No Invisível
Léon Denis
Parte 4
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. A
especulação metafísica foi importante para que a doutrina do moderno
Espiritualismo fosse edificada?
B. Que
meios são necessários para se adquirir a ciência de além-túmulo?
C. A
respeito dos Espíritos dos mortos, que é que os fatos puderam comprovar?
Texto para
leitura
96. Eusápia Paladino aumentava e diminuía à vontade o
próprio peso e o da mesa. À distância de 45 centímetros produziu a ruptura de
um tubo de borracha e fez quebrar-se um lápis. Quebrou em três pedaços uma
pequena mesa de madeira, colocada atrás de sua cadeira, anunciando previamente
o número dos fragmentos, coisa incompreensível, uma vez que ela estava na
obscuridade e de costas voltadas para a mesa. Tendo o Sr. Dubierne dito, numa
das sessões, que “John”, o Espírito-guia de Eusápia, podia quebrar a mesa,
ouviu-se imediatamente partir-se um dos pés desta.
97. Apesar desses fatos, o Dr. Le Bon lançou aos espíritas
e aos médiuns, no Matin de 20 de maio de 1908, o seguinte repto: “Embora
declare o professor Morsélli que o levantamento de uma mesa, sem contacto, é o
‘ABC’ dos fenômenos espíritas, duvido muito que se possa produzir... Ofereço
500 francos a quem me mostrar o fenômeno em plena luz.”
98. Alguns dias depois, um jornalista muito conhecido, o
Sr. Montorgueil, respondia no L'Eclair: “Somos centenas os que temos
visto fenômenos de levitação de mesas, sem contacto. Vêm-nos agora dizer que há
sugestão, prestidigitação, artifício. A exemplo do Sr. Le Bon, ofereço 500
francos ao prestidigitador que se apresentar no L'Éclair e nos enganar
com os mesmos artifícios, reproduzindo os mesmos fenômenos.”
99. O astrônomo C. Flammarion, por sua parte, respondia no Matin
ao Sr. Le Bon: “Em minha obra ‘Forças Naturais Desconhecidas’, se encontram
fotografias diretas e sem retoques, a cujo propósito estou também perfeitamente
disposto a dar um prêmio de 500 francos a quem for capaz de nelas descobrir
qualquer artifício.” E adiante disse: “Veem-se rotações operarem-se sem
contacto, tendo sido a farinha espalhada como por um sopro de fole e sem que
dedo algum a houvesse tocado... Durante essas experiências víamos um piano, do
peso de 300 quilogramas, desferir sons e levantar-se, quando ao seu pé havia
apenas um menino de onze anos, médium sem o saber.”
100. Finalmente, o Dr. Ochorowicz, professor da
Universidade de Varsóvia, publicava nos Annales des Sciences Psychiques
de 1910 a narrativa de suas experiências com a médium Srta. Tomszick,
acompanhada de reproduções fotográficas de numerosos casos de levitação de
objetos sem contacto. Esses fatos representam um conjunto de provas objetivas
capazes de, por sua natureza, convencer os mais cépticos.
101. O professor César Lombroso, da Universidade de Turim,
célebre no mundo inteiro por seus trabalhos de antropologia criminalista,
publicava em 1910, pouco antes de sua morte, um livro, intitulado Hipnotismo
e Espiritismo, em que relatava todas as suas experiências, prosseguidas
durante anos, e concluía num sentido absolutamente afirmativo, sob o ponto de
vista espírita. Essa obra é um belo exemplo de probidade científica, a opor ao
preconceito e às opiniões rotineiras da maior parte dos sábios franceses. Julgamos
dever aqui reproduzir as considerações que induziram Lombroso a escrever:
“Quando me dispus a escrever um livro – diz ele – sobre os fenômenos
denominados espíritas, ao termo de uma existência consagrada ao desenvolvimento
da Psiquiatria e da Antropologia, os meus melhores amigos me acabrunharam de
objeções, dizendo que eu ia arruinar a minha reputação. Apesar de tudo, não
hesitei em prosseguir, considerando meu dever rematar a luta em que me
empenhara pelo progresso das ideias, lutando pela mais contestada e escarnecida
ideia do século.”
