domingo, 19 de julho de 2020



A vida e a morte em face da reencarnação

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De Londrina-PR

Algum tempo atrás, numa roda de amigos, alguém, reportando-se ao falecimento repentino de um colega, extravasou seu inconformismo e sua incompreensão com relação à morte, manifestando a ideia – mais comum do que se pensa – de que a morte não raro ceifa os indivíduos exatamente quando estes chegam a um período da vida em que se encontram mais maduros, mais experientes e mais preparados.
O sentimento de perda em momentos assim, quando nos despedimos dos entes queridos, é compreensível e obviamente aceitável. O homem que não entende a vida não pode, evidentemente, entender a morte e, por não compreendê-la, acaba emitindo pensamentos como o exposto, em que se patenteiam claramente dúvidas quanto à justiça e à sabedoria de Deus.
A mesma incompreensão no tocante à vida podemos encontrar no pensamento de pessoas de destaque na cultura do mundo, como o saudoso historiador francês Jacques Barzun (1907-2012), um dos fundadores da disciplina de história cultural e autor de uma obra notável, “Da Alvorada à Decadência”, publicada em nosso país pela Editora Campus.
Jacques Barzun dizia que gostaria de ter vivido no século XIX, a partir de 1830, um período que se autonomeou Era do Progresso e que foi, sem contestação, um tempo de grande inventividade em toda a Europa e de luta contra os resquícios da monarquia e do velho sistema de classes.
A doutrina da reencarnação, defendida por pensadores brilhantes como Pitágoras, Sócrates e Platão e cultuada por boa parte das religiões orientais, traria a um e a outro o esclarecimento necessário à solução de suas dúvidas, que, no fundo, se radicam no mesmo ponto.
Se o companheiro londrinense entende que deveríamos viver no corpo muito mais do que normalmente vivemos, o professor gostaria de haver nascido e vivido em outra época.
Tranquilizem-se, porém.
Ensina o Espiritismo que ambos os desejos são ou serão satisfeitos pelo Criador, pois tanto Jacques Barzun viveu ou pode ter vivido na Era do Progresso, quanto o colega que partiu volverá ao corpo em nova experiência reencarnatória, mais experiente e, portanto, mais preparado para enfrentar os futuros desafios.
E a sabedoria do Criador é tão grande e previdente, que o falecido, em vez de carregar um fardo pesado e incômodo por séculos sem conta, poderá dispor de um corpo novo e reviver por inúmeras vezes a época da meninice e o período da juventude, fases essas que as pessoas mais velhas geralmente recordam com saudade.




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