Libertação
André Luiz
Parte 11
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:
81. Qual era, no
caso da médium Isaura, a estratégia dos obsessores?
A estratégia deles era visível: primeiro, perturbavam-lhe os
sentimentos de mulher, para, em seguida, lhe aniquilarem as possibilidades de
missionária. "O ciúme e o egoísmo constituem portas fáceis de acesso à
obsessão arrasadora do bem. Pelo exclusivismo afetivo, a médium, nesta
conversação, já se ligou mentalmente aos ardilosos adversários de seus
compromissos sublimes", informou Sidônio. André viu então que um dos
obsessores abraçou a médium e falou-lhe com o propósito de semear dúvida em sua
mente com respeito à sua condição de médium. Ele disse-lhe então que as
mensagens que ela recebia não passavam de influências de Espíritos perturbados
e produções de seu próprio cérebro. E finalizou: "Não creia em
possibilidades que não possui. Trate de preservar a dignidade de sua casa,
mesmo porque seu esposo não tem outro objetivo senão o de utilizar-lhe a
credulidade excessiva, lançando-a a triste aventura do ridículo". (Libertação, cap. XVI, pp. 208 e 209.)
82. No caso de
Isaura, não seria conveniente afastar os obsessores?
Respondendo a uma pergunta semelhante feita por André Luiz,
Sidônio disse que, sem dúvida, em toda parte existe contenção e panaceia,
remediando situações pela violência ou pelo engodo, mas, na tarefa espírita, o
que será mais aconselhável: espantar as moscas ou curar a ferida? Tais
dificuldades são lições valiosas que os médiuns devem aproveitar. Ora, enquanto
o medianeiro empresta ouvidos a histórias que lhe lisonjeiem a esfera pessoal,
fazendo disso condição para cooperar na obra do bem, quer dizer que ainda
estima o personalismo inferior e o fenômeno, acima do serviço que lhe compete
no plano divino. Nessa posição, demorar-se-á longo tempo entre desencarnados
ociosos, anulando valiosas ocasiões de elevar-se, porque, depois de certo tempo
de auxílio não aproveitado, perde provisoriamente a companhia edificante de
irmãos mais evoluídos que tudo fizeram por reerguê-lo no caminho. (Obra citada,
cap. XVI, pp. 210 e 211.)
83. Que
providência foi, então, tomada por Sidônio?
Sidônio, em volitação rápida, buscou o esposo da médium e
recomendou-lhe tomar o corpo físico sem perda de tempo, a fim de ajudar a
esposa em dificuldade. O esposo não hesitou. Reapossando-se do veículo denso, e
dócil à influenciação de Sidônio, buscou despertar a esposa, que arfava ao lado
dele em reiteradas contorções. Isaura, chorando muito, abriu os olhos
assustadiços, bradando, angustiada: "Oh! como sou infeliz! estou sozinha!
sozinha!" Silva, influenciado por Sidônio, falou-lhe construtivamente:
"Lembra-te, querida, de nossa fé e de quanto temos recebido de nossos
amados benfeitores espirituais!" Ela retrucou, irritada: "Nada
disso!" E acrescentou: "tudo é uma farsa. As mensagens que recebo são
pura atividade de minha imaginação. Tudo é expressão de mim mesma". (Obra
citada, cap. XVI, PP. 211 a 213.)
84. Outros
comparsas de Gregório também pediram ajuda a Gúbio?
Sim. Além de uma multidão que buscou a ajuda do Instrutor,
antes que o dia expirasse começaram a surgir na casa vários elementos da equipe
de Gregório afirmando-se dispostos à renovação de caminho. Um deles, bastante
emocionado, suplicou socorro dizendo não suportar mais as atrocidades que ele
era constrangido a praticar, por ordem dos juízes cruéis e de Gregório.
"Ajudem-me! Aspiro à nova estrada, com o bem", rogou, após aludir à transformação
de Saldanha, de que tomara conhecimento. (Obra citada, cap. XVII, pp. 216 e
217.)
85. Que relato
fez a André a mulher que, por não suportar a morte do marido, se suicidara?
Havia quinze anos que ela vagueava sem pouso, como ave
imprevidente que aniquilasse o ninho. Imaginara ela, antes da morte, que o
suicídio a levaria a reencontrar o esposo querido, ou a desaparecer para
sempre. Nem uma coisa nem outra aconteceu. Despertou no plano espiritual sob
denso nevoeiro de lama e cinza e debalde clamou por socorro. Coberta de chagas,
como se o veneno ingerido lhe atingisse a própria alma, gritou e lamentou, em
vão. André indagou-lhe se ela conseguira retornar ao lar terreno. Sim, ela fora
até lá; porém, quando tocou seus filhos amados, que ela confiara a parentes
próximos, esse toque provocou neles aflição e doença. "As irradiações de
minha dor lhes alcançavam os corpos tenros – disse a suicida –,
envenenando-lhes a carne delicada, através da respiração." "Quando
compreendi que a minha presença lhes inoculava pavoroso vírus fluídico, deles
fugi aterrada." (Obra citada, cap. XVII, pp. 218 e 219.)
86. Quem
magnetizava as pessoas para prejudicá-las pode valer-se do magnetismo para
ajudar a outrem?
Sim. Foi o que ocorreu com Leôncio, o ex-hipnotizador de
Margarida. "Opera, aliviando", falou-lhe Gúbio. "Eu? eu?" –
perguntou o convertido, semiapalermado – "merecerei a graça de transmitir
alívio?" O Instrutor disse, sem hesitar: "Serviço construtivo e atividade
destrutiva constituem problema de direção. A corrente líquida, devastadora, que
derruba e mata, pode sustentar uma usina de força edificante". "É
imperioso reconhecer, contudo, que o bem é a nossa porta redentora. O maior
criminoso pode abreviar longos anos de pena, entregando-se ao resgate próprio,
através do serviço benéfico aos semelhantes." Leôncio não mais vacilou, e
magnetizou o enfermo dementado que, poucos minutos depois, silenciou, em
profundo repouso. Desde esse instante, Leôncio passou a atuar ao lado de André,
desempenhando as funções de excelente companheiro. (Obra citada, cap. XVII, pp.
222 e 223.)
87. Dois fatos
ocorreram logo que Gúbio terminou a oração. Que fatos foram esses?
Primeiro, uma verdadeira chuva de raios diamantinos começou
a jorrar do Alto sobre ele e um halo radioso cobriu-lhe gloriosamente a cabeça
veneranda. Em segundo lugar, ocorreu a materialização de Matilde, que já estava
a seu lado, invisível a todos, menos ao Instrutor. (Obra citada, cap. XVIII,
pp. 228 a 230.)
88. Que palavras
Matilde dirigiu inicialmente à assembleia ali reunida?
Depois de endereçar à assembleia um gesto de bênção, Matilde
disse que a dádiva do corpo carnal é inapreciável bênção divina, e a vida
contínuo processo de aperfeiçoamento. E recomendou que ninguém buscasse a
reencarnação tão somente pela ânsia do esquecimento. "Não basta desejar. É
imprescindível orientar o desejo na direção do Bem Infinito", asseverou a
benfeitora. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 228 a 230.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/libertacao-andre-luiz-parte-10-estamos.html
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