102. Assim, dia a dia as experiências se repetem, os
testemunhos se tornam cada vez mais numerosos. Todos esses fatos constituem já,
em seu conjunto, uma nova ciência, baseada no método positivo. Para edificar
sua doutrina, o moderno Espiritualismo não teve necessidade de recorrer à
especulação metafísica; foi-lhe suficiente apoiar-se na observação e na
experiência. Não podendo os fenômenos que ele estuda explicar-se por leis
conhecidas, longa e ponderadamente os examinou e analisou e, em seguida, por
encadeamento racional, dos efeitos remontou às causas. A intervenção dos
Espíritos, a existência do corpo fluídico, a exteriorização dos vivos não foram
afirmadas senão depois que os fatos vieram, aos milhares, demonstrar a sua
realidade.
103. A nova ciência espiritualista não é, pois, obra de
imaginação; é o resultado de longas e pacientes pesquisas, o fruto de inúmeras
investigações. Os homens que as empreenderam são conhecidos em todas as esferas
científicas: são portadores de nomes célebres e acatados.
104. Durante anos têm sido efetuadas rigorosas perquirições
por comissões de sábios profissionais. As mais conhecidas são o inquérito da
Sociedade Dialética de Londres, o da Sociedade de Investigações Psíquicas, que
se mantém há vinte anos e tem produzido consideráveis resultados, e, mais
recentemente, o do Sr. Flammarion. Todos registram milhares de observações,
submetidas ao mais severo exame, às mais escrupulosas verificações.
105. Passou o tempo das ironias levianas. O desdém não é
uma solução. É preciso que a Ciência se pronuncie, porque o fenômeno aí está,
revestindo tantos aspectos, multiplicando-se de tal modo, que se impõe a sua
atenção. A alma, livre e imortal, não mais se afirma como entidade vaga e
ideal, mas como um ser real, associado a uma forma e produtor de uma força
sutil cuja manifestação constante solicita a atenção dos investigadores. Desde
as pancadas e os simples fatos de tiptologia até as aparições materializadas, o
fenômeno espírita se desdobrou, sob formas cada vez mais imponentes, levando a
convicção aos mais cépticos e mais desconfiados.
106. É o fim do sobrenatural e do milagre; mas desse
conjunto de fatos, tão antigos como a própria Humanidade, até aqui mal
observados e compreendidos, resulta agora uma concepção mais alta da vida e do
Universo e o conhecimento de uma lei suprema que vai guiando os seres, em sua
ascensão através dos esplendores do infinito, para o bem, para o perfeito!
107. O Espiritismo experimental: II - A marcha
ascensional: os métodos de estudo – A reunião do Congresso Espírita e
Espiritualista Internacional de Paris, em 1900, permitiu comprovar-se a
vitalidade sempre crescente do Espiritismo. Delegados vindos de todos os pontos
do mundo, representantes dos mais diversos povos nele expuseram os progressos
das ideias em seus respectivos países, sua marcha ascensional mau grado aos
obstáculos, às ruidosas conversões que opera, tanto entre os membros da Igreja
como entre os sábios materialistas. Identicamente sucedeu no Congresso de
Bruxelas, em 1910. Foi instituída uma Agência Internacional, com o fim de
estabelecer permanentes relações entre as agremiações dos diferentes países e
colher informações acerca do movimento espírita no mundo inteiro.
108. Apesar das negações e zombarias, a crença espírita se
fortifica e engrandece. À medida, porém, que se propaga, torna-se mais acesa a
luta entre negadores e convencidos. O mundo velho se sobressalta; sente-se
ameaçado. A luta pela vida não é mais violenta que o conflito das ideias. A
ideia antiquada, incompleta, agarra-se desesperadamente às posições adquiridas
e resiste aos esforços da ideia nova, que quer ocupar o seu lugar ao Sol. As
resistências se explicam pelos interesses de toda uma ordem de coisas que se
sente combatida. Têm sua utilidade, porque tornam mais atilados os inovadores,
mais ponderados os progressos do espírito humano.
