O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 12
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
89. Numa manifestação
espírita, como saber se as pancadas são produzidas por Espíritos?
É preciso primeiramente excluir todas as causas naturais que podem estar
por trás das manifestações: o vento, brincadeiras, ação de animais etc. O ruído
espírita demonstra sinais de inteligência com sua obediência à vontade e
ocorrência do fato no lugar designado pelo observador. Se o fenômeno é
realmente produzido por Espírito, quer ele significar alguma coisa. Se responde
até ao pensamento dos circunstantes, não se lhe pode negar uma causa
inteligente. (O Livro dos Médiuns,
item 83.)
90. As comunicações não
poderiam ser reflexo da mente do médium ou dos assistentes?
A experiência demonstrou o erro dessa tese. Eis um exemplo da
independência do pensamento do Espírito comunicante em relação ao médium e às
pessoas presentes. Num navio da marinha imperial francesa, em serviço nos mares
da China, todos se ocupavam em fazer as mesas falarem. Tiveram então a ideia de
evocar o Espírito de um primeiro tenente do mesmo navio, morto havia dois anos.
A entidade espiritual compareceu e, depois de diversas comunicações que
provocaram o espanto em todos, disse o que se segue por meio de pancadas:
"Eu lhes rogo insistentemente que paguem ao capitão a quantia de ...
(indicava a quantia) que lhe devo e que sinto não ter podido reembolsá-lo antes
de minha morte". Ninguém sabia do caso; o próprio capitão tinha esquecido
essa dívida, aliás bem pequena, mas procurando em seus apontamentos encontrou a
menção do débito do primeiro tenente, cujo valor conferia com a mensagem. As
comunicações psicográficas recebidas pelo médium Chico Xavier, que dão
informações pormenorizadas sobre nomes e endereços, especialmente por parte de
jovens recém-desencarnados, são uma prova incontestável de que as comunicações
autênticas nada têm a ver com o pensamento do médium ou dos assistentes. (Obra
citada, itens 69 e 70.)
91. Nas sessões
mediúnicas é preciso alternar-se os sexos, dar-se as mãos, ambiente sem
claridade, locais e horas certas?
Não; a única prescrição que é rigorosamente obrigatória é o recolhimento,
um silêncio absoluto e sobretudo a paciência, se o efeito tardar a produzir-se.
A escolha de dias e horas certas favorece o comparecimento dos Espíritos, que
têm também suas ocupações e não podem ficar à disposição das preferências dos
encarnados. Um lugar consagrado à atividade mediúnica facilita a concentração,
embora o momento mais propício à atividade mediúnica seja aquele em que os
participantes da tarefa estejam mais calmos e menos distraídos por suas
obrigações habituais. (Obra citada, itens 62, 63 e 282.)
92. Que é preciso para
que uma comunicação mediúnica seja boa?
Para que uma comunicação seja boa é preciso que ela proceda de um
Espírito bom; para que esse Espírito bom possa transmiti-la, necessita de um
bom instrumento; para que ele queira transmiti-la, é preciso que o fim lhe
convenha. (Obra citada, item 186.)
93. Em que consiste a
mediunidade de cura?
Este gênero de mediunidade consiste principalmente no dom que certas
pessoas possuem de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto,
sem o recurso de nenhum medicamento. O fluido magnético desempenha aí um grande
papel. O poder magnético reside no homem, mas é aumentado pela ação dos
Espíritos que ele chama em seu auxílio. O Espírito que se interessa pelo doente
aumenta a força e a vontade do médium, dirige seu fluido e lhe dá as qualidades
necessárias. (Obra citada, itens 175 e 176.)
94. Qual a importância
da escala espírita e do quadro sinóptico dos médiuns?
O quadro sinóptico das diferentes variedades de médiuns e a escala
espírita devem estar sob os olhos de todos aqueles que se ocupam das
manifestações espíritas. Essa é a orientação dada pelos instrutores
espirituais, que disseram que esses dois quadros resumem todos os princípios da
doutrina e contribuiriam para reconduzir o Espiritismo ao seu verdadeiro
caminho. (Obra citada, item 197.)
95. Deve-se aceitar, sem
exame, todas as comunicações espíritas?
Claro que não. É preciso sempre discernir as comunicações autênticas
daquelas que não o são. "Na dúvida, abstém-te", diz um provérbio
conhecido. Não se deve, portanto, admitir senão o que apresenta uma evidência
certa. O que a razão e o bom senso desaprovam, devemos rejeitar corajosamente. Segundo
Erasto, mais vale repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma
única teoria falsa. (Obra citada, item 230.)
96. Quais os defeitos
que afastam de nós os bons Espíritos?
As qualidades que atraem os bons Espíritos são a bondade, a benevolência,
a simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas
materiais. Os defeitos que os afastam são o orgulho, o egoísmo, a inveja, o
ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem
se prende à matéria. (Obra citada, item 227.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/08/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_27.html
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