Muitas pessoas no meio espírita
têm dificuldade na utilização correta da locução em que
pese.
Podemos distinguir no seu uso
dois casos:
1º caso:
Quando se refere a alguém, a
alguma pessoa determinada, a locução é invariável e exige como complemento a
preposição “a”, que pode estar ou não acompanhada de artigo:
- Em que pese a ela, não farei o negócio.
- Em que pese a meu pai, continuarei solteira.
- Em que pese aos
palmeirenses, o Verdão
não tem Mundial.
- Em que pese ao Dr.
Setúbal, não
iremos à festa.
A locução nestes casos é
invariável porque está subentendido na frase o vocábulo “isto” antes da forma
verbal “pese”.
É como se escrevêssemos:
- Em que isto pese a ela, não farei o negócio.
- Em que isto pese a meu pai, continuarei solteira.
- Em que isto pese aos
palmeirenses, o Verdão
não tem Mundial.
- Em que isto pese ao Dr.
Setúbal, não
iremos à festa.
2º caso:
Quando se refere a coisas, a
objetos, e não a pessoas, a locução é variável e rejeita a preposição “a”:
- Em que pesem os
argumentos da
defesa, o réu se encontra perdido.
- Em que pese sua falta de escrúpulos, ele sempre escapa
de punição.
- Em que pesem as
críticas
recebidas, a peça tem sido um sucesso.
- Em que pese o desejo dos torcedores, Diniz continuará
como técnico.
Lembramos, por fim, que a
pronúncia correta da locução é em que pêse e em que pêsem.
Se o leitor se recordar de
“pêsames” e de “voto de pesar” não terá dificuldade em acertar a pronúncia.
O que é preciso é evitar coisas
do tipo “em que pése”, “em que pésem” ou esta forma horrível que já ouvimos em
palestra: “no que pésem”.
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