109. Ora, o espírito humano tem como parte integrante do
seu destino destruir e reconstruir sempre. Trabalha incessantemente na
edificação de esplêndidos monumentos, que lhe servirão de abrigo, mas que,
tornados insuficientes dentro em pouco, deverão ser substituídos por obras,
concepções mais vastas, apropriadas ao seu constante desenvolvimento. Todos os
dias desaparecem individualidades, sistemas submergem na luta. Mas em meio das
flutuações terrestres o roteiro da verdade se desdobra, traçado pela mão de
Deus, e a Humanidade segue o rumo de seus inelutáveis destinos.
110. O Espiritismo, utopia de ontem, será a verdade de
amanhã. Com ela familiarizados, os nossos pósteros esquecerão as lutas, os
sofrimentos dos que lhe terão assegurado a posição ao mundo; a seu turno,
porém, terão que sofrer e combater pela vitória de um ideal mais elevado. É a
lei eterna do progresso, a lei da ascensão que conduz a alma humana, de
estância em estância, de conquista em conquista, a uma soma sempre maior de luz,
de experiência e de ciência. É a razão mesma da vida, a ideia máter que dirige
a evolução das almas e dos mundos.
111. À proporção que o Espiritismo se divulga, mais
imperiosa se faz sentir a necessidade de estabelecer regras positivas,
condições sérias de estudo e experimentação. É preciso evitar aos adeptos
amargas decepções e a todos tornar acessíveis os meios práticos de entrar em
relação com o mundo invisível.
112. Há dois meios para se adquirir a ciência de
além-túmulo: de um lado o estudo experimental, de outro a intuição e o
raciocínio, de que só as inteligências exercitadas sabem e podem utilizar-se. A
experimentação é preferida pela grande maioria dos nossos contemporâneos. Está
mais de acordo com os hábitos do mundo ocidental, bem pouco iniciado ainda no
conhecimento das secretas e profundas capacidades da alma.
113. Os fenômenos físicos bem comprovados têm, para os
nossos sábios, uma importância inigualável. Em muitos homens não pode a dúvida
cessar nem o pensamento libertar-se do estado de entorpecimento, senão a poder
do fato. O fato brutal, o fato autêntico vem subverter as ideias preconcebidas;
obriga os mais indiferentes a investigar o problema de além-túmulo.
114. É necessário facilitar as pesquisas experimentais e o
estudo dos fenômenos físicos, considerando-os, porém, como transição para
manifestações menos terra-a-terra. Essas manifestações, ao mesmo tempo
intelectuais e espirituais, constituem o lado mais importante do Espiritismo.
Em suas variadas formas representam outros tantos meios de ensino, outros
tantos elementos de uma revelação, sobre a qual se edifica uma noção da vida
futura mais ampla e elevada que todas as concepções do passado.
115. O homem que chora a perda de seres caros, de que a
morte o separou, procura antes de tudo uma prova da sobrevivência na
manifestação dessas almas diletas ao seu coração e que para ele também se
sentem atraídas pelo amor. Uma palavra afetuosa, uma prova moral, delas
provenientes, farão muito mais para convencer que todos os fenômenos materiais.
116. Até agora, para a maioria dos homens, a crença na vida
futura não havia sido mais que vaga hipótese, fé oscilante a todos os embates
da crítica. As almas, depois de separadas dos corpos, eram apenas a seus olhos
entidades mal definidas, enclausuradas em lugares circunscritos, inativas, sem
objetivo, sem relações possíveis com a Humanidade.
117. Hoje sabemos, de ciência certa, que os Espíritos dos
mortos nos rodeiam e se imiscuem em nossa vida. Aparecem-nos como verdadeiros
seres humanos, providos de corpos sutis, tendo conservado todos os sentimentos
da Terra, suscetíveis, porém, de elevação, tomando parte, de forma crescente,
na obra e no progresso universais e possuindo energias consideravelmente
superiores às de que dispunham em sua condição antiga de existência.
