segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

 



Sexo e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 4

 

Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

22. Um dos objetivos do obsessor do padre Mauro era levá-lo ao suicídio? 

Sim. Induzindo-o a fugir da realidade, seu objetivo era subjugá-lo por tempo indeterminado na sua região espiritual de obscenidades inimagináveis. O suicídio favoreceria esse propósito. O mentor Anacleto procurou, então, de imediato interferir, para que essa trama não lograsse êxito. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

23. Anacleto conseguiu interceder a favor do sacerdote?

Sim. Ele acercou-se do infeliz e começou a aplicar-lhe a bioenergia no chacra coronário, desligando o obsessor, que se afastou ruidosamente, blasfemando e ameaçando com impropérios nova urdidura de vingança, ao tempo em que diminuía a capacidade de raciocínio e alucinação do atormentado jovem. Anacleto prosseguiu, então, na ação fluídica, distendendo-lhe energias relaxantes, que lhe diminuíssem a rigidez nervosa, a fim de o adormecer, retirando-o momentaneamente do casulo físico, de modo a prepará-lo para o enfrentamento das consequências que a sua sandice havia provocado. Não demorou muito e Mauro desprendeu-se parcialmente do corpo, sendo carinhosamente recebido pela genitora e pelo grupo socorrista. (Obra citada, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

24. Onde se radicava a causa dos transtornos obsessivos que levavam padre Mauro aos atos indignos que tanto o infelicitavam?

O próprio Mauro, em estado de extrema aflição, fez tal pergunta. Anacleto, então, lhe falou carinhosamente: “Somos viajantes e sobreviventes de muitas marchas e procelas, nas quais assumimos comportamentos indesejáveis e crucificadores, que se repetem até que os superemos pelo amor que vem de Deus e teimamos em não levar em consideração. Esse estigma te segue, desde há muito, quando te entregaste a desmandos e desvarios sexuais, em ocasião que desfrutavas do poder transitório no mundo terrestre”. Na sequência, informou que iria fazê-lo recordar algumas das cenas mais fortes que ficaram gravadas em seu mundo íntimo e das quais procediam os males atuais que tanto o aturdiam. (Obra citada, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

25. A regressão de memória permitiu que se esclarecessem os motivos dos transtornos obsessivos e da conduta do sacerdote?

Sim. Mauro foi levado, na regressão, a uma anterior existência que ele teve no início do século XIX, em Paris, quando Napoleão se encontrava no poder. Ele – reencarnado como mulher - se chamava então Madame X, que comandava as orgias que se realizavam na Mansão M., onde eram fatos corriqueiros as festas de exaustão dos sentidos, a embriaguez pelo álcool, pelo absinto e pela luxúria esfuziante e depravada. À medida que a regressão de memória se acentuou, o rosto de Mauro se modificou e assumiu outras características, agora femininas e vulgares. (Obra citada, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

26. Os personagens do drama atual de Mauro foram identificados com o auxílio da regressão?

Sim. Ele tinha sido, como dissemos, Madame X. Seu genitor na atual existência, que dele abusou sexualmente, fora naquela oportunidade pai de uma criança de oito anos tomada à força por ordem de Madame X, para servir nos propósitos do lupanar que ela dirigia. E o algoz do padre, que tanto sofrimento lhe impunha na atual existência, era exatamente aquela criança, que sofreu os maiores abusos e aberrações e, por esse motivo, prometeu vingar-se. Embora a vingança seja um equívoco, motivos não lhe faltavam para assim agir. (Obra citada, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

27. Após a regressão, que recomendação o benfeitor espiritual fez ao sacerdote, com vistas à sua regeneração e consequente término da trama obsessiva?

Eis o que benfeitor espiritual disse ao padre Mauro: “Voltarás ao corpo físico mantendo vagas lembranças destas ocorrências, que estarão presentes em tua memória atual, a fim de ajudar-te a enfrentar as consequências da conduta atroz a que te relegaste. Nunca, porém, te esqueças de Jesus. Abraças uma doutrina religiosa que consagrou santos e heróis, mártires e benfeitores da Humanidade, na qual também tiveram lugar homens e mulheres temerários, que respondem por crimes contra a criatura e a sociedade, mas que te poderá conduzir à paz, se souberes aceitar as injunções que desencadeaste contra ti mesmo e que logo mais te chamarão ao acerto de contas”. (Obra citada, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

28. Realizado em seguida aos esclarecimentos prestados do padre Mauro, o diálogo entre o doutrinador e o obsessor do padre foi difícil? 

Muito difícil. Assim que o Espírito se deu conta do que ocorria, rugiu, raivoso, e, ao mesmo tempo, tentou desembaraçar-se dos fluidos que o retinham ligado ao perispírito do médium em transe. Felipe, o doutrinador, inspirado pelo ativo Mentor, elucidou que não se tratava de uma armadilha, mas de um encontro muito feliz, por ser aquela a Casa de Jesus, onde o amor tinha primazia e os visitantes eram recebidos como verdadeiros irmãos. Blasfemando e espumando de cólera, o comunicante inquiriu: “Sabe quem eu sou e o que faço? Por acaso se atrevem a interferir em meus planos que se encontram dentro das Leis da Vida? Sou vítima, que ora se compraz em recuperar o tempo sofrido, impondo a adaga da justiça sobre aquele que me infelicitou, aguardando apenas o momento para aplicar-lhe o golpe final”. Vê-se por aí quão difícil seria a continuidade da doutrinação. (Obra citada, capítulo 6: Socorros espirituais.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 3 parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/12/blog-post_05.html 

 

 

 

 

 

 

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