Os intelectuais e o Espiritismo
JORGE LEITE DE
OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Outro
dia, estive conversando on-line com uma amiga espírita muito culta, que
coordena, junto com jovem dedicado, um Grupo de Estudos sobre Literatura e
Espiritualidade (GPLE) numa grande universidade, que me aceitou como membro. Currículo
de alto nível, minha amiga, cujo ideal é também o meu, explicou-me que seu
grande objetivo é propor, nos meios acadêmicos, o estudo da literatura
espiritualista aplicada.
Após
muitos anos de estudo e divulgação das teorias marxistas, minha amiga percebeu
que isso não traz felicidade a ninguém. Descobriu o Espiritismo e... oh! maravilha.
Encontrou nesta Doutrina uma vasta literatura na área da ciência, da filosofia
e da aplicação moral, com a explicação para tudo aquilo que Marx, Engels e
outros ateus negam, por se aterem à teoria baseada nos sentidos míopes do ser
humano, neste plano grosseiro da matéria, que não é o principal, na vida do
Espírito eterno.
Mas
não se trata aqui apenas de teoria. Os fatos vêm confirmando, como temos dito,
a realidade em que vivemos. Não existe morte, apenas mudança de estado. Nosso
corpo não passa de um invólucro temporário para o Espírito, que a ele se liga
por um cordão invisível aos olhos e instrumentos humanos, chamado perispírito.
Dialogando
também on-line com outro douto amigo, ouvi deste que, na inauguração do
semestre da universidade onde eles lecionam, minha amiga deixou sem argumentos
uma colega que desejava refutar suas propostas de uma literatura prática, que
restaura o conceito de arte como manifestação da beleza e da divindade. Foi
quando demonstrou que possui grande conhecimento das obras desses criadores do
materialismo histórico-dialético, mas percebeu que estes não resolvem o
problema da miséria e da desigualdade no mundo.
Isso
me fez recordar, novamente, a frase de Pietro Ubaldi, grande médium intuitivo e
filósofo italiano. Dizia ele o seguinte, que o professor de Filosofia
Alexsandro publicou em seu blog: "Nem esquerda, nem direita, nem centro. O
que o mundo precisa é de espiritualidade". Quando nos espiritualizamos,
percebemos que não é a tal "luta de classes" que vai resolver o
problema das desigualdades sociais no mundo, pois "violência gera
violência". O que é preciso é isso mesmo, que Ubaldi diz:
espiritualização, que deve iniciar-se
por uma educação plena, desde as primeiras idades do ser humano: intelectual e
espiritual (ética e moral).
Infelizmente,
nem todos os intelectuais assumem sua fé no meio acadêmico. Têm medo de passar
por ignorantes, mentirosos ou fanáticos. Então, muitos dizem ser adeptos de
Marx, Engels e dos propagadores da excelência de suas teorias, mas diga-lhes
que vão morrer dentro de poucas horas, para ver se não se lembram de Deus? Só
os psicopatas, que Nietzsche me
perdoe, continuam negando, nessa hora, o Criador do Universo e de tudo
que nele existe.
Algumas
dessas pessoas fingem acreditar no que dizem, mas no fundo de sua alma sabem
que não é assim. No íntimo, percebem que a vida humana não pode ser apenas um
passeio de breve duração pela Terra. Nada
aqui no mundo é para sempre, como nos induz a crer o título de obra do
conhecido escritor português Vergílio Ferreira: Para Sempre!
O
que percebo é que há muita teoria no mundo e pouco amor. No fundo de sua alma, repito,
ninguém quer extinguir-se no nada nietzschiano. Lembro-me de Oscar Niemeyer, que morreu com 104 anos.
Sempre foi adepto de Marx e da utopia do comunismo como remédio para todos os
males. Niemeyer morreu dizendo-se
ateu. No entanto, dir-se-á que por atavismo, ao lhe ser perguntado, numa
entrevista de emissora de TV sobre o que achava de ainda estar vivo com mais de
cem anos de idade, pouco tempo antes de desencarnar, sua resposta foi a
seguinte: — Seja o que Deus quiser.
Não
demorou muito, esse gênio da arquitetura foi abençoado por Deus com sua partida
para a vida verdadeira: a espiritual, pois ninguém morre, só troca de invólucro
roto por outro revigorado e novo, em nossa infinita romagem rumo à perfeição,
como nos provou Jesus, o modelo sublime, na chamada ressurreição.
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