Entre a Terra e
o Céu
André Luiz
Parte 12
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o
estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série
Nosso Lar.
Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos
sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido
Xavier e publicada originalmente em 1954.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o
presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".
Eis as questões de hoje:
89. As mãos de Mário expeliam escura substância. Que substância era essa?
Clarêncio explicou: "São fluidos deletérios do ódio com
que Silva, inconscientemente, procura envolver a infeliz criança; contudo, as
nossas defesas estão funcionando". O Ministro estabelecera extensa faixa
magnética em torno do doentinho, preservando-o contra a influência do
visitante. (Entre a Terra e o Céu,
cap. XXXII, pp. 202 e 203.)
90. Júlio poderia
recuperar-se?
Não. O menino deixaria o corpo em breves horas, pois o
futuro dele exigia a frustração do presente. A Vontade Divina – explicou
Clarêncio – faz sempre o melhor. De fato, em dado momento, Júlio estremeceu,
empalidecendo; descontrolara-se-lhe o coração. O médico auscultou a criança e,
logo após, notificou seu pai: "Surgiu o colapso irremediável. Infelizmente
é o fim. Se o senhor tem fé religiosa, confiemos o caso a Deus. Agora, somente
a concessão divina..." (Obra citada, cap. XXXII, pp. 204 a 206.)
91. Que
sentimento invadiu a alma de Mário Silva ante a morte do menino Júlio?
Ao ver a criança morta, Mário experimentou violenta comoção
que lhe constringiu a alma. Convulsivo choro agitou-lhe o peito, enquanto uma
voz inarticulada, que parecia nascer dele mesmo, gritava-lhe na consciência:
"Assassino! Assassino!..." Ele saiu, então, desorientado e inseguro,
para a via pública, a soluçar, atormentado, no seio da noite fria. (Obra citada,
cap. XXXII, págs. 206 e 207.)
92. O Espírito
de Júlio, em seguida à desencarnação, mostrava-se sereno. Qual a explicação
desse fato?
O Ministro Clarêncio assim explicou o fato: "Júlio
reajustou-se para a continuação regular da luta evolutiva que lhe compete. O
renascimento malogrado não teve para ele tão somente a significação expiatória,
necessária ao Espírito que deserta do aprendizado, mas também o efeito de um
remédio curativo. A permanência no campo físico funcionou como recurso de
eliminação da ferida que trazia nos delicados tecidos da alma. A carne, em
muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo
perispiritual, liberando-o de certos males nela adquiridos". O fato
significava que Júlio poderia, doravante, exteriorizar-se num corpo sadio,
conquistando merecimento para obter uma reencarnação devidamente planejada, com
elevados objetivos de serviço. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 208 e 209.)
93. Onde Júlio
esteve antes das duas últimas encarnações?
Sobre o assunto Clarêncio informou: "Depois de haver
eliminado o próprio corpo, satisfazendo a simples capricho pessoal, sofreu por
muitos anos as tristes consequências do ato deliberado, amargando nos círculos
vizinhos da Terra as torturas do envenenamento a se lhe repetirem no campo
mental”. E aduziu: “A morte prematura, quando traduz indisciplina diante das
leis infinitamente compassivas que nos governam, constrange o Espírito que a
provoca a dilatada purgação na paisagem espiritual". Júlio, nesse processo
expiatório, nem sempre esteve a sós. Quando não se achava em martirizada
solidão, via-se onde se lhe mantinha preso o pensamento, ou seja, na atmosfera
psíquica de Lina, Armando e Esteves, que lhe serviam de pontos básicos ao ódio.
(Obra citada, cap. XXXIII, págs. 210 e 211.)
94. Por que
muitos jovens se arrojam ao casamento com absoluta inaptidão para semelhante
responsabilidade?
O caso que ocorreu entre Amaro e Júlio ajuda-nos a
compreender esse fato, visto que na base dos sonhos juvenis moram quase sempre
dívidas angustiosas a que não se pode fugir. Segundo o Ministro Clarêncio,
grande número de paixões afetivas no mundo correspondem a autênticas obsessões
ou psicoses, que só a realidade consegue tratar com êxito. "Em muitas
ocasiões, por trás do anseio de união conjugal, vibra o passado, através de
requisições dos amigos ou inimigos desencarnados, aos quais devemos colaboração
efetiva para a reconquista do veículo carnal.” (Obra citada, cap. XXXIII, pp.
211 a 213.)
95. Os anjos de
guarda estão sempre conosco?
Não. Segundo Clarêncio, a ideia de um ente divinizado e
perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao
sabor de nossas dívidas, não concorda com a justiça. Os anjos de guarda não
vivem então conosco? Respondendo a essa indagação, Clarêncio disse: "Não
digo isso. O Sol está com o verme, amparando-o na furna, a milhões e milhões de
quilômetros, sem que o verme esteja com o Sol". Em seguida, o instrutor
completou: "Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro. Ora, há
mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a
antiguidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus. Anjo de
guarda, desde as concepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define
o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota
infinitamente a outra, ajudando-a e defendendo-a. Em qualquer região, convivem
conosco os Espíritos familiares de nossa vida e de nossa luta”. (Obra citada,
cap. XXXIII, pp. 213 a 215.)
96. Se Júlio desencarnou
no momento certo, por que Mário experimentava remorso como o de um autêntico
assassino?
A informação de que Júlio desencarnara no momento certo foi
dada por Clarêncio. Quanto aos jatos de pensamento escuro emitidos pelo enfermeiro
Mário, se o menino não estivesse protegido, teriam efetivamente abreviado sua
morte, e, ainda assim, a Lei ter-se-ia cumprido. Os pensamentos escuros de
Mário voltaram, entretanto, para ele mesmo. Como os emitiu com evidente
propósito de matar, experimentava então, em razão disso, o remorso de um
autêntico assassino. Em qualquer lugar e em qualquer tempo, explicou Clarêncio,
“receberemos da vida de acordo com as nossas próprias obras". (Obra
citada, cap. XXXIII, pp. 215 a 217.)
Observação: Para
acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-11.html
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