JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
O que é a fé? Na
visão das religiões, é a crença em dogmas e “artigos de fé”. Ela pode ser cega
ou raciocinada, segundo o entendimento espírita.
A fé cega, diz Allan Kardec, “produz o fanatismo”. Mas “não
basta ver”, explica ele, “é preciso, sobretudo, compreender”. Por fim, o
codificador da Doutrina Espírita afirma que “Fé inabalável é somente a que pode
enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”.
Segundo um espírito protetor, no capítulo 19 d’O Evangelho
segundo o Espiritismo, a fé é humana e é divina. Somos movidos pela vontade.
O que faz a diferença, em nossa vida, é o querer. Por isso diz o provérbio:
“querer é poder”, ou seja, precisamos nos manter sempre motivados, pois quando
se perde a motivação, pouco a pouco vamos perdendo tudo, até mesmo a vontade de
viver. Nesse tempo, a fé já não está conosco.
Negar a vida, porém, é simples perda de tempo, pois viveremos
eternamente, e a evolução é nosso destino. A vida é dom divino que não exclui
nenhum filho de Deus, que todos nós o somos, creiamos ou não nisso.
Esta é a fé humana: a confiança em si mesmo... Como disse o
espírito supracitado: “O Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por
esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que
essa vontade pode obter satisfação”.
Se o homem se esforça na conquista de um objetivo, e sente
em si mesmo que possui as forças necessárias para alcançá-lo, isso o torna
confiante na vitória. Assim também ocorre com quem possui fé na vida post mortem e resolve dedicar sua
existência corporal ao bem. Essa fé
divina permite a quem a possui realizar prodígios de devotamento e de abnegação ao próximo, o que caracteriza o
verdadeiro entendimento do que seja a caridade, ou amor em ação.
O espírito Emmanuel demonstra o poder da fé e do amor
humanos quando diz: “Compreendendo-se que a Justiça divina ignora privilégios,
todos aqueles que se decidem a servir são escolhidos por efeito da própria
escolha” (in: Fé e vida, cap. 3).
Como acabas de ler, alma amiga, Deus não privilegia quem diz
ter a fé religiosa e, sim, aquele em quem a fé se expressa em obras. A
diferença está apenas na vontade. Se esta é a de César, permanecerá com ele, na Terra; se é a de Deus, realizará
prodígios não só na Terra como também no Céu, onde as “almas eleitas” se
encontram e usufruem da felicidade dos justos.
Eis o que diz o espírito Maria Dolores sobre a fé, na
obra cujo título é seu nome, psicografada por Chico Xavier: Palavras da fé
Nunca te dês por inútil,
Mesmo em ação de alto nível,
Não afirmes: “impossível”,
Nem te digas sem valor,
Deus em ti é a própria vida,
Mantendo-te, instante a instante,
Em doação incessante,
Por fonte viva de amor.
Não és um astro, no entanto,
Tens a força estranha e bela
De acender a luz da vela,
Dissipando a escuridão.
Não inventaste a semente,
Nem a romã cetinosa,
Não sabes tecer a rosa,
Mas podes assar o pão.
Não fulguras qual brilhante
Nem tens a força do vento
Em redemoinho violento,
Quando ruge a destruir;
Mas tens o conhecimento
De quem guia a natureza,
Exterminando a tristeza,
No dom de fazer sorrir.
Não esmoreças no mundo,
Trabalha, ajuda, esclarece,
Tens o verbo, a voz, a prece,
São sem conta os dotes teus;
Ampara, acalma e perdoa,
Qualquer migalha do bem
Na Terra e no Mais Além,
É benção do amor de Deus.
Vem, pois, comigo à luz da fé em nossa vida imortal, alma
irmã!
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