segunda-feira, 12 de junho de 2023

 



Entre os Dois Mundos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 4

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco em 2004.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

28. Em face da internação hospitalar do Dr. Marco Aurélio, que fez o inimigo desencarnado que o obsidiava?

O inimigo do Dr. Marco Aurélio seguiu com ele à UTI, em razão dos profundos vínculos que os uniam e do seu persistente desejo de vingança. Frustrado, por não o haver levado ao crime, agravan­do-lhe a situação espiritual, comprazia-se, por outro lado, por tê-lo agora sob domínio quase total, em razão do destrambelhamento de sua usina cerebral. (Entre os dois mundos. Capítulo 8: As atividades prosseguem.)

29. A terapia vigorosa utilizada no caso Marco Aurélio impressionou o autor desta obra. Fatos assim ocorrem com frequência?

A essa pergunta, o Mentor espiritual disse que o mundo es­piritual, na sua causalidade, é sempre o agente de todas as ocorrências que têm lugar no orbe terrestre. E explicou: “Direta ou indiretamente, as ações que daqui procedem refletem-se na esfera física, seja mediante a interferência dos espíritos desencarnados em aflição ou em estado de elevação, como também por consequência dos compromissos anteriormen­te assumidos. Assim sendo, podemos asseverar que a esfera física é o resultado da ressonância dos labores daqui procedentes”. (Obra citada. Capítulo 8: As atividades prosseguem.)

30. Em casos semelhantes ao de Marco Aurélio, os benfeitores espirituais podem conduzir o paciente rebelde a uma desencarnação antecipada?

Sim. Não são poucas as existências humanas que, para serem impedidas as sequências de dis­parates, têm o seu curso interrompido, assim beneficiando os espíritos rebeldes, teimosos e insanos. O mesmo ocorre em relação a alguns missionários do bem, que empolgados pelas realizações executadas desviam-se um pouco do mi­nistério, passando a direcionar o trabalho para os impositivos dominantes na Terra. Objetivando-lhes a felicidade, são con­vocados ao retorno, mediante enfermidades breves, acidentes orgânicos ou não, de forma que não prejudiquem a obra re­alizada, impondo-lhe características pessoais. Muitos abne­gados trabalhadores da verdade, para a sua própria ventura, têm sido chamados de volta antes do prazo estabelecido para a desencarnação. (Obra citada. Capítulo 8: As atividades prosseguem.)

31. Preocupada com seus filhos, que ficariam órfãos de mãe, D. Lucinda ouviu do mentor espiritual palavras que pacificaram sua alma. Que lhe disse ele?

Sobre os filhos, dr. Arquimedes disse: “Os filhos são sempre de Deus, que os empresta aos pais biológicos, temporariamente, a fim de poderem crescer no rumo da felicidade, que nem sempre valorizam”. E acrescentou: “É cer­to que somente poucos se aproveitam da feliz oportunidade, seguindo as trilhas luminosas traçadas pelos genitores. Ex­pressivo número, no entanto, logo identifica as facilidades terrestres, as comodidades, as dissoluções, dominado ainda pelas más inclinações que remanescem das experiências tran­satas, e opta pelos deslizes...”. Quanto a ela, prestes a retornar ao plano espiritual, o mentor recomendou: “Fixa a mente na tua libertação, porquanto a prova a que foste submetida por necessidade de evolução alcança o seu clímax, avançando para o inevitável término”. (Obra citada. Capítulo 9: Libertação de D. Lucinda.)

32. Que efeito tiveram sobre D. Lucinda as palavras ditas pelo mentor espiritual?

Com as palavras carinhosas ditas por ele, a paciente mudou o aspecto facial, assim como suas emoções, irisadas agora pela esperança e pelo reconforto moral de que se via objeto. Como imediata consequência da especial vibração que assimilava, ela entrou em relaxamento, adormecendo em seguida no invólucro carnal. (Obra citada. Capítulo 9: Libertação de D. Lucinda.)

