Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 14
Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura e Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
105. Quais eram os
problemas que mais atormentavam os consulentes da irmã Emerenciana?
Os que se faziam de maior urgência eram os referentes à
saúde, às finanças e à afetividade. Emerenciana os ouvia com paciência,
identificando em muitos deles o primitivismo, as enfermidades emocionais e morais
que os estiolavam, esclarecendo uns e outros, ao tempo em que os encaminhava à
prática do bem, à reconsideração das atitudes, à mudança de pensamento. Alguns,
insatisfeitos, não mais voltavam, pois o que desejavam era o prazer de agora,
não lhes interessando o dia de amanhã. Outros, porém, aquietavam-se ou
compreendiam o erro em que se encontravam, ante a doce energia e os elevados
conceitos recebidos. Renovavam-se, então, e passavam a participar das
atividades da Casa, enquanto lhes durava a problemática, abandonando-as, até à
irrupção de novas aflições, que os traziam de volta, submissos e humildes.
Alguns, contudo, ficavam, e ali se sentiam edificados, dando rumo equilibrado à
existência e dedicando-se ao auxílio fraterno. (Loucura e Obsessão, cap. 23, pp. 292 e 293.)
106. Equilibrado
moralmente, após haver recebido socorro espiritual do grupo dirigido por D.
Emerenciana, que tarefa foi por ela sugerida ao jovem Lício?
A Mentora lhe disse que agora era indispensável pensar em
reparação. Socorrer os que foram prejudicados, soerguê-los do abismo onde se
demoravam, por culpa de quem agiu erradamente em relação a eles, é parte
importante do programa de renovação pessoal do candidato à recuperação moral. Fagundes
Ribas, enfermo pelo ódio, deveria ser ajudado pelo amor, de modo a reencetar a
marcha com melhores disposições espirituais. Em face dessas palavras, o rapaz
indagou, interessado: “Que fazer, então, abençoada Mensageira?” Emerenciana
explicou-lhe que nas ocorrências do porte que o afligiam quase sempre se
encontra a presença de embrionária faculdade mediúnica que serve de instrumento
para o desforço das vítimas, como sucede, aliás, em quase todos os episódios
obsessivos, faculdade essa que pode ser educada, canalizando-a para o bem.
Lício entendeu o recado: ele era médium! E sua mediunidade estava numa fase
própria para ser educada para o serviço do bem e do seu próprio crescimento
espiritual. (Obra citada, cap. 23, pp. 293 a 295.)
107. Pelo que D.
Emerenciana disse, Fagundes Ribas deveria ser ajudado para poder voltar à Terra
em melhores condições. Ele reencarnaria em um grupo familiar próximo de Lício?
Sim. Fagundes Ribas e outros sofredores e doentes da alma
viriam, por intermédio da faculdade mediúnica de Lício, receber esclarecimentos
e conforto, que lhes alterariam a forma de conduzir-se, preparando-os para as
tarefas do futuro. “É da Lei que, onde esteja o devedor, aí se apresentem a
dívida e o cobrador... Ora, o nosso irmão defraudado deverá retornar na família
onde se encontram aqueles que, conscientemente ou não, o martirizaram mais de
uma vez.” Emerenciana referia-se ao lar do Dr. Nicomedes, tio de Lício, onde de
fato, anos depois, Fagundes reencarnaria. (Obra citada, cap. 23, pp. 293 a
295.)
108. O trabalho
no bem é importante para o equilíbrio dos médiuns?
Sim. Dentre os vários conselhos que deu a Lício, D.
Emerenciana recomendou que o rapaz preenchesse suas horas com trabalhos
proveitosos, queimando os excessos gerados pelo organismo. A Mentora comentou:
“Receitam-se muito a ginástica, os desportos, na Terra, e com razão. Sem
desprestígio para essa terapêutica desalienante, compensadora, que desenvolve
os músculos, que os relaxa, que acalma a mente, entre nós, em face da dor que
grassa, alucinada, quanta ginástica se poderá fazer. Visitando enfermos,
socorrendo necessitados, aplicando passes, ou bioenergia, como se modernizou o
labor, enfim, a caridade é um esporte da alma, pouco utilizado pelos candidatos
à musculação moral e inteireza espiritual. As horas ociosas são anestésico para
a dignidade e brechas morais contra o equilíbrio.” “Preenchê-las bem é
procedimento de sabedoria, gerador de saúde mental.” (Obra citada, cap. 23, pp.
296 e 297.)
109. A
invigilância do homem encontra-se presente nas causas de muitos dramas que
deparamos na vida?
Geralmente, sim. A invigilância do homem sempre posterga
soluções que poderiam ser adotadas antes que se transformassem em dores
acumuladas. Pensando na vida, apenas do ponto de vista material, muitos desejam
fruir hoje, para chorar, arrependidos, num demorado amanhã, em vez de
renunciarem agora, para se beneficiarem, largamente, depois. É a isso que nos
leva a visão puramente materialista da vida. (Obra citada, cap. 24, pp. 302 e
303.)
110. Podemos
dizer que o suicídio é a culminância de um estado de alienação que se instala
sutilmente?
Sim. Esse é o pensamento do Dr. Bezerra de Menezes. O
candidato ao suicídio não pensa com equilíbrio, não se dá conta dos males que o
seu gesto produz naqueles que o amam. Como perde a capacidade de discernimento,
apega-se a ele como única solução, esquecido de que o tempo equaciona sempre
todos os problemas, não raro melhor do que a precipitação. A pressa nervosa por
fugir, o desespero que se instala no íntimo, empurram o enfermo para a saída
sem retorno. (Obra citada, cap. 24, pp. 306 e 307.)
111. O Espírito
do suicida é também auxiliado pelos benfeitores espirituais?
Sim. Foi isso que o Dr. Bezerra de Menezes fez em favor da
jovem suicida que se debatia junto ao cadáver, com irrefreável desespero. O
Benfeitor aplicou-lhe energias desimantadoras para o Espírito da jovem,
induzindo-a ao sono, que foi logrado, depois de extenuante esforço do Mentor.
Feito isso, ele se afastou explicando: “Temos que deixá-la vinculada ao corpo
por algum tempo”. E acrescentou: “Ela preferiu este áspero caminho para
aprender a ser feliz. Como não há exceção para ninguém, podemos atenuar-lhe as
dores excruciantes, porém a libertação é sempre conquista pessoal”. (Obra
citada, cap. 24, pp. 307 a 309.)
112. Quais são os
agentes da morte que arrebatam em nosso mundo mais vidas do que o câncer, a
tuberculose e as enfermidades cardíacas, somados?
Tais agentes da morte são a impaciência, a irritação e as
imperfeições morais, que respondem pelos danos de demorado curso que se
instalam nas criaturas. Fatores intoxicantes, perturbam o equilíbrio emocional
e orgânico, psíquico e físico, facultando a instalação de doenças graves
conhecidas, quanto de outras de etiopatologia por ora ignorada. Rebelde, por
instinto, e indomado, o homem prefere a reação imediata à ação cautelosa, toda
vez que tem os seus interesses prejudicados e até mesmo nos momentos que
considera felizes. Sem o hábito salutar de meditar antes de agir, complica
situações fáceis, gerando futuras dificuldades para si mesmo e para aqueles que
lhe privam das horas. As disciplinas morais e espirituais são, por isso mesmo,
tão necessárias para o Espírito quanto o alimento e o ar o são para o corpo. (Obra
citada, cap. 24, pp. 309 a 311.)
Observação:
Para acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_07.html
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