quinta-feira, 2 de julho de 2020



O Livro dos Médiuns

Allan Kardec

Parte 3

Continuamos o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:

17. Que é o perispírito?
O perispírito é o invólucro material, fluídico, do Espírito, que serve de ligação entre este e o corpo durante a encarnação. Para os Espíritos desencarnados é o agente pelo qual eles se comunicam com os homens e constitui para eles uma espécie de corpo sutil que tem a forma de sua última encarnação. (O Livro dos Médiuns, item 51.)
18. Qual a função do perispírito?
O perispírito é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e pelo qual ele transmite sua vontade ao exterior e age sobre os órgãos. Para servir-nos de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e para a transmissão do pensamento. (Obra citada, item 54.)
19. Qual a forma do perispírito?
A forma do perispírito é a forma humana, e quando nos aparece é geralmente aquela sob a qual conhecíamos o Espírito no tempo de sua última encarnação, embora este possa dar-lhe a aparência que desejar. (Obra citada, item 56.)
20. O perispírito pode expandir-se?
A matéria sutil do perispírito não tem a resistência nem a rigidez da matéria compacta do corpo; é flexível e expansível e submete-se à vontade do Espírito, que pode dar-lhe tal ou qual aparência a seu gosto. Uma vez desembaraçado do corpo físico, que o comprimia, o perispírito se estende ou se contrai, transforma-se; numa palavra: presta-se a todas as metamorfoses, segundo a vontade que age sobre ele. É graças a esta propriedade do perispírito que o Espírito pode, quando se quer fazer reconhecer, tomar a exata aparência que tinha quando encarnado e, na verdade, até mesmo a dos defeitos corporais que podem ser sinais de reconhecimento. (Obra citada, item 56.)
21. Qual a natureza do perispírito?
Também chamado fluido nervoso, o perispírito se eteriza à medida que o Espírito se purifica e se eleva na hierarquia espiritual. Constituído do fluido peculiar à atmosfera do globo a que esteja vinculado, está no conhecimento desse invólucro a chave de uma porção de problemas até agora inexplicados. Sua natureza é fluídica, mas é também uma espécie de matéria, fato comprovado pelas aparições tangíveis de Espíritos. Viram-se, com efeito, sob a influência de certos médiuns, aparecer mãos tendo todas as propriedades das mãos vivas, que têm calor, que podem ser apalpadas, que oferecem a resistência de um corpo sólido, que nos seguram e que, de repente, se desfazem como uma sombra. A ação inteligente dessas mãos, que obedecem evidentemente a uma vontade ao executarem certos movimentos, até a tocar árias num instrumento, prova que são a parte visível de um ser inteligente invisível. Sua tangibilidade, sua temperatura, a impressão que causam aos sentidos provam que são de uma matéria qualquer. Seu desaparecimento instantâneo prova, por outro lado, que essa matéria é eminentemente sutil e se comporta como certas substâncias que podem, alternadamente, passar do estado sólido ao estado fluídico e reciprocamente. (Obra citada, item 57.)
22. Como pode o Espírito, que é imaterial, agir sobre a matéria?
A ação do Espírito sobre a matéria se concebe facilmente quando se conhece a existência do perispírito. O Espírito vale-se de seu invólucro sutil, que é também de natureza material, como o homem se vale de seu corpo. O instrumento direto da ação do Espírito é, portanto, seu perispírito. Ele tem, ainda, por agente intermediário, o fluido universal, espécie de veículo sobre o qual age, como nós agimos sobre o ar para produzir alguns efeitos com a ajuda da dilatação, da compressão, da propulsão ou das vibrações. Os efeitos dessa ação, que antes pareciam sobrenaturais, entram na ordem dos fatos naturais, cuja causa reside inteiramente nas propriedades semimateriais do perispírito. (Obra citada, item 58.)
23. Como é o fenômeno designado pelo nome de "mesas girantes"?
Dá-se o nome de manifestações físicas àquelas que se traduzem por efeitos sensíveis, tais como os barulhos, o movimento e o deslocamento dos corpos sólidos. Alguns são espontâneos, isto é, independentes da vontade dos homens; outros são provocados. O efeito mais simples e um dos primeiros que foram observados consiste no movimento circular imprimido a uma mesa. Este efeito se produz igualmente com qualquer objeto, mas sendo a mesa aquele sobre o qual foi mais exercido, porque era o mais cômodo, o nome de mesas girantes prevaleceu para a designação desta espécie de fenômenos. É preciso explicar, contudo, que tal fenômeno já se produzira antes do advento do Espiritismo. Tertuliano fala em termos explícitos das mesas girantes e falantes, o que demonstra a antiguidade do fato. (Obra citada, item 60.)
24. Como se dá o fenômeno das mesas girantes?
Antes de mais nada, é preciso que haja um ou mais médiuns dotados da aptidão especial para produção de efeitos físicos. As pessoas se assentam ao redor de uma mesa e pousam a palma das mãos em cima, sem pressão e sem tensão muscular. É preciso que haja recolhimento, um silêncio absoluto e paciência, se o efeito demorar a produzir-se. Pode acontecer que este se dê em poucos minutos, como pode demorar meia ou uma hora; isso dependerá da força mediúnica dos participantes. Quando o efeito começa a se manifestar, ouve-se comumente um estalido na mesa; sente-se um estremecimento que é o prelúdio do movimento; a mesa parece fazer esforços para se desamarrar; o movimento de rotação se pronuncia e se acelera ao ponto de adquirir uma rapidez tal que os assistentes experimentam sérias dificuldades para acompanhá-lo. Uma vez o movimento estabelecido, pode-se mesmo se afastar da mesa, que continua a mover-se em diversos sentidos e sem contato. Em outras circunstâncias, a mesa se ergue e firma ora num pé, ora no outro, depois volta docemente à sua posição natural. Outras vezes, balança-se imitando o movimento oscilatório de um navio. De outras vezes, enfim, destaca-se inteiramente do solo e se mantém em equilíbrio no espaço, sem ponto de apoio; depois desce lentamente, balançando-se como o faria uma folha de papel, ou bem cai violentamente e se quebra, o que prova de um modo patente que não se é joguete de uma ilusão de ótica. (Obra citada, itens 61 a 63.)

Observação:
Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/06/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_25.html




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