118. Sabemos que a morte não ocasiona mudança alguma
essencial à natureza íntima do ser, que permanece, em todos os meios, o que a
si mesmo se fez, levando para além do túmulo suas tendências, seus ódios e
afetos, suas virtudes ou fraquezas, conservando-se ligado pelo coração aos que
na Terra amou, sempre ansioso por aproximar-se deles.
119. A intuição profunda nos revela a presença dos amigos
invisíveis e, num certo limite, nos permitia em nosso foro interno
corresponder-nos com eles. A experimentação vai mais longe: proporciona meios
de comunicação positivos e evidentes; estabelece entre os dois mundos, o
visível e o oculto, uma comunhão que se vai ampliando à proporção que as
faculdades mediúnicas se multiplicam e aperfeiçoam. Fortalece os laços de
solidariedade que vinculam as duas Humanidades e lhes permite, por meio de
constantes relações, por contínua permuta de ideias, combinar suas forças, suas
aspirações comuns, orientá-las no sentido de um mesmo grandioso objetivo e
trabalhar conjuntamente por adquirir mais luz, mais elevação moral e,
conseguintemente, mais felicidade para a grande família das almas, de que
homens e Espíritos são membros.
120. Força é, todavia, reconhecer que a prática
experimental do Espiritismo é inçada de dificuldades. Exige qualidades de que
não são dotados muitos homens: espírito de método, perseverança, perspicácia,
elevação de pensamentos e de sentimentos. Alguns só chegam a adquirir a
cobiçada certeza, depois de repetidos insucessos; outros a alcançam de um jato,
pelo coração, pelo amor. Estes apreendem a verdade sem esforço, e dela nada
mais os consegue desviar.
121. Sim, a Ciência é magnífica; nela encontram infinitas
satisfações os investigadores perseverantes, a quem cedo ou tarde fornecerá ela
a base em que as convicções sólidas se fundam. Entretanto, a essa ciência
puramente intelectual, que estuda unicamente os corpos, é necessário, para
assegurar-lhe o equilíbrio, acrescentar uma outra que se ocupa da alma e de
suas faculdades afetivas. É o que fez o Espiritismo, que não é somente uma
ciência de observação, mas também de sentimento e de amor, pois que se dirige
ao mesmo tempo à inteligência e ao coração.
122. É por isso que os sábios oficiais, habituados às
experiências positivas, operando com instrumentos de precisão e baseando-se em
cálculos matemáticos, obtêm resultados menos facilmente e fatigam-se depressa
em presença do caráter fugidio dos fenômenos. As causas múltiplas em ação nesse
domínio, a impossibilidade de reproduzir os fatos à vontade, as incertezas, as
decepções os desconcertam e fazem esmorecer.
123. Raros foram, na França, durante muito tempo, nos
círculos oficiais, os experimentadores emancipados das clássicas rotinas e
dotados das qualidades necessárias para empreenderem com êxito essas delicadas
observações. Todos os que procederam com perseverança e imparcialidade puderam
verificar a realidade das manifestações dos denominados mortos. Ao publicar,
porém, os resultados de suas investigações, só defrontaram na maioria das vezes
a incredulidade, a indiferença ou a zombaria.
124. Os homens de ciência, para explicar os fatos
espíritas, têm amontoado sistemas sobre sistemas e recorrido às mais inverossímeis
hipóteses, torturando os fenômenos para os acomodar no leito de Procusto de
suas concepções. Daí a criação de tantas singulares teorias, desde o músculo
rangedor de Jobert de Lamballe, as articulações estalantes, o automatismo
psicológico, as alucinações coletivas, até a do subliminal. Essas teorias, mil
vezes refutadas, renascem incessantemente. Dir-se-ia que os representantes da
ciência oficial nada receiam tanto como ser obrigados a reconhecer a
sobrevivência e intervenção dos Espíritos.