33. Dr. Marco Aurélio estava ciente das consequências de sua leviandade para com a esposa?

Não naquele momento, porque se encontrava em estado de coma. Padecendo a injunção obsessiva do adversário desen­carnado que o exauria em vampirização cruel, mas que ele acolhera espontaneamente no psiquismo, em face dos desa­linhos que se permitira, prosseguiria na investidura carnal por mais tempo, de modo que se beneficiasse moral e espi­ritualmente do processo reparador. (Obra citada. Capítulo 9: Libertação de D. Lucinda.)

34. Como é dito nesta obra, a desencarnação de D. Lucinda foi antecipada por decisão dos benfeitores espirituais. Esse fato ocorre com frequência?

Com frequência, não, mas o caso não constituía uma exceção, conforme José Petitinga esclareceu, diante da estranheza com relação ao assunto demonstrada por Manoel Philomeno. Eis o que Petitinga lhe disse: “É natural que produza estranheza, quando se acom­panha um processo desencarnatório promovido pelos espí­ritos-guias. Isso, porém, não constitui exceção. Há maior número de processos libertadores provocados pelos anjos da guarda do que se tem notícia na Terra. O amor não co­nive com o erro. Diante de determinadas situações graves, quando podem esfacelar-se labores cuidadosamente traba­lhados ou periclitam decisões importantes, como resultado das torpezas humanas, a interferência dos programadores da reencarnação, interrompendo-a, torna-se necessária, a fim de serem recambiados ao lar aqueles que antes foram conduzidos ao processo experimental”. Em seguida, Petitinga concluiu: “Conheço inúmeros casos de trabalhadores da seara espírita que, por mérito uns e por necessidade, outros, de não mais se complicarem, foram retirados do casulo carnal, a fim de prosseguirem mais tarde, quando as circunstâncias assim o permitissem. Não estando predeterminada com fixidez a data da desencarnação, podem os técnicos espirituais postergar-lhe ou antecipar-lhe a ocorrência, depois de minuciosa análise dos fatores que sejam levados em conta para a operação. Recordemo-nos de que a ordem de libertação de nossa irmã Lucinda veio de mais alto, por meio da veneranda sogra, encarregada de conduzi-la ao novo pouso. Assim como as providências para a viagem ao orbe terrestre obedecem a uma programação correspondente, o retorno igualmente atende a interesses relevantes”. (Obra citada. Capítulo 10: Discussões oportunas sobre a desencarnação.)

35. Que efeito sobre D. Lucinda teve a medida tomada pelos benfeitores espirituais?

Germano, o colaborador espiritual que cooperara na condução de dona Lucinda ao acampamento, informou ter observado que, durante a remoção de D. Lucinda para o pavilhão em que se encontrava, ela apresentava sereno o antes angustiado semblante. A respiração fazia-se-lhe ritmada e exteriorizava significativa expressão de harmonia, bem diferente do estado em que a equipe espiritual a encontrara por ocasião dos tristes episódios que precederam sua desencarnação. (Obra citada. Capítulo 10: Discussões oportunas sobre a desencarnação.)

36. O corpo material é qual um anestésico poderoso para as lembranças espirituais?

Sim. É exatamente assim que José Petitinga se referiu para demonstrar o efeito que o estado de encarnação exerce sobre o espírito. “Mesmo que o espírito consiga man­ter-se em constante contato com a retaguarda de onde procede, o mergulho na matéria apaga parte ou a totalidade das recordações, quando não as confunde completamente”, esclareceu Petitinga. “Mesmo quando portador de alto gabarito evolutivo, não transita pelo mundo sem experimentar-lhe as injunções penosas. Não é raro notar-se, em verdadeiros apóstolos do amor e da caridade, reações humanas desconcertantes, quais o ciúme, a mágoa, quando não acolhidos ou desafiados por ou­trem, que não concorda com as suas ideias, ou ressentem-se com outros que lhes parecem competidores.” (Obra citada. Capítulo 10: Discussões oportunas sobre a desencarnação.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/06/entre-os-dois-mundos-manoel-philomeno.html

 

 

 

 

 

 

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