sábado, 26 de setembro de 2020


 

Os intelectuais e o Espiritismo

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

 

Outro dia, estive conversando on-line com uma amiga espírita muito culta, que coordena, junto com jovem dedicado, um Grupo de Estudos sobre Literatura e Espiritualidade (GPLE) numa grande universidade, que me aceitou como membro. Currículo de alto nível, minha amiga, cujo ideal é também o meu, explicou-me que seu grande objetivo é propor, nos meios acadêmicos, o estudo da literatura espiritualista aplicada.

Após muitos anos de estudo e divulgação das teorias marxistas, minha amiga percebeu que isso não traz felicidade a ninguém. Descobriu o Espiritismo e... oh! maravilha. Encontrou nesta Doutrina uma vasta literatura na área da ciência, da filosofia e da aplicação moral, com a explicação para tudo aquilo que Marx, Engels e outros ateus negam, por se aterem à teoria baseada nos sentidos míopes do ser humano, neste plano grosseiro da matéria, que não é o principal, na vida do Espírito eterno.

Mas não se trata aqui apenas de teoria. Os fatos vêm confirmando, como temos dito, a realidade em que vivemos. Não existe morte, apenas mudança de estado. Nosso corpo não passa de um invólucro temporário para o Espírito, que a ele se liga por um cordão invisível aos olhos e instrumentos humanos, chamado perispírito.

Dialogando também on-line com outro douto amigo, ouvi deste que, na inauguração do semestre da universidade onde eles lecionam, minha amiga deixou sem argumentos uma colega que desejava refutar suas propostas de uma literatura prática, que restaura o conceito de arte como manifestação da beleza e da divindade. Foi quando demonstrou que possui grande conhecimento das obras desses criadores do materialismo histórico-dialético, mas percebeu que estes não resolvem o problema da miséria e da desigualdade no mundo.

Isso me fez recordar, novamente, a frase de Pietro Ubaldi, grande médium intuitivo e filósofo italiano. Dizia ele o seguinte, que o professor de Filosofia Alexsandro publicou em seu blog: "Nem esquerda, nem direita, nem centro. O que o mundo precisa é de espiritualidade". Quando nos espiritualizamos, percebemos que não é a tal "luta de classes" que vai resolver o problema das desigualdades sociais no mundo, pois "violência gera violência". O que é preciso é isso mesmo, que Ubaldi diz: espiritualização, que deve iniciar-se por uma educação plena, desde as primeiras idades do ser humano: intelectual e espiritual (ética e moral).

Infelizmente, nem todos os intelectuais assumem sua fé no meio acadêmico. Têm medo de passar por ignorantes, mentirosos ou fanáticos. Então, muitos dizem ser adeptos de Marx, Engels e dos propagadores da excelência de suas teorias, mas diga-lhes que vão morrer dentro de poucas horas, para ver se não se lembram de Deus? Só os psicopatas, que Nietzsche me perdoe, continuam negando, nessa hora, o Criador do Universo e de tudo que nele existe.

Algumas dessas pessoas fingem acreditar no que dizem, mas no fundo de sua alma sabem que não é assim. No íntimo, percebem que a vida humana não pode ser apenas um passeio de breve duração pela Terra. Nada aqui no mundo é para sempre, como nos induz a crer o título de obra do conhecido escritor português Vergílio Ferreira: Para Sempre!

O que percebo é que há muita teoria no mundo e pouco amor. No fundo de sua alma, repito, ninguém quer extinguir-se no nada nietzschiano. Lembro-me de Oscar Niemeyer, que morreu com 104 anos. Sempre foi adepto de Marx e da utopia do comunismo como remédio para todos os males. Niemeyer morreu dizendo-se ateu. No entanto, dir-se-á que por atavismo, ao lhe ser perguntado, numa entrevista de emissora de TV sobre o que achava de ainda estar vivo com mais de cem anos de idade, pouco tempo antes de desencarnar, sua resposta foi a seguinte: — Seja o que Deus quiser.

Não demorou muito, esse gênio da arquitetura foi abençoado por Deus com sua partida para a vida verdadeira: a espiritual, pois ninguém morre, só troca de invólucro roto por outro revigorado e novo, em nossa infinita romagem rumo à perfeição, como nos provou Jesus, o modelo sublime, na chamada ressurreição.

 

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