domingo, 23 de março de 2014

Como falar aos entes queridos que partiram


Uma das perguntas mais frequentes recebidas por nossa revista(1) diz respeito à possibilidade, que muitos querem, de se obter no Centro Espírita mensagem de um familiar recentemente desencarnado. Essa possibilidade existe? É ela concreta? Ou depende de alguma condição?
É muito difícil explicar para alguém não afeito à doutrina espírita o que nesses casos ocorre. Se os mortos podem comunicar-se, como ensina o Espiritismo, por que não  nossos entes queridos?
Em algumas situações, certamente na maioria delas, o que move as pessoas é o desejo de contactar o irmão ou amigo que partiu e saber como ele se encontra, como vive, se está feliz ou não. Mas há casos em que o motivo é simplesmente a curiosidade, a busca pela novidade, e poucos compreendem por que os Espíritos não aproveitam a oportunidade para mostrar ao mundo que ninguém morre e que a vida prossegue realmente além do túmulo.
O desejo dos que são movidos pelo sentimento de amor é compreensível e, a deduzir das cartas que recebemos, muito mais comum do que pensamos.
Temos, em casos assim, dito aos que nos escrevem que podemos estabelecer contato com nossos mortos queridos, independentemente da ajuda dos médiuns, por meio da prece e na esfera do sono, porquanto aqueles que nos amam continuam a amar-nos, estando ou não encarnados.
No tocante ao contato direto por meio de um médium, é sempre bom recordar o que Chico Xavier, tratando do assunto, afirmou oportunamente: “O telefone com o Além toca de lá para cá”, ou seja, os desencarnados nos buscam quando podem e quando há razões fortes para isso.
Existem, todavia, determinadas condições indispensáveis a que seja possível uma comunicação com os Espíritos.
De acordo com o que aprendemos na doutrina espírita, é necessário, para que um Espírito se comunique, além da permissão de Deus ou de seus prepostos: 1°, que lhe convenha fazê-lo; 2°, que sua posição ou suas ocupações lho permitam; 3°, que encontre no médium um instrumento apropriado à sua natureza.
Faltando uma das condições citadas, a comunicação mediúnica fica inviabilizada, fato que muitas pessoas têm dificuldade de compreender.
Com Léon Denis, um dos maiores vultos das letras espíritas, deu-se algo semelhante. Denis desejava obter uma comunicação de sua mãe, mas isso jamais ocorreu no grupo espírita de que ele era o dirigente. Um dia, viajando pelo interior da França, o contato com ela foi possível e veio, afinal, para o filho a mensagem esperada.
Por que isso não acontecera antes?
É que, explicou-lhe a mãe, não havia no grupo espírita que ele dirigia um médium que com ela sintonizasse.

(1) A revista “O Consolador”, que completará no início de abril 7 anos de existência.



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