segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

 



Sexo e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 9

 

Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

57. Quem era a Entidade que induzira o padre ao suicídio?

Conforme já vimos, Madame X (o mesmo padre Mauro em existência anterior) celebrizou-se no período napoleônico pela insensatez e cobiça, utilizando-se da sua mansão-bordel para as extravagâncias, nas quais infelicitou muitas pessoas. O Espírito que ora a induzia ao suicídio é mais um daqueles que foram dilapidados nos sentimentos e trucidados na razão, em face do desbordar de paixões que a infeliz proxeneta de luxo se permitia na sua corte de depravados, na qual misturava favores sexuais com interesses políticos, tornando-se agente de conciliábulos perversos que mutilaram muitas pessoas. Vitimado, naquele período, pela astúcia de um inimigo junto à política vigente, Madame X intermediou sua queda, conduzindo-o a uma armadilha muito bem urdida, na qual perdeu a existência corporal, além de ter enlameada a memória. (Sexo e Obsessão, capítulo 10: Recomeço difícil e purificador.)

58. Quem foi e quando viveu o marquês de Sade? 

Considerado por uns como sendo grande novelista, por outros como um atormentado portador de distúrbios mentais e emocionais, especialmente no que diz respeito à conduta sexual, Donato Afonso Francisco, mais conhecido como marquês de Sade, nasceu em Paris, descendente de uma família das mais nobres e distintas da Provença. Havendo ingressado na cavalaria aos catorze anos, dali saiu na condição de segundo tenente e membro do regimento do rei. Logo depois, durante a guerra dos Sete Anos, na Alemanha, alcançou o posto de capitão. Em 1763, havendo regressado à França, seu país natal, casou-se com uma das filhas do presidente Montreuil, havendo sido, de alguma forma, enganado, porque amava a outra filha, a mais jovem, que a família encaminhara ao convento, fato que causou um grande desgosto ao capitão e arruinou-lhe a vida interior. (Obra citada, capítulo 10: Recomeço difícil e purificador.)

59. Que tipo de obras literárias o marquês de Sade legou à posteridade?

Ele deixou um imenso legado de obras, principalmente comédias que foram representadas em Paris e em Versalhes, licenciosas e autobiográficas das práticas que realizara. Embora expressiva e volumosa, sua literatura não se destaca pela qualidade, mas certamente pela vulgaridade. Os seus desregramentos na área da sexualidade deram lugar a uma designação derivada do seu nome para um tipo de perversão sexual, que passou a ser conhecida como sadismo. (Obra citada, capítulo 10: Recomeço difícil e purificador.)

60. Os Benfeitores valem-se do auxílio de animais desencarnados, adestrados para a tarefa, em suas excursões socorristas? 

Sim. E era exatamente isso que ocorreria na excursão liderada pelo Mentor Anacleto. Na equipe socorrista dois jovens Espíritos estavam escalados para atuar, cada um dos quais conduzindo um mastim de expressivo porte, ambos bem amestrados e mansos. Os jovens que os conduziam pareciam excelentes amestradores que os iniciaram na identificação dos fluidos perniciosos e das vibrações deletérias das regiões espirituais inferiores, e se apresentavam exultantes com a possibilidade de contribuir em favor do êxito do empreendimento em pauta. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)

61. Como agem os serviçais das paixões vis? 

Quando os serviçais e agentes do sexo perturbado direcionam o pensamento para alguém, e concedem-lhe assistência nefasta, a sua insistência é tão grande e pertinaz que são poucos aqueles que conseguem evadir-se do cerco ou superar-lhes a pressão doentia, escravagista. Inspiram a mentirosa excelência do gozo, dão ideia de que a pessoa está perdendo excelentes oportunidades de ser feliz e que, afinal, a vida não pode ser levada tão a sério que dispense as suas concessões carnais, visto que o tempo monástico não mais se instalará na Terra... Noutras vezes, auxiliam por inspiração reflexões perturbadoras, procurando diminuir a gravidade dos compromissos sem responsabilidade, a banalização dos relacionamentos apressados e das múltiplas experiências como fonte de vida, em terríveis conciliábulos que, não poucas vezes, resultam exitosos para os seus delineamentos. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)

62. Mesmo quando resistem às influências espirituais nefastas, o perigo continua? 

Sim. Segundo o Mentor, muitos conseguem resistir às influências nefastas que nem sempre lhes encontram guarida na mente ou no sentimento, mas acabam, às vezes, tornando-se vítimas de companhias encarnadas que se corromperam e se oferecem para o banquete da loucura, alcançando-os com maior facilidade: “É-lhes possível resistir às interferências espirituais pelo pensamento, renovando-se e impondo-se ideias edificantes, no entanto, quando perseguidos por pessoas amigas que se transtornam e passam a assediá-los, o problema se lhes faz mais grave”. É preciso, pois, vigilância permanente. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)

63. Qual era o quadro reinante na cidade pervertida?

Um pandemônio reinava ali por toda parte. A sensualidade desbordante tomava conta dos alucinados em transe de loucura. O desfile dos carros alegóricos expressando as organizações genitais deformadas e absurdas, os atos praticados em grupos vulgares e desvairados, inspiravam compaixão, não fosse a náusea que provocavam. Tudo ali fazia recordar os lupanares de baixa categoria e os antros da mais sórdida vulgaridade sexual animalizada. Estátuas horrendas, decorações absurdas, construções aberrantes, tudo era calcado no sensualismo chocante, ao tempo em que as músicas estridentes faziam-se acompanhar por detrás de conteúdo chulo e palavreado grosseiro, enquanto seres humanos transformados em bestas animalescas serviam de condução a hediondas personagens que as conduziam, utilizando-se de rédea e chicote, seminuas ou vestindo-se primitivamente com o que pareciam couro negro escuro e brilhante, tendo adereços e argolas grosseiras penduradas em várias partes do corpo, incluindo o sexo de aparência descomunal... Tudo eram referências às mais vis expressões da conduta desregrada do abuso sexual. Grupos desfilavam exibindo espetáculos coletivos de caráter sadomasoquista, em que as aflições que eram infligidas aos seus membros produziam gritos e dilacerações absurdas, mutilações e flagelos entre gargalhadas estentóricas e zombeteiras, como a imaginação mais exagerada não é capaz de conceber. (Obra citada, capítulo 11: Retorno à cidade pervertida.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/01/blog-post_09.html


 

 

 

 


 

 

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