quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

Libertação

 

André Luiz

 

Parte 11

 

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Eis as questões de hoje:

 

81. Qual era, no caso da médium Isaura, a estratégia dos obsessores?

A estratégia deles era visível: primeiro, perturbavam-lhe os sentimentos de mulher, para, em seguida, lhe aniquilarem as possibilidades de missionária. "O ciúme e o egoísmo constituem portas fáceis de acesso à obsessão arrasadora do bem. Pelo exclusivismo afetivo, a médium, nesta conversação, já se ligou mentalmente aos ardilosos adversários de seus compromissos sublimes", informou Sidônio. André viu então que um dos obsessores abraçou a médium e falou-lhe com o propósito de semear dúvida em sua mente com respeito à sua condição de médium. Ele disse-lhe então que as mensagens que ela recebia não passavam de influências de Espíritos perturbados e produções de seu próprio cérebro. E finalizou: "Não creia em possibilidades que não possui. Trate de preservar a dignidade de sua casa, mesmo porque seu esposo não tem outro objetivo senão o de utilizar-lhe a credulidade excessiva, lançando-a a triste aventura do ridículo". (Libertação, cap. XVI, pp. 208 e 209.)

82. No caso de Isaura, não seria conveniente afastar os obsessores?

Respondendo a uma pergunta semelhante feita por André Luiz, Sidônio disse que, sem dúvida, em toda parte existe contenção e panaceia, remediando situações pela violência ou pelo engodo, mas, na tarefa espírita, o que será mais aconselhável: espantar as moscas ou curar a ferida? Tais dificuldades são lições valiosas que os médiuns devem aproveitar. Ora, enquanto o medianeiro empresta ouvidos a histórias que lhe lisonjeiem a esfera pessoal, fazendo disso condição para cooperar na obra do bem, quer dizer que ainda estima o personalismo inferior e o fenômeno, acima do serviço que lhe compete no plano divino. Nessa posição, demorar-se-á longo tempo entre desencarnados ociosos, anulando valiosas ocasiões de elevar-se, porque, depois de certo tempo de auxílio não aproveitado, perde provisoriamente a companhia edificante de irmãos mais evoluídos que tudo fizeram por reerguê-lo no caminho. (Obra citada, cap. XVI, pp. 210 e 211.)

83. Que providência foi, então, tomada por Sidônio?

Sidônio, em volitação rápida, buscou o esposo da médium e recomendou-lhe tomar o corpo físico sem perda de tempo, a fim de ajudar a esposa em dificuldade. O esposo não hesitou. Reapossando-se do veículo denso, e dócil à influenciação de Sidônio, buscou despertar a esposa, que arfava ao lado dele em reiteradas contorções. Isaura, chorando muito, abriu os olhos assustadiços, bradando, angustiada: "Oh! como sou infeliz! estou sozinha! sozinha!" Silva, influenciado por Sidônio, falou-lhe construtivamente: "Lembra-te, querida, de nossa fé e de quanto temos recebido de nossos amados benfeitores espirituais!" Ela retrucou, irritada: "Nada disso!" E acrescentou: "tudo é uma farsa. As mensagens que recebo são pura atividade de minha imaginação. Tudo é expressão de mim mesma". (Obra citada, cap. XVI, PP. 211 a 213.)

84. Outros comparsas de Gregório também pediram ajuda a Gúbio?

Sim. Além de uma multidão que buscou a ajuda do Instrutor, antes que o dia expirasse começaram a surgir na casa vários elementos da equipe de Gregório afirmando-se dispostos à renovação de caminho. Um deles, bastante emocionado, suplicou socorro dizendo não suportar mais as atrocidades que ele era constrangido a praticar, por ordem dos juízes cruéis e de Gregório. "Ajudem-me! Aspiro à nova estrada, com o bem", rogou, após aludir à transformação de Saldanha, de que tomara conhecimento. (Obra citada, cap. XVII, pp. 216 e 217.)

85. Que relato fez a André a mulher que, por não suportar a morte do marido, se suicidara?

Havia quinze anos que ela vagueava sem pouso, como ave imprevidente que aniquilasse o ninho. Imaginara ela, antes da morte, que o suicídio a levaria a reencontrar o esposo querido, ou a desaparecer para sempre. Nem uma coisa nem outra aconteceu. Despertou no plano espiritual sob denso nevoeiro de lama e cinza e debalde clamou por socorro. Coberta de chagas, como se o veneno ingerido lhe atingisse a própria alma, gritou e lamentou, em vão. André indagou-lhe se ela conseguira retornar ao lar terreno. Sim, ela fora até lá; porém, quando tocou seus filhos amados, que ela confiara a parentes próximos, esse toque provocou neles aflição e doença. "As irradiações de minha dor lhes alcançavam os corpos tenros – disse a suicida –, envenenando-lhes a carne delicada, através da respiração." "Quando compreendi que a minha presença lhes inoculava pavoroso vírus fluídico, deles fugi aterrada." (Obra citada, cap. XVII, pp. 218 e 219.)

86. Quem magnetizava as pessoas para prejudicá-las pode valer-se do magnetismo para ajudar a outrem?

Sim. Foi o que ocorreu com Leôncio, o ex-hipnotizador de Margarida. "Opera, aliviando", falou-lhe Gúbio. "Eu? eu?" – perguntou o convertido, semiapalermado – "merecerei a graça de transmitir alívio?" O Instrutor disse, sem hesitar: "Serviço construtivo e atividade destrutiva constituem problema de direção. A corrente líquida, devastadora, que derruba e mata, pode sustentar uma usina de força edificante". "É imperioso reconhecer, contudo, que o bem é a nossa porta redentora. O maior criminoso pode abreviar longos anos de pena, entregando-se ao resgate próprio, através do serviço benéfico aos semelhantes." Leôncio não mais vacilou, e magnetizou o enfermo dementado que, poucos minutos depois, silenciou, em profundo repouso. Desde esse instante, Leôncio passou a atuar ao lado de André, desempenhando as funções de excelente companheiro. (Obra citada, cap. XVII, pp. 222 e 223.)

87. Dois fatos ocorreram logo que Gúbio terminou a oração. Que fatos foram esses?

Primeiro, uma verdadeira chuva de raios diamantinos começou a jorrar do Alto sobre ele e um halo radioso cobriu-lhe gloriosamente a cabeça veneranda. Em segundo lugar, ocorreu a materialização de Matilde, que já estava a seu lado, invisível a todos, menos ao Instrutor. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 228 a 230.)

88. Que palavras Matilde dirigiu inicialmente à assembleia ali reunida?

Depois de endereçar à assembleia um gesto de bênção, Matilde disse que a dádiva do corpo carnal é inapreciável bênção divina, e a vida contínuo processo de aperfeiçoamento. E recomendou que ninguém buscasse a reencarnação tão somente pela ânsia do esquecimento. "Não basta desejar. É imprescindível orientar o desejo na direção do Bem Infinito", asseverou a benfeitora. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 228 a 230.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/libertacao-andre-luiz-parte-10-estamos.html

 

  

 

 

 

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