sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

 



A Vida no Outro Mundo

 

Cairbar Schutel

 

Parte 3

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP). 

Este estudo será publicado neste blog sempre às sextas-feiras.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que concepção acerca da alma era admitida pelas Escolas de Leucipo e Epicuro? 

B. Qual contribuição com respeito ao conceito de alma devemos às manifestações paranormais?

C. Com o Espiritismo ampliou-se o conhecimento que temos acerca da alma?

 

Texto para leitura

 

32. Em todos os tempos, ilustres pensadores e grandes filósofos têm dedicado vidas inteiras para solucionar o problema da vida. Infelizmente, porém, suas pesquisas não ultrapassaram os limites corporais, deixando de lado os fenômenos psíquicos, que atribuíram, na maioria das vezes, a causas sobrenaturais e miraculosas. (A Vida no Outro Mundo – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

33. O problema anímico aparecia coberto de sombras aos estudiosos, que baseavam suas perquirições em torno do homem no pressuposto de que ele era uma alma criada juntamente com o corpo. As Escolas de Leucipo e de Epicuro, por exemplo, admitiam a alma; mas diziam que ela se compunha de átomos que se desagregavam e era, portanto, incapaz de sobreviver à morte do corpo. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

34. Essa ideia, mais tarde apresentada com modificações sucessivas por Locke, Condillac, Helvetius e Holback, degenerou em absoluto negativismo, proclamando a Escola Materialista o seguinte "artigo de fé": "Somente no organismo humano a matéria pode sentir e perceber". (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

35. Foi também essa a divisa adotada por Molleschot, Buchner, Karl Vogt, Broussais, Haeckel e outros príncipes da Ciência, aplaudidos pelos homens mais eminentes do século. Karl Vogt afirmava: "o pensamento é uma secreção do cérebro", e acrescentava: "as leis da Natureza são inflexíveis, não conhecem moral nem bondade". Haeckel dizia: "a alma, isto é, a atividade espiritual, nada mais é que uma função fisiológica, produto de fenômenos mecânicos". (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

36. Em nossa época parece ser ainda corrente entre os sábios oficiais e seus adeptos que a "consciência é determinada pelos elementos constitutivos do sangue e as obras da virtude e do gênio não passam de uma questão de hereditariedade, ou seja, o resultado da física e da química dos corpos". Foi o que levou um ateísta a dizer que o homem não passa de um oxinitrocarbureto de hidrogênio coloidal e nada mais existe nele a não ser matéria. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

37. As doutrinas espiritualistas de Aristóteles, são Tomás de Aquino e Descartes, que brilharam com verdadeiro fulgor, secundadas pelas de Jouffroy, Cousin, Villemain, e que, no terreno filosófico, demonstraram a existência e imortalidade da alma, não conseguiram, entretanto, deter a onda dos nihilistas, que se avolumava cada dia mais. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

38. A velha concepção da alma não dava lugar a provas positivas, disso resultando, não só entre os materialistas que negavam como entre os espiritualistas, a adoção de um panteísmo comodista, que fazia estes cuidarem somente da vida corporal em detrimento da vida espiritual, e do presente, com exclusão do futuro. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

39. Com efeito, perdida a orientação da vida, limitado o espírito às coisas materiais, sem esperança de uma vida melhor, a sociedade teria forçosamente de precipitar-se num abismo, onde nenhuma aquisição duradoura lhe poderia melhorar a situação. A Razão, desvirtuada dos seus princípios, não pode permanecer ao lado da Moral da Ciência. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

40. Foi em tais circunstâncias que se fizeram sentir, em nosso planeta, as manifestações paranormais, de ordem extrafísica, que haveriam de, submetidas ao método experimental, proclamar o estabelecimento definitivo da alma como fator do organismo corpóreo, preexistente ao nascimento do corpo e sobrevivente à morte deste. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

41. O Espiritismo nos mostra, no homem, a aliança dos dois elementos – alma e corpo – intimamente unidos, a reagirem uma sobre o outro e vice-versa, como o prova o testemunho diário dos sentidos e da consciência, tendo por intermediário o invólucro semimaterial da alma, que Allan Kardec houve por bem denominar perispírito, elemento esse já previsto pelo apóstolo Paulo, que o chamou corpo espiritual, e pelo inglês Cudworth, que o intitulou mediador plástico. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

42. A Teoria Espírita, trazendo uma nova ideia da alma, estendeu a sua ação ligando os dois mundos, o mundo da vida corpórea e o mundo da vida espiritual, facilitando, assim, a solução do grande problema do "ser", com os seus princípios de evolução entrevistos por Darwin, Lamarck e Haeckel, mas infundindo nas concepções evolucionistas o Espírito, sem o qual não poderão prevalecer. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

43. Com a inestimável contribuição que o Espiritismo a todos proporciona, livre das injunções do feudalismo intelectual, todos os homens de boa vontade, num esforço supremo para sua melhoria, podem e devem abordar, agora, com orientação mais firme, aquilo que, antigamente, era privilégio dos sábios e sacerdotes. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

44. Favorecidos pelos fenômenos psíquicos, pela evocação dos Espíritos e suas manifestações, auxiliados por uma enorme biblioteca de obras que tratam do assunto, muito fácil será ao homem de boa vontade encontrar a Verdade fora das academias e das religiões sectárias que têm retardado o progresso humano. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Que concepção acerca da alma era admitida pelas Escolas de Leucipo e Epicuro? 

Ambas admitiam a alma, mas entendiam que ela se compunha de átomos que se desagregavam e era, portanto, incapaz de sobreviver à morte do corpo. Essa ideia, mais tarde apresentada com modificações sucessivas por Locke, Condillac, Helvetius e Holback, degenerou em absoluto negativismo, proclamando a Escola Materialista o seguinte "artigo de fé": "Somente no organismo humano a matéria pode sentir e perceber". Mais tarde, Haeckel diria: "a alma, isto é, a atividade espiritual, nada mais é que uma função fisiológica, produto de fenômenos mecânicos". (A Vida no Outro Mundo – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

B. Qual contribuição com respeito ao conceito de alma devemos às manifestações paranormais?

De ordem extrafísica, as manifestações paranormais, submetidas ao método experimental, vieram proclamar o estabelecimento definitivo da alma como fator do organismo corpóreo, sua preexistência ao nascimento do corpo e sua sobrevivência à morte deste. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

C. Com o Espiritismo ampliou-se o conhecimento que temos acerca da alma?

Sim. O Espiritismo nos mostra, no homem, a aliança dos dois elementos – alma e corpo – intimamente unidos, a reagirem uma sobre o outro e vice-versa, como o prova o testemunho diário dos sentidos e da consciência, tendo por intermediário o invólucro semimaterial da alma, que Allan Kardec houve por bem denominar perispírito, elemento esse já previsto pelo apóstolo Paulo, que o chamou corpo espiritual, e pelo inglês Cudworth, que o intitulou mediador plástico. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)

 

 

Observação:

Para acessar a 2ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_04.html

 

 

 

 


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