sábado, 17 de dezembro de 2022

 



A misericórdia e a lei de Deus


JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

Alma amiga, o Antigo Testamento é fonte de riqueza espiritual imensurável à luz do Espiritismo Cristão. Todo estudioso do Espiritismo tem o dever de conhecer bem o chamado Livro da Vida, mais conhecido como Bíblia Sagrada. Logicamente tirando da letra, que mata, o espírito, que vivifica, segundo Paulo (II Coríntios, 3:6). Analisemos, por exemplo, à luz da Doutrina Espírita, alguns versículos do Salmo 51 de Davi:

 

³Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor!

Apaga minhas transgressões, por tua grande compaixão!

4 Lava-me inteiro da minha iniquidade

e purifica-me do meu pecado!

5 Pois reconheço minhas transgressões

e diante de mim está sempre meu pecado;

6 pequei contra ti, contra ti somente,

pratiquei o que é mau aos teus olhos (Bíblia de Jerusalém).

 

Como a lei de Deus está escrita na consciência, de acordo com a questão 621 d’O Livro dos Espíritos, o sofrimento humano decorre da transgressão a essa lei. Daí concluímos que pecar contra Deus é atentar contra nós mesmos. Foi isso que levou Jesus a afirmar que o reino de Deus está dentro de nós (Lucas, 17:20, 21), mas é preciso cultivá-lo na prática das boas obras, pois o inferno também está com aqueles que violam sua consciência.

Na questão 629 d’O Livro dos Espíritos, lemos que “A moral é a regra do bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus”.

Somente quando estivermos em equilíbrio com a lei natural ou divina deixaremos de sofrer, como também lemos na questão 633 dessa obra, cujo trecho destaco: “[...] A lei natural traça para o homem o limite de suas necessidades; quando ele o ultrapassa, é punido pelo sofrimento. Se o homem sempre escutasse essa voz que lhe diz basta, evitaria a maior parte dos males de que acusa a natureza”. 


7
Eis que eu nasci na iniquidade,

minha mãe concebeu-me no pecado. 


No capítulo 4, item 25 d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, é perguntado se a reencarnação é punição e se somente a sofrem os espíritos culpados. A resposta é a de que a reencarnação é instrumento de desenvolvimento da inteligência, que Deus concede a todos igualmente. É um estado transitório, pelo qual só os espíritos que ainda não aprenderam a usar bem seu livre-arbítrio estão sujeitos. Quanto mais obstinados no mal, mais sujeitos à reencarnação estaremos, conforme a informação de São Luís, n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, item supra.

Cada pessoa nasce com suas tendências boas ou más. Cabe-lhe desenvolver as boas e combater as más, fruto de suas encarnações anteriores. Ao nos tornarmos espíritos puros, não mais reencarnaremos, pois estaremos plenamente identificados com a lei divina, ou seja, sem máculas em nossa consciência.

Pelo exposto, deduzimos que Deus não nos castiga, pois ele é Pai amoroso e bom para com todas as suas criaturas, mas o sofrimento é instrumento de educação e aperfeiçoamento de todos os seres. Somente deixaremos de sofrer quando aprendermos a trabalhar incansavelmente no bem e tivermos quitado todos as nossas dívidas para com a lei divina. Por isto recomendou-nos Jesus dizer na prece do Pai Nosso: “Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”. Ou seja, se desejamos a misericórdia divina para nós, precisamos usar igualmente de misericórdia para nossos irmãos, filhos amados do mesmo Pai.

Paz e luz!      

 

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