quinta-feira, 1 de junho de 2023

 



CINCO-MARIAS

 

Ensinar empatia às crianças

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com


Todo indivíduo faz diferença
. Jane Goodall

 

Aspiramos a que uma criança cresça empática?

Ainda que a empatia seja uma inclinação natural do ser humano, ela depende na infância de estímulo para desenvolver-se. Como em qualquer situação, o primeiro passo é o exemplo. Porque as crianças absorvem tudo – as atitudes positivas e os comportamentos negativos. Logo, se queremos crianças empáticas, devemos também ser pessoas empáticas – em casa, na rua, no dia a dia, deixando que percebam, observem e absorvam de modo repetido nosso cuidado e atenção com os outros e, ainda, as consequências de nossas atitudes gentis, atentas, compassivas.

A habilidade de se colocar no lugar do outro pode também ser estimulada na primeira infância por meio da literatura infantil, que é um pilar importante no desenvolvimento da criança.

Quando a criança tem contato com os cenários diversos da literatura, ela tem a oportunidade de viver diferentes experiências, abrindo-se a emoções distintas – medo, raiva, tristeza, alegria –, integrando-se a contextos que abordam perspectivas plurais da humanidade, o que contribui para que ela cresça com mais compreensão, mais empatia.

Contar histórias para as crianças pequenas e permitir que cresçam com acesso fácil a livros contribuem de modo bastante eficaz com o fortalecimento das habilidades emocionais, portanto da empatia, porque a identificação com personagens dá o caldo imaginário necessário para a criança se reconhecer e se colocar no lugar dos personagens, entender diferenças e conhecer novas formas de resoluções de conflitos que poderão, por exemplo, ser reproduzidas nas situações reais.

Por permitir a diversidade, despertando na criança seu potencial reflexivo e crítico, a literatura, sem mencionar outros aspectos, é um recurso que, na infância, favorece o desenvolvimento da empatia.

 

Notinhas

 

A empatia – habilidade de se colocar no lugar do outro – não é uma característica individual que depende somente de fatores genéticos. Aliás, é sabido hoje que os fatores ambientais têm influência expressiva para o desenvolvimento da empatia.

É na primeira infância (período entre os 0 e 6 anos) que o nosso cérebro passa pelo maior número de conexões neuronais (sinapses), criando uma janela de oportunidade para o aprendizado. Assim, se área do cérebro responsável por habilidades emocionais como a empatia não é devidamente estimulada na infância, fica mais difícil desenvolvê-la na vida adulta.

É possível observar, desde o nascimento, comportamentos que são uma espécie de precursores da empatia, como o choro reativo de um bebê ao ouvir outra criança chorando. Mas é a partir do primeiro/segundo ano de vida que os fatores ambientais – como a interação com os pais – começam a preponderar no desenvolvimento da empatia.

 

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Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 


 

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