Gandhi e a paz como meta de libertação
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Paz
e luz, amigos!
Quando
Mahatma Gandhi, sob a acusação de agitar o povo, estava preso, após sete anos
de sua permanência no cárcere, desenvolveu seu método de comportamento baseado
no tripé da coragem, da não violência e da verdade. Certo
dia, foi entrevistado na prisão a pedido de seus acusadores sobre a razão de
sua manifestação política pacífica ao povo, que o idolatrava.
O
primeiro a questioná-lo foi o advogado que lhe pediu para explicar sobre o
ideal de paz, tão admirado pelo povo. Gandhi respondeu-lhe o seguinte:
—
A honestidade e o culto à verdade são as bases da paz.
A violência é filha da mentira. A pessoa sincera, ou seja,
bem-intencionada, brevemente deixará de ser violenta, por perceber que a
verdade é incompatível com a agressão.
Daí
surgir a expressão: "violência gera violência".
Outro
dos seus interrogadores perguntou-lhe:
—
Como deixar de ser violento, num mundo como este, em que as nações investem em
pesados armamentos? — E ele respondeu:
—
Pelo afastamento da ganância, do desejo de domínio e de exploração do próximo
em proveito próprio. A não violência requer completa ausência da exploração,
seja ela de que forma for. Somente quando todas as nações compreenderem que não
lhes é lícita a exploração em detrimento da união que deve haver entre elas, as
armas perderão sua finalidade.
Percebendo
o ambiente pesado em torno de si, causado pela impaciência de seus
interrogadores aliada à penumbra do ambiente inóspito em que se encontrava,
Mahatma acrescentou-lhes corajosamente:
—
Há muito tempo, percebi que há falta de coerência entre o que os homens dizem
sobre a paz em contraste com suas mútuas intolerâncias e agressividade contra
os que não compartilham suas ideias. O Universo é regido pela força moral.
Somente em nossa dedicação à paz com verdadeira fé compreenderemos isso.
Um
de seus interrogadores portava uma Bíblia e perguntou-lhe o que conhecia sobre
Jesus Cristo. Gandhi respondeu-lhe:
—
O Evangelho de Jesus está todo sintetizado no Sermão da Montanha. Lendo
essa bela página e, sobretudo, praticando o que aí está, nada mais nos falta ao
entendimento da Lei de Deus. Sem a fé profunda em Deus e na paz, é impossível
vivermos em harmonia.
Não
foi por outro motivo que o Cristo afirmou aos seus discípulos ter-lhes deixado
a sua paz e não a paz mundana, quando afirma: "Deixo-lhes a paz, minha paz
lhes dou; mas não como o mundo a dá. Não se perturbe nem se intimide seu
coração" (João, 14:27).
Por
fim, Mahatma completou:
—
A não ser pelo amor profundo dedicado ao nosso Criador, é impossível morrer sem
ódio no coração, sem temor e com a certeza de que Deus estará sempre presente
em nossa vida, na vitória do bem contra o mal. O trabalhador da paz deve
respeitar as religiões de toda a humanidade, ter caráter irrepreensível, buscar
relações de respeito e amizade com todas as pessoas. Somente assim, alcançará
sua pacificação e poderá pacificar seu próximo.
Ao
final da entrevista, todos se retiraram pensativos. Então, Mahatma Gandhi
permaneceu em paz e oração em benefício da libertação de seu povo, o que veio a
acontecer algum tempo depois.
E
nós terminamos esta crônica com as seguintes palavras do maior de todos os
Messias, Jesus Cristo: "Venham a mim todos os que estão cansados sob o
peso do seu fardo e lhes darei descanso. Tomem sobre si meu jugo e aprendam de
mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para suas
almas, pois meu jugo é suave e meu fardo é leve" (Mateus,
11:28-30).
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