No Invisível
Léon Denis
1ª Parte
Damos início hoje ao estudo metódico e sequencial do clássico “No Invisível”, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo será publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Quem é o autor da frase “O Espiritismo será o que dele
fizerem os homens”?
B. Que lei é determinante nas relações com o mundo
invisível?
C. No tocante aos círculos acadêmicos, como o Espiritismo
era visto na França?
Texto para
leitura
1. Introdução - Desde cinquenta anos se tem
estabelecido uma íntima e frequente comunicação entre o nosso mundo e o dos
Espíritos. Soergueram-se os véus da morte e, em lugar de uma face lúgubre, o
que nos apareceu foi um risonho e benévolo semblante. Falaram as almas; sua
palavra consolou muitas tristezas, acalmou bastantes dores, fortaleceu muita
coragem vacilante. O destino foi revelado, não já cruel, implacável como o
pretendiam antigas crenças, mas atraente, equitativo, para todos esclarecido
pelas fulgurações da misericórdia divina.
2. O Espiritismo propagou-se, invadiu o mundo. Desprezado,
repelido ao começo, acabou por atrair a atenção e despertar interesse. Todos
quantos se não imobilizavam na esfera do preconceito e da rotina e o abordaram
desassombradamente foram por ele conquistados. Agora penetra por toda parte,
instala-se em todas as mesas, tem ingresso em todos os lares.
3. Que traz ele consigo? Será sempre, e por toda parte a
verdade, a luz e a esperança? Ao lado das consolações que caem na alma como o
orvalho sobre a flor, de par com o jorro de luz que dissipa as angústias do
investigador e ilumina a rota, não haverá também uma parte de erros e
decepções?
4. O Espiritismo será o que dele fizerem os homens. Similia
similibus! Ao contacto da Humanidade as mais altas verdades às vezes se
desnaturam e obscurecem. Podem constituir-se em uma fonte de abusos. A gota de
chuva, conforme o lugar onde cai, continua sendo pérola ou se transforma em
lodo.
5. É com desgosto que observamos a tendência de certos
adeptos no sentido de menosprezar a feição elevada do Espiritismo, a fonte dos
puros ensinamentos e das altas inspirações, para se restringirem ao campo da
experimentação terra a terra, à investigação exclusiva do fenômeno físico.
6. Pretender-se-ia acomodar o Espiritismo no acanhado leito
da ciência oficial; mas esta, inteiramente impregnada das teorias
materialistas, é refratária a essa aliança. O estudo da alma, já de si difícil
e profundo, lhe tem permanecido impenetrável. Os seus métodos, por indigentes,
não se prestam absolutamente ao estudo, muito mais vasto, do mundo dos
Espíritos. A ciência do invisível há de sempre ultrapassar os métodos humanos.
Há no Espiritismo uma zona – e não a menor – que escapa à análise, à
verificação: é a ação do Espírito livre no Espaço; é a natureza das forças de
que ele dispõe.
7. Com os estudos espíritas uma nova ciência se vai
formando lentamente, mas é preciso aliar ao espírito de investigação científica
a elevação de pensamento, o sentimento, os impulsos do coração, sem o que a
comunhão com os seres superiores se torna irrealizável e nenhum auxílio de sua
parte, nenhuma proteção eficaz se obterá. Ora, isso é tudo na experimentação.
Não há possibilidade de êxito nem garantia de resultado sem a assistência e
proteção do Alto, que se não obtém senão mediante a disciplina mental e uma
vida pura e digna.
8. Deve todo adepto saber que a regra, por excelência, das
relações com o invisível é a lei das afinidades e atrações. Nesse domínio, quem
procura baixos objetivos os encontra e com eles se rebaixa: aquele que aspira
às remontadas culminâncias, cedo ou tarde as atinge e delas faz pedestal para
novas ascensões. Se desejais manifestações de ordem elevada, fazei esforços por
elevar-vos a vós mesmos. O bom êxito da experimentação, no que ela tem de belo
e grandioso – a comunhão com o mundo superior –, não o obtém o mais sábio, mas
o mais digno, o melhor, aquele que tem mais paciência, consciência e mais
moralidade.
9. Ao cercearem o Espiritismo, imprimindo-lhe caráter
exclusivamente experimental, pensam alguns agradar ao espírito positivo do
século, atrair os sábios ao que se denomina de Psiquismo. Desse modo, o que
sobretudo se consegue é pôr-se em relação com os elementos inferiores do Além,
com essa multidão de Espíritos atrasados, cuja nociva influência envolve,
oprime os médiuns, os impele à fraude e espalha sobre os experimentadores
eflúvios maléficos e, com eles, muitas vezes, o erro e a mistificação.
