JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília, DF
Alma irmã, trago à nossa reflexão a informação de Allan
Kardec sobre a “verdadeira vida”. Eis o que nos diz o Codificador da Doutrina
Espírita: “A verdadeira vida, tanto do animal quanto do homem, não está no
envoltório corpóreo, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio
inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo” (A gênese, cap. 3, it.
21). Isso não significa que tenhamos de desprezar nossa vida física, pois esta
nos foi dada para que nos aperfeiçoemos espiritualmente. Por isto mesmo é que
Kardec complementa: “Esse princípio necessita do corpo para se desenvolver pelo
trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta”.
Falando sobre a fé, um Espírito diz o seguinte: “A fé
inata será um dos caracteres distintivos da nova geração, não a fé exclusiva e
cega que divide os homens, mas a fé raciocinada, que esclarece e fortifica, que
os une e confunde num sentimento comum de amor a Deus e ao próximo”.
No livro O
Consolador, item 260, o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico
Xavier, sobre o caráter religioso do Espiritismo, diz isto:
Religião é
sentimento divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas expressões mais
sublimes. Enquanto a Ciência e a Filosofia operaram o trabalho da
experimentação e do raciocínio, a Religião edifica e ilumina os sentimentos. As
primeiras se irmanam na sabedoria, a segunda personifica o amor, as duas asas
divinas com que a alma humana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da
Espiritualidade.
Vemos, assim, que
as religiões enfatizam a fé como um dos seus postulados fundamentais, com o que
o Espiritismo também concorda. Com relação à vida espiritual, Jesus recomendou
o seguinte: “Não acumuleis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a
traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mateus,
6:19 a 21). Ou seja, nosso principal cuidado, enquanto no corpo físico, deve
ser com as coisas espirituais, pois é nelas que está a verdadeira vida, o que
não significa desprezo total pelas coisas materiais e, sim, desapego, mas bom
uso delas. Não somente em nosso benefício, como também do próximo. Por isso a
máxima espírita é a caridade...
Kardec,
independentemente de considerarmos o aspecto religioso e não basicamente moral do
Espiritismo, afirmou que o Espiritismo, destruindo o materialismo, é o maior
auxiliar da religião, que não discrimina nenhuma. Atualmente, percebemos nas
palavras de diversos religiosos a influência das ideias elevadas do
Espiritismo. É comum ouvirmos dos sacerdotes a orientação aos seus prosélitos
de que Deus está em toda a parte, é Espírito e, portanto, sua lei máxima, da qual
decorrem todas as outras, é a Lei Natural ou Divina.
Constatamos,
entretanto, que os pastores e sacerdotes, sem nenhuma crítica nossa nesse
sentido, usam a palavra para doutrinar seus adeptos e conquistar prosélitos com
base exclusivamente em orientações comportamentais relacionadas à prática do
bem como forma de viver bem na Terra e alcançar o “reino dos céus” prometido
por Jesus aos bons. Nada contra isso. Quanto a esse “reino”, todavia, nada é
explicado de modo consolador. Só o Espiritismo, além doutras filosofias e
crenças orientais, bem como a Teologia traçam com clareza o modo claro de se
entender, após a curta existência no mundo, as palavras de Jesus relacionadas ao
resultado, para cada um de nós, de nossas ações: “A cada um segundo suas obras”
(Mateus, 16:27).
Por isso, afirmou
ainda Jesus, como lemos em Mateus, 10:26 que “nada há encoberto que não
haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”. Estava reservado ao
Espiritismo, como Consolador prometido pelo Cristo esta revelação, como lemos
em João, 14:15 a 18.
O Espiritismo é
Jesus que retorna, em espírito, com toda a glória dos seus ensinamentos agora
explicados em seu verdadeiro sentido. Não somente para nos esclarecer sobre as
aparentes desigualdades da vida material, como também para nos dar o sentido do
“reino dos céus” e também do inferno como frutos de nossas próprias obras, que
serão aferidas na verdadeira vida: a vida espiritual.
Paz e luz!
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