer,
porque não traz ele carteira de identidade; mas quando for um parente, um
amigo, mil circunstâncias permitem identificá-lo. (P. 79)
48.
Kardec conversa com o criminoso Lemaire, 29 dias depois de sua execução, em
Aisne, Norte da França. (P. 80)
49.
Lemaire diz haver, no plano espiritual, encontrado suas vítimas, cujo olhar o
perseguia, e em vão procurava fugir-lhes. (P. 82)
50.
Por que enveredou pelo caminho do crime? Lemaire diz que se julgava forte e
escolheu uma rude prova, mas cedeu às tentações do mal. (P. 82)
51.
Evocado, o Espírito de uma rainha de Aúde (antigo reino da Índia) revela todo o
seu atraso moral e sua soberba. (PP. 84 e 85)
52.
Para ela, a religião cristã é absurda e Jesus, o filho do carpinteiro, indigno
de ocupar seu pensamento. (P. 85)
53.
Dr. Xavier, que lera O Livro dos
Espíritos antes de falecer, é evocado por Kardec e nos deixa muitos
ensinamentos. (P. 87)
54.
Dr. Xavier diz que a doutrina espírita é grande, mas certos discípulos a
prejudicam – os que atacam coisas reais: as religiões. (P. 89)
55.
É notável a semelhança entre o que Dr. Xavier diz do aborto e as perguntas 358
e 359 d' O Livro dos Espíritos. (P.
90)
56.
Falando das manifestações físicas, Kardec diz que essa faculdade não é muito
rara: em cem pessoas, pelo menos cinquenta possuem essa aptidão, em maior ou
menor grau. O Sr. Home é uma delas. (P. 92)
57.
Sob a influência do Sr. Home, fazem-se ouvir os ruídos mais retumbantes e todo
o mobiliário de uma sala pode ser revirado e os móveis amontoados uns sobre os
outros. (P. 92)
58.
Geralmente o Sr. Home inicia suas sessões pelos fatos conhecidos: pancadas,
movimento e suspensão da mesa. (P. 93)
59.
Como se dá com a mesa, o Sr. Home já foi elevado até o teto e desceu do mesmo
modo. De todas as manifestações produzidas por ele, a mais extraordinária é,
porém, a das aparições. (P. 94)
60.
Kardec confirma, com prazer, a notícia dada por alguns jornais, de um legado de
6.000 francos de renda, feita ao Sr. Home por uma senhora inglesa, por ele
convertida à doutrina espírita. Por todos os títulos o Sr. Home merecia esta
prova de consideração, diz Kardec. (P. 94)
61.
Baseando-se ambos na existência e na manifestação da alma, o Magnetismo e o
Espiritismo podem e devem prestar-se mútuo apoio, porque eles se completam e se
explicam mutuamente. (P. 95)
62.
Seus adeptos, porém, discordam em alguns pontos: certos magnetistas não admitem
a manifestação dos Espíritos e pensam que podem tudo explicar só pela ação do
fluido magnético. (P. 95)
63.
Os adeptos do Espiritismo, ao contrário, são todos concordes com o Magnetismo e
todos admitem sua ação. (P. 95)
64.
O Magnetismo – diz Kardec - preparou o caminho do Espiritismo, e os rápidos
progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização
das ideias sobre a primeira. (P. 96)
65.
Kardec admite, com o Sr. Georges, que a Humanidade entrara no período
psicológico, mas não concorda que o período científico tenha dito a última
palavra; ao contrário, virão ainda muitos outros prodígios. (P. 98)
Respostas às
questões propostas
A. Os acidentes
fazem parte do destino do homem?
São
Luís diz que sim, explicando que as provas físicas, uma vez escolhidas pelo
Espírito, vão compor para ele uma espécie de destino. (Revista Espírita, pp. 75 a 77.)
B. Como explicar os
pressentimentos?
Segundo
os ensinos espíritas, antes de encarnar-se o Espírito tem conhecimento de todas
as fases de sua existência; quando estas têm um caráter saliente, conserva uma
espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando ao
aproximar-se o instante, torna-se pressentimento. Eis aí uma das causas desse
fato. (Obra citada, pág. 78.)
C. A mediunidade de
efeitos físicos é rara em nosso mundo?
Não.
Kardec diz que essa faculdade não é rara: em cem pessoas, pelo menos cinquenta
possuem essa aptidão, em maior ou menor grau. (Obra citada, pág. 92.)
D. Que relação
existe entre Magnetismo e Espiritismo?
Baseando-se
ambos na existência e na manifestação da alma, o Magnetismo e o Espiritismo
podem e devem prestar-se mútuo apoio, porque eles se completam e se explicam
mutuamente. O Magnetismo, segundo Kardec, preparou o caminho do Espiritismo, e
os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à
vulgarização das ideias sobre a primeira. (Obra citada, pp. 95 e 96.)
Observação:
Para acessar a 1ª parte deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_09.html
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