10. Numa ânsia de proselitismo, sem dúvida louvável quanto
ao sentimento que a inspira, mas excessiva e perigosa em suas consequências,
desejam-se os fatos a todo custo. Na agitação nervosa com que se busca o
fenômeno, chega-se a proclamar verdadeiros os fatos duvidosos ou fictícios.
Pela disposição de espírito mantida nas experiências, atraem-se os Espíritos
levianos, que em torno de nós pululam. Multiplicam-se as manifestações de mau
gosto e as obsessões das energias que supõem dominar. Muitíssimos espíritas e
médiuns, em consequência da falta de método e de elevação moral, se tornam
instrumentos das forças inconscientes ou dos maus Espíritos.
11. São numerosos os abusos, e neles acham os adversários
do Espiritismo os elementos de uma crítica pérfida e de uma fácil difamação.
12. O interesse e a dignidade da causa impõem o dever de
reagir contra essa experimentação banal, contra essa onda avassaladora de
fenômenos vulgares que ameaçam submergir as culminâncias da ideia.
13. O Espiritismo representa uma fase nova da evolução
humana. A lei que, através dos séculos, tem conduzido as diferentes frações da
Humanidade, longo tempo separadas, a gradualmente aproximar-se, começa a fazer
sentir no Além os seus efeitos. Os modos de correspondência que entretêm na
Terra os homens vão-se estendendo pouco a pouco aos habitantes do mundo
invisível, enquanto não atingem, mediante novos processos, as famílias humanas
que povoam os mundos do espaço.
14. Contudo, nas sucessivas ampliações do seu campo de
ação, a Humanidade tropeça em inúmeras dificuldades. As relações,
multiplicando-se, nem sempre trazem favoráveis resultados; também oferecem perigos,
sobretudo no que se refere ao mundo oculto, mais difícil que o nosso de
penetrar e analisar. Lá, como aqui, o saber e a ignorância, a verdade e o erro,
a virtude e o vício existem, com esta agravante: ao passo que fazem sentir sua
influência, permanecem encobertos aos nossos olhos; donde a necessidade de
abordar o terreno da experimentação com extrema prudência, de longos e
pacientes estudos preliminares.
15. É necessário aliar os conhecimentos teóricos ao
espírito de investigação e à elevação moral, para estar verdadeiramente apto a
discernir no Espiritismo o bem do mal, o verdadeiro do falso, a realidade da
ilusão. É preciso compenetrar-se do verdadeiro caráter da mediunidade, das
responsabilidades que acarreta, dos fins para os quais nos é concedida.
16. O Espiritismo não é somente a demonstração, pelos
fatos, da sobrevivência; é também o veículo pelo qual descem sobre a Humanidade
as inspirações do mundo superior. A esse título é mais que uma ciência, é o
ensino que o Céu transmite à Terra, reconstituição engrandecida e vulgarizada
das tradições secretas do passado, o renascimento dessa escola profética que
foi a mais célebre escola de médiuns do Oriente. Com o Espiritismo, as
faculdades, que foram outrora o privilégio de alguns, se difundem por um grande
número. A mediunidade se propaga; mas de par com as vantagens que proporciona,
é necessário estar advertido a respeito de seus escolhos e perigos.
17. Há, na realidade, dois tipos de Espiritismo. Um nos põe
em comunicação com os Espíritos superiores e também com as almas queridas que
na Terra conhecemos e que foram a alegria da nossa existência. É por ele que se
efetua a revelação permanente, a iniciação do homem nas leis supremas. É a
fonte pujante da inspiração, a descida do Espírito ao envoltório humano, ao
organismo do médium que, sob a sagrada influência, pode fazer ouvir palavras de
luz e de vida, sobre cuja natureza é impossível o equívoco, porque penetram e
reanimam a alma e esclarecem os obscuros problemas do destino.
18. A impressão de grandiosidade que se desprende dessas
manifestações deixa sempre um vestígio profundo nos corações e nas
inteligências. Aqueles que nunca o experimentaram, não podem compreender o que
é o verdadeiro Espiritismo.
19. Há, contudo, um outro gênero de experimentação,
frívolo, mundano, que nos põe em contacto com os elementos inferiores do mundo
invisível e tende a amesquinhar o respeito devido ao Além. É uma espécie de
profanação da religião da morte, da solene manifestação dos que deixaram o
invólucro da carne. Mas, é preciso reconhecer que ainda esse Espiritismo de
baixa esfera tem sua utilidade. Ele nos familiariza com um dos aspectos do
mundo oculto.
20. Os fenômenos vulgares e as manifestações triviais
fornecem às vezes magníficas provas de identidade; sinais característicos se
evidenciam e forçam a convicção dos investigadores. Não nos devemos, porém,
deter na observação de tais fenômenos senão na medida em que seu estudo nos
seja proveitoso e possamos exercer eficiente ação sobre os Espíritos atrasados
que os produzem.
