Os ritmos internos

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Os ciclos são acontecimentos naturais no Universo. As quatro estações são um exemplo bastante perceptível por todos no Planeta. Não há como querer anulá-las ou colocá-las numa sequência alterada; elas já são sábias o suficiente para respeitarem a sua própria criação. E respeito é o que determina o grau de amor que temos por nós. Se os ciclos são naturais, os nossos ritmos internos também são.

Haverá os dias em que estaremos felizes, radiantes, no entanto, em outro momento, estaremos calados, até apáticos. Haverá os dias em que construiremos uma cidade inteira e outros em que nada terá tanta importância. Nós só precisamos aceitar e compreender esses momentos. Não temos de ser sempre proativos e perfeitos e heróis. Somos seres em desenvolvimento e sentimos medo, culpa, tristeza, raiva, insatisfação, mas tudo isso passa. Entretanto nossa conduta deve estar em aperfeiçoamento sempre, pois não estamos isentos das reações oriundas de nossas ações. Estamos onde nos colocamos e da maneira que semeamos. E, muito felizmente, estamos fadados à luz e à completude, porém há o percurso individual do aprendizado.

Somos a nossa criança que necessita de nosso carinho, paciência, amor, respeito. E se, em certo dia, nos encontramos com mais dor do que o comum, então, sejamos o nosso próprio amor e doçura. Que possamos nos embalar nos braços e compreender o motivo dos nossos olhos rasos d’água. Que possamos nos escutar com atenção e nos consolar. São apenas os ciclos naturais.

Quando lutamos contra os nossos sentimentos e os nossos ritmos internos, apenas nós é que sofremos... e como. Se há cansaço procuremos descansar, se há necessidade de novos rumos busquemos o horizonte a desbravar, se há tristeza olhemos o colorido das flores, o brilho das estrelas, mas se, ainda assim, precisarmos de mais tempo, então, que haja esse tempo. Demo-nos atenção, amor e paciência que a criança frágil se transformará num exemplo de força e felicidade.

Os ciclos são etapas naturais na vida, não queiramos sufocá-los. Há importância incomparável em querer compreendê-los e respeitá-los, pois bem se sabe que há o tempo de plantar e o de colher, o de chorar e o de sorrir, o de aqui estar e o de partir. Há tempo para tudo e cada um possui o seu ritmo interno. E devemos ser para nós a criatura mais importante.

E, em relação ao amparo externo, só é capaz de compreender o outro quem antes já compreendeu a si.

 

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