domingo, 2 de março de 2014

“Morreu, descansou”: será isso verdade?


A propósito do tema morte, há quem ainda persista na ideia de que ninguém jamais voltou para dizer se a vida realmente continua.
Fato curioso é que os cristãos creem na continuidade da vida pós-morte e demonstram essa crença quando invocam os chamados santos, que, em verdade, são pessoas como nós que um dia passaram por aqui e retornaram ao mundo espiritual, uma vez mortos seus corpos.
Crer na assistência dos santos não teria nenhum sentido para os que admitem que a vida cessa com a morte corporal ou que os mortos não possam vir em nosso auxílio.
Os fatos, contudo, têm-nos mostrado que a alma sobrevive à morte corpórea e que, havendo permissão superior, pode, sim, comunicar-se com os chamados vivos.
Os que conseguem essa permissão trazem-nos notícias do mundo espiritual, falam do trabalho que realizam e das preocupações que os movem, além de informar-nos que são muitas as ocupações e missões que desempenham, tendo por objetivo a harmonia do Universo. Dizem-nos eles que sua ocupação é contínua, mas nada tem de penosa, uma vez que não estão sujeitos à fadiga nem às necessidades próprias da vida terrena.
Engana-se, pois, quem imagina que os seres desencarnados se encontram descansando, sem obrigações e deveres a cumprir. Desencarnados ou não, são eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, cabendo-lhes ainda velar pela execução de determinados acontecimentos.
Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por aqueles de quem se constituíram guias e protetores, dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos.
Existem tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto no mundo físico como no moral, e o Espírito se adianta conforme a maneira pela qual desempenha sua tarefa.
No tocante ao mundo dos encarnados, os Espíritos ocupam-se com as coisas que nos dizem respeito de conformidade com o grau de evolução em que se acham. Os superiores só se ocupam com o que seja útil ao nosso progresso. Os inferiores ligam-se mais às coisas materiais e delas se ocupam.
A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, na ociosidade contemplativa, que seria uma eterna e fastidiosa inutilidade. Suas atribuições são proporcionadas ao seu grau evolutivo, às luzes que possuem, à sua capacidade, experiência e ao grau de confiança que inspiram ao Supremo Criador.
Há, no entanto, ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, outras de importância relativa, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo afirmar-se que cada um tem a sua, de modo que todos têm deveres a preencher a bem do semelhante e que é, portanto, equivocada a conhecida frase “Morreu, descansou”.



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