segunda-feira, 13 de julho de 2020



A pedido de um amigo, recordamos hoje uma interessante campanha sobre a importância da vírgula lançada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), quando a entidade – fundada em 1908 – comemorava 100 anos de existência.
Como se sabe, a vírgula pode indicar uma pausa, mas sua função vai além disso, de tal maneira que a ausência ou a má colocação dela conseguem alterar por completo o sentido da frase.
Eis alguns exemplos que falam por si:
•  Não aguarde até amanhã. Não, aguarde até amanhã.
  Não quero mais! Não, quero mais.
  Isso só ele resolve. Isso só, ele resolve.
  Não só ele virá à festa. Não, só ele virá à festa.
  Vamos perder, nada foi resolvido. Vamos perder nada, foi resolvido.
  Não desejo saber. Não, desejo saber.
  Não tenha dó! Não, tenha dó!
Os exemplos acima mostram como a pontuação correta ajuda a clarear o sentido do que escrevemos. Como consequência, a pontuação incorreta ou inexistente concorre para ampliar os casos de ambiguidade ou anfibologia, um vício de linguagem que se dá quando a frase admite mais de uma interpretação, fato que pode também ocorrer quando não há cuidado na colocação dos termos da oração.
Vejamos este exemplo: “O menino viu o incêndio do prédio”.
Duas dúvidas a frase apresenta: 
1ª O menino viu o prédio tomado pelo incêndio?
2ª O menino estava no prédio e de lá viu um incêndio?
Mais exemplos de ambiguidade:
  Peguei o menino correndo. [Quem corria: eu ou o menino?]
  Prefeito fala da reunião no Canal 5. [Ele fala no Canal 5 ou fala da reunião marcada para o Canal 5?]
  Ele prendeu o ladrão em sua casa. [Em qual casa houve a prisão?]
  O marido estava na praça quando viu a mulher de binóculos. [Quem estava de binóculos: a mulher ou o marido?]
  Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura. [Se a vírgula for colocada após o vocábulo “tem”, o sentido será um; se colocada após o vocábulo “mulher”, o sentido será bem diferente.]



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