21. Sua influência é molesta e deprimente para os médiuns.
É preciso elevar mais alto as aspirações, subir pelo pensamento a regiões mais
puras, aos superiores domicílios do Espírito. Somente aí encontra o homem as
verdadeiras consolações, os socorros, as forças espirituais.
22. Nunca será demasiado repeti-lo: nesse domínio jamais
obteremos efeitos que não sejam proporcionais às nossas condições. Toda pessoa
que, por seus desejos, por suas invocações, entra em relação com o mundo
invisível, atrai fatalmente seres em afinidade com seu próprio estado moral e
mental. O vasto império das almas está povoado de entidades benfazejas e
maléficas; elas se desdobram por todos os graus da infinita escala, desde as
mais baixas e grosseiras, vizinhas da animalidade, até os nobres e puros Espíritos,
mensageiros de luz, que a todos os confins do tempo e do espaço vão levar as
irradiações do pensamento divino.
23. Se não sabemos ou não queremos orientar nossas
aspirações, nossas vibrações fluídicas, na direção dos seres superiores, e
captar sua assistência, ficaremos à mercê das influências más que nos rodeiam,
as quais, em muitos casos, têm conduzido o experimentador imprudente às mais
cruéis decepções.
24. Se, ao contrário, pelo poder da vontade, libertando-nos
das sugestões inferiores, subtraindo-nos das preocupações pueris, materiais e
egoísticas, procuramos no Espiritismo um meio de elevação e aperfeiçoamento
moral, poderemos em tal caso entrar em comunhão com as grandes almas,
portadoras de verdades; fluidos vivificantes e regeneradores nos penetrarão;
alentos poderosos nos elevarão às regiões serenas donde o espírito contempla o
espetáculo da vida universal, majestosa harmonia das leis e das esferas
planetárias.
25. Prefácio da edição de 1911 - Nos dez anos que
transcorreram do aparecimento desta obra até à presente edição, o Espiritismo
prosseguiu a sua marcha ascensional e se opulentou com experiências e
testemunhos de elevado valor, entre os quais particularmente os de Lodge,
Myers, Lombroso lhe vieram realçar o prestígio e assegurar, com a autoridade
científica que lhe faltava, uma espécie de consagração definitiva.
26. Por outro lado, os abusos e as fraudes, que
precedentemente assinalamos, se multiplicam. Haverá nisso porventura uma lei
histórica, em virtude da qual o que uma ideia ganha em extensão deverá perder
em qualidade, em força, em intensidade?
27. No que respeita aos testemunhos coligidos e aos
progressos realizados, a situação do Espiritismo na França não é idêntica à
alcançada em certos países estrangeiros. Enquanto na Inglaterra e na Itália
conquistou ele, nos círculos acadêmicos, adesões de singular notoriedade, a
maioria dos sábios franceses adotou a seu respeito uma atitude desdenhosa, e
mesmo de aversão, no que revelaram eles bem escassa clarividência; porque, se a
ideia espírita apresenta, às vezes, exageros, repousa, entretanto, em fatos
incontestáveis e corresponde às imperiosas necessidades contemporâneas.
28. Toda pessoa imparcial há de reconhecer que nem a
ciência oficial nem a Religião satisfazem às necessidades e às aspirações da
maior parte da Humanidade. Não é de admirar, pois, que tantos homens tenham
procurado em domínios pouco explorados, posto que abundantíssimos em subsídios
psicológicos, soluções e esclarecimentos que as velhas instituições não são
capazes de lhes fornecer.
29. Pode esse gênero de estudos desagradar a uns tantos
timoratos e provocar, de sua parte, condenações e críticas. Arrazoados vãos que
o vento leva. Apesar das exigências, das objurgações e anátemas, as
inteligências não cessarão de encaminhar-se ao que mais justo, melhor e mais
claro lhes parece. As repulsas de uns e as desaprovações de outros nada
conseguirão. Fazei mais e melhor – é a objeção que se oporá. Padres e sábios,
que vos podeis consagrar aos lazeres do espírito, em lugar de escarnecer ou
fulminar no vácuo, mostrai-vos capazes de consolar, de amparar os que vergam
sob um trabalho material esmagador, de lhes explicar o motivo de seus
sofrimentos e lhes fornecer as provas de compensações futuras. Será o único
meio de conservardes a vossa supremacia.
30. Pode-se, além disso, perguntar qual será mais apto a
julgar os fatos e discernir a verdade: se um cérebro atravancado de prevenções
e de teorias preconcebidas ou se um espírito livre, emancipado de toda rotina
científica e religiosa.
31. Por nós responde a História! É indubitável que os
representantes da ciência oficial têm prestado valiosos serviços ao pensamento
e muitos extravios lhe evitaram. Quantos obstáculos, porém, não opuseram eles,
em numerosos casos, à ampliação do conhecimento verdadeiro e integral! O
professor Charles Richet, que é autoridade na matéria, pôs vigorosamente em
relevo, em Annales des Sciences Psychiques, de janeiro de 1905, os erros
e as debilidades da ciência oficial.