125. Sem dúvida, é prudente e de bom aviso examinar todas
as explicações contrárias, esgotar todas as hipóteses, todas as outras
possibilidades, antes de recorrer à teoria espírita. Ao começo, os
experimentadores, em sua maior parte, entenderam poder dispensá-la; à medida,
porém, que de mais perto examinavam o fenômeno, compreendiam que eram
insuficientes as outras teorias e forçoso se tornava recorrer à explicação tão
desdenhada. Os outros sistemas se
esboroavam um a um sob a pressão dos fatos. (Continua
na próxima semana.)
Respostas às
questões preliminares
A. A
especulação metafísica foi importante para que a doutrina do moderno
Espiritualismo fosse edificada?
Não. Para
edificar sua doutrina, o moderno Espiritualismo (nome com que o Espiritismo foi
conhecido inicialmente) não teve necessidade de recorrer à especulação metafísica;
foi-lhe suficiente apoiar-se na observação e na experiência. Não podendo os
fenômenos que ele estuda explicar-se por leis conhecidas, longa e
ponderadamente os examinou e analisou e, em seguida, por encadeamento racional,
dos efeitos remontou às causas. A intervenção dos Espíritos, a existência do
corpo fluídico, a exteriorização dos vivos não foram afirmadas senão depois que
os fatos vieram, aos milhares, demonstrar a sua realidade. A nova ciência
espiritualista não é, pois, obra de imaginação; é o resultado de longas e
pacientes pesquisas, o fruto de inúmeras investigações. (No Invisível,
O Espiritismo experimental: I - A Ciência Espírita.)
B. Que
meios são necessários para se adquirir a ciência de além-túmulo?
Há dois
meios: de um lado, o estudo experimental, de outro a intuição e o raciocínio,
de que só as inteligências exercitadas sabem e podem utilizar-se. A
experimentação foi a preferida pela grande maioria dos contemporâneos de Léon
Denis, por estar mais de acordo com os hábitos do mundo ocidental, bem pouco
iniciado ainda no conhecimento das secretas e profundas capacidades da alma. Os
fenômenos físicos bem comprovados têm, para os nossos sábios, uma importância
inigualável. Em muitos homens não pode a dúvida cessar nem o pensamento libertar-se
do estado de entorpecimento, senão a poder do fato. O fato brutal, o fato
autêntico vem subverter as ideias preconcebidas; obriga os mais indiferentes a
investigar o problema de além-túmulo. (Obra citada, O Espiritismo
experimental: II - A marcha ascensional: os métodos de estudo.)
C. A
respeito dos Espíritos dos mortos, que é que os fatos puderam comprovar?
Antes do
moderno Espiritualismo, para a maioria dos homens, a crença na vida futura não
era mais que vaga hipótese, fé oscilante a todos os embates da crítica. As
almas, depois de separadas dos corpos, eram apenas a seus olhos entidades mal
definidas, enclausuradas em lugares circunscritos, inativas, sem objetivo, sem
relações possíveis com a Humanidade. Agora é diferente, pois sabemos, de
ciência certa, que os Espíritos dos mortos nos rodeiam e se imiscuem em nossa
vida. Aparecem-nos como verdadeiros seres humanos, providos de corpos sutis,
tendo conservado todos os sentimentos da Terra, suscetíveis, porém, de
elevação, tomando parte, de forma crescente, na obra e no progresso universais
e possuindo energias consideravelmente superiores às de que dispunham em sua
condição antiga de existência. E mais: a morte não ocasiona mudança alguma
essencial à natureza íntima do ser, que permanece, em todos os meios, o que a
si mesmo se fez, levando para além do túmulo suas tendências, seus ódios e
afetos, suas virtudes ou fraquezas, conservando-se ligado pelo coração aos que
na Terra amou, sempre ansioso por aproximar-se deles. (Obra citada, O
Espiritismo experimental: II - A marcha ascensional: os métodos de
estudo.)
Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na
semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/12/blog-post_30.html
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