32. A rotina ainda hoje impera nos meios acadêmicos; todo
sábio que se esquiva a seguir a trilha consagrada é reputado herético e
excluído das prebendas vantajosas. Demonstração lamentável desse fato é o
exemplo do Dr. Paul Gibier, obrigado a expatriar-se para obter uma colocação.
33. A esse respeito não se tem a Democracia mostrado menos
absolutista nem menos tirânica que os regimes decaídos. Aspira ao nivelamento
das inteligências e proscreve os que a procuram libertar das materialidades
vulgares. A interiorização dos estudos depauperou o pensamento universitário,
deprimiu os caracteres, paralisou as iniciativas. Inutilmente se procuraria
entre os sábios, na França, um exemplo de intrepidez moral comparável aos que
deram, na Inglaterra, William Crookes, Russel Wallace, Lodge etc., Lombroso e
outros, na Itália. A única preocupação que parece terem os homens em evidência
é modelar suas opiniões pelas dos “senhores do momento”, a fim de se
beneficiarem dos proventos de que são estes os dispensadores.
34. Em matéria de psiquismo parece haver carência do vulgar
bom senso à maioria dos cientistas. O professor Flournoy o confessa: “Para a
Humanidade das remotas eras, como atualmente ainda para a grande massa que a
compõe, a hipótese espírita é a única verdadeiramente conforme ao mais
elementar bom senso; quanto a nós, cientistas, saturados de mecanismo
materialista desde os bancos escolares, essa mesma hipótese nos revolta até às
maiores profundezas do bom senso, igualmente mais elementar”.
35. Em apoio de suas asserções, cita ele os dois seguintes
exemplos, relativos a um fato universalmente reconhecido verdadeiro: “O grande
Helhholtz – relata o Senhor Barrett – certa vez disse que nem o testemunho de
todos os membros da Sociedade Real, nem a evidência de seus próprios sentidos,
o poderiam convencer sequer da transmissão de pensamento, impossível que era
esse fenômeno”.
36. “Um ilustre biologista – refere também o Senhor W.
James – teve ocasião de me dizer que, mesmo que fossem verdadeiras as provas da
telepatia, os sábios se deveriam coligar para as suprimir ou conservar ocultas,
pois que tais fatos destruiriam a uniformidade da Natureza e toda espécie de
outras coisas de que eles, sábios, não podem abrir mão, para continuar suas
pesquisas.” (Continua na próxima semana.)
Respostas às
questões preliminares
A. Quem é o autor da frase “O Espiritismo será o que dele
fizerem os homens”?
Léon Denis é o autor dessa frase, que faz parte da
Introdução da obra “No Invisível”, ora em estudo. Diz ele que ao contato da
Humanidade as mais altas verdades às vezes se desnaturam e obscurecem. Podem
constituir-se em uma fonte de abusos. A gota de chuva, conforme o lugar onde
cai, continua sendo pérola ou se transforma em lodo. Por isso, era com desgosto
que ele observava a tendência de certos adeptos no sentido de menosprezar a
feição elevada do Espiritismo, a fonte dos puros ensinamentos e das altas
inspirações, para se restringirem ao campo da experimentação terra a terra, à
investigação exclusiva do fenômeno físico. (No Invisível, Introdução.)
B. Que lei é determinante nas relações com o mundo
invisível?
É a lei das afinidades e atrações. Nesse domínio, quem
procura baixos objetivos os encontra e com eles se rebaixa: aquele que aspira
às remontadas culminâncias, cedo ou tarde as atinge e delas faz pedestal para
novas ascensões. Se desejamos manifestações de ordem elevada, devemos fazer
esforços por elevar-nos a nós mesmos. O bom êxito da experimentação, no que ela
tem de belo e grandioso – a comunhão com o mundo superior –, não o obtém o mais
sábio, mas o mais digno, o melhor, aquele que tem mais paciência, consciência e
mais moralidade. (Obra citada, Introdução.)
C. No tocante aos círculos acadêmicos, como o Espiritismo
era visto na França?
A situação do Espiritismo na França, no início do século
XX, não era idêntica à alcançada em certos países estrangeiros. Enquanto na
Inglaterra e na Itália conquistou ele, nos círculos acadêmicos, adesões de
singular notoriedade, a maioria dos sábios franceses adotou a seu respeito uma
atitude desdenhosa, e mesmo de aversão, no que revelaram eles bem escassa
clarividência; porque, se a ideia espírita apresenta, às vezes, exageros,
repousa, entretanto, em fatos incontestáveis e corresponde às imperiosas necessidades
contemporâneas. (Obra citada, Prefácio da edição de 1911.)
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